Abandonei meus sonhos, tão desacreditado Meu coração sempre gritava, mas ninguém me ouvia! Mente em conflito, solitário, peito carregado Quantas vezes eu desabava e o mundo sorria?
Ocasiões que perguntei se eu faria falta Só eu compreendo o valor do choro derramado Situações que eu só queria minha autoestima em alta Hoje entendo o peso do fardo que eu tava fadado
Luta interna com meus demônios, energia esgotada A cama me acolhe e me abraça sendo traiçoeira Eu andarilho, perdi o chão, como seguir jornada na estrada onde a felicidade é sempre passageira?
Minha vida ladeira abaixo em ponto morto, sem freio Cai de cara com as mancadas e decepções Acreditei em palavras vagas do coração alheio Mais uma vez fui traído por minhas emoções
Dei braçadas e me afoguei na minha impaciência Me sufoquei em águas rasas, fui inconsequente Num mundo onde valorizam mais as aparências Tive vergonha de ser eu e insuficiente
Quantas vezes cedi meu ombro pra servir de amparo? Tantas vezes que precisei, mas ninguém tava lá Até quem jurava me amar, jogou o amor no ralo E me apunhalou nas costas, claro, só pra variar
Hoje entendo bem nessa vida o que é foto e o que é fato Quantos retratos de mentira a gente vê exposto? Vários juraram que pra sempre iam estar do lado O tempo mostra que sempre eles vão fazer o oposto
Carreguei culpa nas minhas costas no que deu errado Quantas vezes pedi pra Deus pra tudo ter um fim? Quis ir embora, não aguentava mais ser machucado Determinado agora sou a não desistir de mim
Vivi um tempo sem sequer poder me olhar no espelho Era incapaz de me enxergar sendo resiliente Os gritos de socorro presentes no olho vermelho O mundo me desejando força e a forca vinha na minha mente
Desisti de viver! Morri outra vez por dentro! E a angústia tomou conta, como seguir em frente? Uns fingem que se importam mal sabem o que enfrento Pessoas mentem, mano! Desde sempre as pessoas mentem!
Me vi perdido em meio às mágoas encontrei só tristeza Na ausência dos abraços, me reclusei em solidão Olhava pro meu filho e via toda a sua pureza Tua fé me dava forças pra seguir com os pés no chão
Nas tempestades necessárias pra surgir bom tempo Que agora inspiram minhas folhas com as reflexões Versos profundos que pros rasos nunca foram exemplo Dores se materializaram e viraram canções
Cada frase cauterizava as feridas abertas Em meio às crises onde eu só queria cicatrizar Cada linha servir de cura pra mim é a meta Sangro escrevendo pra que eu consiga respirar
Cheguei a crer que minhas virtudes fossem até defeito Agora só quero viver com aquilo que preciso Hoje me aceito, ainda que pouco, sendo imperfeito Enxergo bem o valor cada um dos meus sorrisos
Respeito meus processos, aceito o que perdi Sei que nem tudo na minha vida eu posso conduzir Erguer a cabeça é meu progresso e reacendi a chama dentro do meu peito que me faz reexistir
Munido de força e coragem, sei o quanto isso conta! Ressurgi com anseio de entender meu sentimento Pra quem quis minha derrota minha alegria é uma afronta Vivo cada segundo porque felicidade é só momento
Compositor: Fernando Marcos de Assis (Mundiko) ECAD: Obra #31740292 Fonograma #29107231