Quem tudo olha quase nada enxerga Quem não quebra se enverga A favor do vento Eu não sou perfeito Sei que tenho que pecar Mas arranjo sempre jeito De me desculpar Eu lá na Penha agora vou estifa Mas não vou como um califa Que foi lá desacatar Mas a força falha Ele teve um triste fim Agredido à navalha Na porta de um botequim Pra ver a minha santa padroeira Eu vou à Penha De qualquer maneira Pra ver a minha santa padroeira Eu vou à Penha De qualquer maneira Faz hoje um mês Que eu fui naquele morro E a Jujú pediu socorro Lá da ribanceira Toda machucada Saturada de pancada Que apanhou do seu mulato Por contar boato Meu coração bateu à toda pressa E eu fiz uma promessa Pra mulata não morrer Pela padroeira ela foi bem contemplada Levantou do chão curada Saiu sambando fagueira Pra ver a minha santa padroeira Eu vou à Penha De qualquer maneira Pra ver a minha santa padroeira Eu vou à Penha De qualquer maneira Eu vou à Penha de qualquer maneira Pois não é por brincadeira Que se faz promessa E o tal mulato para não entrar na lenha Fez comigo um contrato Pra sumir da Penha Quem faz acordo não tem inimigo A mulata vai comigo Carregando o violão E com devoção Junto à santa milagreira Vai cantar meu samba prosa Numa primeira audição
Compositores: Noel de Medeiros Rosa (Noel Rosa), Ary Evangelista Barroso (Ary Barroso) ECAD: Obra #198344 Fonograma #313100