EU QUANDO VEJO UM RAPAZ NA SUA IDADE ESTENDO A MÃO DELE NÃO TENHO COMPAIXÃO PORQUE NÃO ME CONFORMO VER UM HOMEN DE TALENTO NÃO QUERER TRABALHAR OLHA MEU VELHO, TO MAIS DURO QUE BEIRA DE CINO, DESCE UMA NOTA AI PRA EU PEGAR UM PRATO FEITO, É UM PF. EU TAMBEM JÁ PASSEI FOME, JÁ SOFRI NÃO MORRI, ESTOU AQUI VIVO E SÃO E NINGUEM VAI DIZER QUE NÃO EU JÁ ANDEI ATRAPALHADO, JÁ ANDEI AFANADO, MAS NUNCA PEDI UM TOSTÃO ACHO QUE ESTOU COM A RAZÃO EU JÁ ENFRENTEI UMA MARRETA NA PEDREIRA SÃO DIOGO QUEBRANDO PEDRA ROLISSA, PASSANDO A PÃO E A LINGÜIÇA, DORMIA NO CAES DO PORTO NO MEIO DA SACARIA ONDE RATO DORMIA ONDE VENTAVA E CHOVIA QUANDO O DIA AMANHECIA VINHA O CHEFE DA LIMPEZA CHOGANDO AGUA FRIA VEJAM SÓ COMO EU SAIA, SEM CAFÉ E SEM CIGARRO SEM SABER AONDE IA SEM UM TOSTÃO E SEM UM VINTEM, MAS NUNCA PEDI A NINGUEM, CORTEI ASFALTO NA LINHA, FUI VENDEDOR DE GALINHA, CARREGUEI CESTO NA FEIRA, EU FUI GARÇÕN DE GAFIEIRA COMIA NUMA TENDINHA QUE SÓ FRITAVA SARDINHA COM AZEITE DE LAMPARINA EU SÓ CHEIRAVA A GASOLINA, FUI PEIXEIRO E CARVOEIRO, QUITANDEIRO FUI BICHEIRO APANHEI COMO LADRÃO, MAS NÃO MUDEI DE OPINIÃO E COMO SOU CAPRICHOSO HOJE ME SINTO OUTRO HOMEN, ATÉ JÁ MUDEI MEU NOME, POIS ME DISSERAM ATÉ QUE EU VIRAVA LOBSOMEN.
Compositores: Antonio Moreira da Silva (Moreira da Silva), Antonio Ribeiro da Cunha (Ribeiro Cunha) ECAD: Obra #148211 Fonograma #924011