Tenho um peito de lata E um nó de gravata No coração Tenho uma vida sensata Sem emoção Tenho uma pressa danada Não paro pra nada Não presto atenção Nos versos dessa canção Inútil
Tira a pedra do caminho Serve mais um vinho Bota vento no moinho Bota pra correr Bota força nessa coisa Que se a coisa pára A gente fica cara a cara Cara a cara, cara Bota lenha na fornalha Põe fogo no palha Bota fogo na batalha Bota pra ferver Bota força nessa coisa Que se a coisa pára A gente fica cara a cara Cara a cara, cara
Tenho um metro quadrado Um olho vidrado E a televisão Tenho um sorriso comprado A prestação Tenho uma pressa danada Não paro pra nada Não presto atenção Nas cordas desse violão Inútil
Tira a pedra do caminho Serve mais um vinho Bota vento no moinho Bota pra correr Bota força nessa coisa Que se a coisa pára A gente fica cara a cara Cara a cara, cara Bota lenha na fornalha Põe fogo no palha Bota fogo na batalha Bota pra ferver Bota força nessa coisa Que se a coisa pára A gente fica cara a cara Cara a cara, cara
Tenho um passo marcado O rumo traçado, sem discussão Tenho um encontro marcado Com a solidão Tenho uma pressa danada Não moro do lado Não chamo João Não gosto nem digo que não É inútil
Tira a pedra do caminho Serve mais um vinho Bota vento no moinho Bota pra correr Bota força nessa coisa Que se a coisa pára A gente fica cara a cara Cara a cara, cara Vou correndo, vou-me embora Faço um bota-fora Pega um lenço, agita e chora Cumpre o seu dever Bota força nessa coisa Que se a coisa pára A gente fica cara a cara Cara a cara, cara Com o que não quer ver
Compositor: Francisco Buarque de Hollanda (Chico Buarque) ECAD: Obra #2075642 Fonograma #1089347