Miguel Cantilo

Enmigrados (tradução)

Miguel Cantilo


Imigrantes


Tomo chimarrão todas as manhãs

Ouço, canto, assobio, tango

Só converso quando tenho vontade

Ou quando se tratam de assuntos de alto nível


Sou fanático por churrascos

E vegano por questão moral

Sou abstêmio, mas com duas doses

Me torno um bebedor social


E se eu elevo a voz e agito as mãos

É porque tenho dois ancestrais italianos

E se não paro de falar e me enrolo no ego

É a marca persistente de um avô galego


Sou parado, devo, e brilho com minha luz

É que anda por aí um parente andaluz


O que vou fazer, vizinho?

Não consigo disfarçar

É que eu sou argentino, se nota quando emigro


O que vou fazer, amigo?

No lugar mais estranho

Sempre há um argentino

E se nota ao cantar

E se nota ao dançar

E se nota ao tocar


Sou de Messi ou de Maradona

Não me venham com termos médios

Sou do papa ou da Madonna

É a divisão dos meios de comunicação


Meu país tem a porta aberta

Porque muitos saem para o mundo

Alguém fica ancorado em algum porto

Há quem volte mais meditando


Imigrantes e repatriados por hoje

Eu morro se fico, dói se vou embora

O rico foge com dinheiro, o pobre não aguenta mais

O sistema maltrata, tanta gente capaz

E assim vai o doutor, e volta o pizzaiolo

Para provar o cantor, e volta o churrasqueiro


O que vão fazer amigos?

Não conseguem disfarçar

É que são bem argentinos

Se nota quando emigram


O que vai fazer você, amigo?

No lugar mais estranho

Sempre encontra um argentino

E se nota ao cantar

E se nota ao dançar

E se nota ao cantar


O que vou fazer, vizinho?

Não consigo disfarçar

É que somos argentinos

Se nota quando emigram


O que vai fazer você, amigo?

No lugar mais estranho

Sempre encontra um argentino

E se nota ao cantar

E se nota ao dançar

Se nota ao emigrar

Enmigrados


Tomo mate todas las mañanas

Oigo, canto, silbo, tango

Solo charlo cuando tengo ganas

O se tratan temas de alto rango


Soy fanático de los asados

Y vegano por cuestión moral

Soy abstemio, pero con dos tragos

Paso a ser un bebedor social


Y si levanto la voz y revoleo las manos

Es porque tengo dos ancestros italianos

Y si no paro de hablar y me enredo en el ego

Es la impronta tenaz de un abuelo gallego


Soy parado, debí, y brillo con mi luz

Es que anda por ahí un pariente andaluz


¿Qué le voy a hacer vecino?

No puedo disimular

Es que yo soy argentino, se me nota al emigrar


¿Qué le voy a hacer amigo?

En el más raro lugar

Siempre hay un argentino

Y se lo nota al cantar

Y se le nota al bailar

Y se le nota al tocar


Soy de Messi o de Maradona

No me vengan con términos medios

Soy del papa o de la Madonna

Es la grieta de los multimedios


Mi país tiene el portón abierto

Porque muchos salen hacia el mundo

Alguien queda anclado en algún puerto

Hay quien vuelve más meditando


Emigrados y repatriados por hoy

Me muero si me quedo, me duele si me voy

El rico fuga plata, el pobre no da más

El sistema maltrata, tanta gente capaz

Y así se va el doctor, y regresa el pizzero

Pa' probar el cantor, y vuelve el parrillero


¿Qué le van a hacer amigos?

No pueden disimular

Es que son bien argentinos

Se les nota al emigrar


¿Qué le va a hacer usted amigo?

En el más raro lugar

Siempre encuentra un argentino

Y se le nota al cantar

Y se le nota al bailar

Y se le nota al cantar


¿Qué le voy a hacer vecino?

No puedo disimular

Es que somos argentinos

Se nos nota al emigrar


¿Qué le va a hacer usted amigo?

En el más raro lugar

Siempre encuentra un argentino

Y se le nota al cantar

Y se le nota al bailar

Se le nota al emigrar

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