Jogando baralho, no terreiro grande No meio de homens fortes - eu estava jogando com a sorte Um desconhecido chegou, bem vestido E me pediu o corte - eu disse-lhe "jogo até com a morte. Mas se acaso ganhar, não vá sorrir e nem zombar, Que hoje é meu companheiro - não vá levar o meu dinheiro Não sou brigador, mas se perder e não pagar, Eu vou bater no senhor" - ele me disse ‘és um terror'
Fiz um macete de valete e dama - o vargo perde e não reclama E diz ‘que lama' Puxou de uma bolada e me desacatou, - depois a sorte me deixou. Ele tomou do lesco, e desfolhou Fiquei sozinho, sem um companheiro - porque perderam o seu dinheiro Depois ele sorrindo me disse: ‘desista porque eu sou trigueiro. Eu sou o chico tintureiro, o zé carneiro'. Fiz umas paradas mais eu tinha um peso - eu já estava quase pronto, Acabei teso. puxei minha solinge e fiz o "pelo-sinal"
Ele me disse: ‘isto é que é mal' "deus me defenda do senhor", falei em deus mas sem má intenção. Mas para mim foi muito bom, porque deu um estouro e sumiu, Era o capeta, mete cabelão - mas que cheirinho de alcatrão.
Compositores: Antonio Moreira da Silva (Moreira da Silva), Antonio Ribeiro da Cunha (Ribeiro Cunha) ECAD: Obra #198293 Fonograma #9800