O frio chegou E nada mudou Somos meras peças Neste quebra-cabeça O som que ecoou E que embriagou Meus pensamentos Tão sóbrios
Sobre o que eu penso que eu sou Sobre o que o pranto lavou Soube que alguém repousou Sobre tuas dores Soube que o vento traiu Soube que o fim resumiu E justificou teus erros
"... eu vi teu coração mofar Por estar abandonado Como em uma casa Tentei fazer morada Tentei me abrigar Dormia sem me preocupar Em saber a quem pertencia Não era minha, nunca seria Isso nunca deveria ser chamado de lar Você nunca deveria ter me convidado a entrar Teu coração não é um lugar seguro pra ficar Teu coração não é um lugar Pra chamar de lar... "
Mas nos meus versos de mentira Não consigo encontrar você E a cada frase mal escrita Eu juro que tentei te convencer Que aquela tarde cinza Foi mais um devaneio Sereno, ingênuo, sereno
Mas não se esqueça de colocar Todas as cartas sobre a mesa E beba um gole mais Dessa dose de tristeza E reconheça a amargura Na qual tua doce voz Me aprisionou Quando contou Aquilo que não falou Mas explicou Quando fitou Teus olhos difusos Nos meus, confusos
E a cada nota dissonante que eu tocava Você dançava A cada verso escondido Eu te encontrava E a cada estação que chegava Me recordava das escadas Na qual meus pés se recusam a pisar