Se tu já contaste os raios do sol E até já reparaste no pequeno caracol Ainda não reparaste nisto que eu te digo Na tua atitude que me deixa ofendido Quando esticas a mão para me cumprimentar E eu sentir o gelo quando mudas o olhar Para o lado, fico lixado, quando reparo Que me olhas de cima para baixo, como se eu fosse um quadro Esta capacidade, eu sei que também a tens Mas eu reparo na mão linda, e tu só vês anéis Onde tu vês notas eu só vejo papeis Onde eu vejo a alma, tu só vês imagens de Reis Sinto aquele cheiro no ar, lembra-me a pele de alguém que me fez viajar O meu coração bateu pelo teu Foi este pormenor que ninguém se apercebeu Às vezes as coisas grandes só mostram vaidade E é nas coisas pequenas que mora a verdade E se queres saber como tenho razão Repara no que o Melo diz quando canta o refrão
Refrão: Quem é que já contou os raios de sol Quem é que dá importância ao pequeno caracol O que é que tu me dizes sobre a diferença entre as flores Será que tu reparas nos pequenos pormenores Quando as nuvens estão cinzentas, o sol não brilha Será que tu reparas nesta grande maravilha, que é a vida
Vejo o sol, o mar, o vento a soprar o moinho a girar, o mar, a maré a vazar Mudar, começar a subir Observa como é lindo ver uma onda a partir Sinto energia, amor, quando piso o chão Tu bem tentas, tu bem olhas, mas não vês a razão E eu só pergunto então o que se passa contigo Abre o teu coração, tem uma conversa comigo Porque é que não reparas nos pequenos pormenores Tira as palas, gira os olhos, observa a teu redor Visão abstracta que a nossa óptica foca É em busca da paka que toda a gente se maltrata Nem que seja pelas costas, egoístas, invejosos Fazem-nos caras dóceis, mas eu só tenho amor pra dar Nunca pus em questão, porque pra mim cada ser há-de ser sempre um irmão No coração trago paz, trago amor, afecto Bem vindo à nossa casa Melo, Mundo Complexo
Refrão
Hoje quando saí de casa, reparei Naquela árvore diferente, mudou de cor de repente, não sei Da última vez estava feia como a dor, Mas hoje transmite aquilo que falta um dia o calor Aquela sensação de segurança Que me faz voltar aos tempos em que eu era uma criança Um atento, observador de todos os pormenores Constante imitador do que faziam os maiores Hoje já sou maior mas mantenho-me atento Às cores, às formas, ao mar e à direcção do vento E eu lamento não ter captado aquela cena Objectivo da minha mente por vezes é demasiado pequena Para tantas telas pintadas pela mãe natureza É o calor no asfalto, a brisa do clima ameno São imagens escondidas que me trazem uma certeza Perante tanta beleza sinto-me feio e pequeno