- O disco de estreia da banda brasiliense saiu no comecinho de 1985 e demorou a emplacar, até porque naquele momento as atenções estavam todas voltadas para quem iria tocar no Rock in Rio. Mas passado o festival as rádio começaram a tocar insistentemente Será e assim a voz daquele cantor que "parecia o Jerry Adriani" foi tomando conta do país. O grupo já era bastante conhecido do povo ligado às novidades e também da crítica. O resultado foi um disco que rendeu ainda outros hits radiofônicos ( Ainda É Cedo, Soldados, Geração Coca-Cola) e ainda foi eleito o melhor de 1985, com larga vantagem, pelos críticos da revista Bizz, que também nasceu nesse ano.
- Se a Legião era a banda favorita dos críticos, com o público ninguém batia o Ultraje. A culpa foi desse disco que emplacou inacreditáveis nove sucessos entre suas onze faixas. Tudo começou dois anos antes quando Inútil, se tornou o hino não oficial pelas eleições diretas e saiu em compacto. Na sequência vieram Eu Me Amo que mesmo sem o mesmo sucesso, tocou razoavelmente. Quando o álbum saiu é que a festa começou: Ciúme, Zoraide, Mim Quer Tocar, a faixa título, Rebelde Sem Causa, Marylou (essa ainda ganhou uma versão em marchinha de carnaval)e, ufa, Independente Futebol Clube. Com esse disco o novo rock paulistano finalmente atingiu o grande público.
Mais sérios e com um som que mesclava pós-punk, tecnopop e rock progressivo, o RPM tinha tudo para dar certo. E deu. Principalmente porque eles foram felizes na mistura de pop radiofônico, rock e experimentalismo. A banda tinha vários trunfos ao seu favor: a vocação para sex-symbol do vocalista Paulo Ricardo, um show, dirigido por Ney Matogrosso, com o requinte que só as grandes estrelas da MPB tinham e um punhado de canções que ficaram como Louras Geladas, Olhar 43, A Cruz E A Espada e Juvenília. Esse disco foi a base para "Rádio Pirata Ao Vivo", que em 1986 os transformou nas primeiras megaestrelas do rock brasileiro.
- O primeiro disco do grupo confirmava a vocação para banda cult que os acompanhou por mais de vinte anos. Mesmo sem ter feito o mesmo sucesso que os trabalhos de seus colegas, "Mudança de Comportamento" mostrava uma banda com potencial e futuro. Aqui já se observam todas as características do que seria conhecido como "som do Ira!": as letras que variavam entre o romantsimo e o protesto, o virtuosismo do guitarrista Edgard Scandurra e as influências de The Who e The Jam. Desse trabalho saíram vários clássicos da banda e do nosso rock como Núcleo Base, Tolices e Longe de Tudo. No ano seguinte o grupo chegou o mais próximo que esteve do sucesso de massas com o disco "Vivendo e Não Aprendendo".
- Nenhuma banda brasileira, se destacou tanto no primeiro Rock in Rio quanto o Barão Vermelho. Escalados para tocar no dia em que Tancredo Neves foi indieretamente eleito, eles saudaram os novos tempos com Pro Dia Nascer Feliz. As expectativas para o novo disco eram grandes e todos foram pegos de surpresa com a notícia de que Cazuza estava largando a banda para se dedicar à carreira solo. Esse foi seu primeiro disco, um álbum irregular, mas com grandes momentos. Parte dessas canções foram compostas na época do Barão Vermelho, o que explica as diversas parcerias com Frejat, mas tirando Só As Mães São Felizes, os maiores destaques ficaram para canções feitas com novos parceiros: Exagerado, Codinome Beija-Flor e Mal Nenhum, também lançada pelo seu coautor Lobão.
