O dia se vai, mas pra ela é só o começo Olha pra lua e pergunta: Será que eu mereço? A resposta vem como transgressão Cada noite nova é uma interrogação
Ela se lembra de quando era criança Inocente e pura movida pela temperança E a esperança era se casar Ser tratada como rainha do lar
Mas o futuro ignorou o sonho da princesa No presente o passado é sua fortaleza Lembrança da mãe, lembrança do pai, memória que vem Memória que vai e a realidade desfaz
De todo pensamento de menina Ela vira heroína inalando cocaína Se prepara pra enfrentar o monstro encostado no batente Fecha a porta começo o expediente
Daí pra frente vira rotina pra mina Ter várias relação em troca de cocaína Daí pra frente vira alucinação A modelo passa fome sem alimentação
Daí pra frente vira profissão Produto reciclável, lucro pro cafetão Daí pra frente vira desumano Em algum lugar da Terra tráfico humano
Sessão encerrada, ela já coleciona marcas no corpo De toda vez que é obrigada a fazer o aborto Segue as ordens do cliente pra não chatear o gerente Certamente ela aprendeu a conservar os dentes
De repente vem a tona o sonho que tinha antigamente De ser modelo e viajar constantemente Sorri e chora tudo fica complexo Queria viajar mas não como profissional do sexo
Desilusão por traz do semblante Olha no espelho e se pergunta: "Porque fui tão inocente? Aquele cara era elegante e atraente Mas eu nem conhecia ele pessoalmente
Pela internet agente passou a se comunicar Até que um dia ele marcou de agente se encontrar Dizendo que queria me agenciar Que eu tinha perfil de modelo e que meu sonho ia se realizar. "
Daí pra frente vira rotina pra mina Ter várias relação em troca de cocaína Daí pra frente vira alucinação A modelo passa fome sem alimentação
Daí pra frente vira profissão Produto reciclável, lucro pro cafetão Daí pra frente vira desumano Em algum lugar da Terra tráfico humano
Esse é o final de uma história sem glória Segue a trajetória da menina chamada vitória Que fugiu de casa pra ser modelo Agora tenta fugir de onde tá pra voltar pro lugar de onde veio
Passaporte carimbado pelo funcionário do cafetão Mina de dezoito arca pela decisão O olho dela brilha com o porte do avião É nessas horas que o brilho ofusca a visão
Desembarca em Milão e vai em direção a um casarão Chegando lá se depara com a frustração Algumas mina abatida com pouca roupa no chão Ela começa a gritar e dizer: "não! "
Dois cara forte agarra ela pela força Mandando parar de gritar, rasgando a roupa Ela chora e súplica por piedade Os gringo alemão estupra na brutalidade
Daí pra frente vira rotina pra mina Ter várias relação em troca de cocaína Daí pra frente vira alucinação A modelo passa fome sem alimentação
Daí pra frente vira profissão Produto reciclável, lucro pro cafetão Daí pra frente vira desumano Em algum lugar da Terra tráfico humano