De que me adianta, viver na cidade Se a felicidade não me acompanhar Adeus paulistinha, do meu coração Lá pro meu sertão eu quero voltar
Ver na madrugada, quando a passarada Fazendo alvorada, começa a cantar Com satisfação, arreio o burrão Cortando o estradão, saio a galopar E vou escutando, o gado berrando O sabiá cantando no jequitibá
Por nossa senhora, meu sertão querido Vivo arrependido por ter te deixado Esta nova vida, aqui na cidade De tanta saudade eu tenho chorado
Aqui tem alguém, diz que me quer bem Mas não me convém, eu tenho pensado Eu fico com pena, mas esta morena Não sabe o sistema em que fui criado Tô aqui cantando, de longe escutando Alguém está chorando com o rádio ligado
Que saudade imensa, do campo e do mato Do manso regato que corta as campinas Aos domingos ia, passear de canoa Na linda lagoa de águas cristalinas
Que doce lembrança, daquelas festanças Onde tinha danças e lindas meninas Eu vivo hoje em dia, sem ter alegria O mundo judia mas também ensina Estou contrariado, mas não derrotado Eu sou bem guiado pelas mãos divinas
Pra minha mãezinha, já telegrafei Que já me cansei de tanto sofrer Nesta madrugada estarei de partida Pra terra querida que me viu nascer
Já ouço sonhando, o galo cantando O inhambu piando no escurecer A lua prateada, clareando as estradas A relva molhada desde o anoitecer Eu preciso ir, pra ver tudo ali Foi lá que nasci, lá quero morrer
Compositores: Gerson Coutinho da Silva (Goia), Pascoal Todarello (Belmonte) ECAD: Obra #7323 Fonograma #2402372