A voz da querĂŞncia num touro que berra E o cheiro de terra que a chuva levanta Se chegam matreiros e o rancho me invadem Trazendo saudades no vento que canta
Cadência estradeira das patas do pingo Canção que o domingo compôs na distância Sovando os arreios no lombo do tempo Com as notas que o vento soprou nas estâncias
Milonga do campo que eu canto pro gado FundĂŁo de banhado, coxilha povoada Acende candeeiros na noite mais calma Com a chama da alma que trago invernada
E as garças perdidas embalam as asas Revoam às casas num leve reponte Tal fosse uma tela que Deus, inspirado Tivesse pintado no azul do horizonte
Milonga do campo que mesmo chorando Ressurge brotando tal fosse o capim Matando-me a sede de secas restingas Nas fundas cacimbas que habitam em mim
Cadência estradeira das patas do pingo Canção que o domingo compôs na distância Sovando os arreios no lombo do tempo Com as notas que o vento soprou nas estâncias
Milonga do campo que eu canto pro gado FundĂŁo de banhado, coxilha povoada Acende candeeiros na noite mais calma Com a chama da alma que trago invernada