Hoje finalmente completamos a nossa série de especiais sobre os grandes discos dos anos 60. Primeiro lembramos os nomes mais míticos e depois falamos dos melhores álbuns de música negra. Hoje completamos com mais cinco trabalhos que ajudaram a moldar o som que ouvimos até hoje, focando no final da década. Por falta de espaço alguns nomes ficaram de fora. Alguns (The Who, The Kinks The Byrds e Creedence por exemplo) serão lembrados mais para frente em um especial sobre grandes coletâneas onde homenagearemos os artistas que fizeram grandes compactos. O fato é que essa série poderia ter pelo menos outras 10 partes, mas paramos por aqui. Semana que vem daremos um pulo para falar dos anos 80. Enquanto isso divirtam-se com mais esse especial e também não se esqueçam de ler as partes um e dois sobre os grandes discos dos anos 70.
The Doors - The Doors - Vindos da cena de Los Angeles os Doors faziam uma versão bastante particular do blues, acrescentando a isso pitadas de pop, música de cabaré e psciodelia. A força maior estava no vocalista e autor das letras Jim Morrison, uma das figuras mais carismáticas a surgir no rock. Era ele que magnetizava o público e fazia as pessoas admirarem suas letras de tendência literária. Essa estreia é o melhor momento do grupo (mas ao menos Strange Days e LA Woman merecem ser conferidos também) e tem clássicos como Light My Fire, Break On Through (To the Other Side) e a fúnebre The End. Com morte de Jim, em 1971, a banda tentou seguir sem sucesso. Desde então ela alterna períodos de grande influência com outros de descaso. O melhor é esquecer isso e ouvir os discos. Eles falam por si.
The Beatles - The Beatles - 1968 - Se em 1967 tudo era cor, alegria, experimentação e uma visão futurista, o ano de 68 no rock serviu para que todos "voltassem à Terra".É curioso notar que quase todos grandes nomes lançaram álbuns básicos e crus - até Bob Dylan, que não foi seduzido pela psicodelia, voltou mais rústico.
O "Álbum Branco" é sim um disco irregular, com momentos de indulgência, mas também de grande beleza e ternura. Se um disco deles serviu de parâmetro para o rock das décadas seguintes foi esse. Se uma banda faz um som tipo "Sgt. Peppers" sempre parecerá estar homenageando (ou copiando mesmo) um certo som dos anos 60. Já quem faz algo mais parecido com o "Álbum Branco" soa mais contemporâneo, ainda que com uma pegada de rock clássico.
The Band - The Band - 1969 - Ativos desde o fim dos anos 50, o grupo ganhou projeção ao acompanhar Bob Dylan na tumultuada turnê de 1966. Com o compositor eles gravaram as lendárias Basement Tapes, uma série de gravações caseiras que iam contra todo o clima de futurismo e psicodelia que assolava o rock. Em 1968 eles lançaram seu disco de estreia,"Music From the Big Pink", que ajudou a mudar o panorama do rock. Músicos como Eric Clapton e George Harrison foram imediatamente afetados pelo som simples, cru e que soava estranhamente arcaico (uma piada diz que The Band foi o maior grupo de rock do século XIX). No ano seguinte eles lançaram esse disco, ainda melhor que o anterior e fundamental para todo rock baseado nas formas ancestrais da música americana que viria a ser feito dali por diante.
Let it Bleed - The Rolling Stones - 1969 - Se os Beatles já estavam fazendo grandes discos desde o começo, os Stones demoraram um pouco mais para acertar a mão. Não que os álbuns fossem ruins, longe disso. Mas eles ainda eram mais eficazes como banda de singles. A coisa só foi mudar em 1968 com "Beggars Banquet", a pedra fundamental para o que seria chamado de "Som Rolling Stones". No ano seguinte eles lançaram seu melhor disco na década. "Let it Bleed" tem tudo o que se espera de um disco da banda: clima apocalíptico (Gimme Shelter), rock misogino (Midnight Rambler), blues (Love in Vain), country (a faixa título) e gospel (a épica You Can't Always Get What You Want). São nove faixas tão perfeitas (ok, Country Honk melhorou horrores ao virar Honky Tonk Women) que até hoje ele é a base dos setlists dos shows do grupo.
Astral Weeks - Van Morrison - O disco menos conhecido e mais misterioso dessa lista é também um dos mais belos já feitos. O irlandês Morrison fez sucesso no meio da década como membro do Them. Após deixar a banda Van foi gravar em Nova York e uma dessas gravações, Brown Eyed Girl se tornou um hit gigantesco que ainda hoje toca e é regravado, apesar dele sempre tê-lo renegado. A prova de que ele era não era mais um ídolo pop veio com seu primeiro disco solo "de verdade". "Astral Weeks" ainda hoje fascina e é envolto em um ar de mistério. Usando apenas instrumentação acústica, Van chamou músicos de jazz para acompanhá-lo e deu poucas instruções para eles. O resultado foi uma música fluida e de difícil categorização. O cantor seguiu fazendo grandes trabalhos, mas nenhum semelhante a esse. mesmo porque o disco tem o tipo de ambiência impossível de ser repetida ou recriada.
The Doors - The Doors - Vindos da cena de Los Angeles os Doors faziam uma versão bastante particular do blues, acrescentando a isso pitadas de pop, música de cabaré e psciodelia. A força maior estava no vocalista e autor das letras Jim Morrison, uma das figuras mais carismáticas a surgir no rock. Era ele que magnetizava o público e fazia as pessoas admirarem suas letras de tendência literária. Essa estreia é o melhor momento do grupo (mas ao menos Strange Days e LA Woman merecem ser conferidos também) e tem clássicos como Light My Fire, Break On Through (To the Other Side) e a fúnebre The End. Com morte de Jim, em 1971, a banda tentou seguir sem sucesso. Desde então ela alterna períodos de grande influência com outros de descaso. O melhor é esquecer isso e ouvir os discos. Eles falam por si.
The Beatles - The Beatles - 1968 - Se em 1967 tudo era cor, alegria, experimentação e uma visão futurista, o ano de 68 no rock serviu para que todos "voltassem à Terra".É curioso notar que quase todos grandes nomes lançaram álbuns básicos e crus - até Bob Dylan, que não foi seduzido pela psicodelia, voltou mais rústico.
O "Álbum Branco" é sim um disco irregular, com momentos de indulgência, mas também de grande beleza e ternura. Se um disco deles serviu de parâmetro para o rock das décadas seguintes foi esse. Se uma banda faz um som tipo "Sgt. Peppers" sempre parecerá estar homenageando (ou copiando mesmo) um certo som dos anos 60. Já quem faz algo mais parecido com o "Álbum Branco" soa mais contemporâneo, ainda que com uma pegada de rock clássico.
The Band - The Band - 1969 - Ativos desde o fim dos anos 50, o grupo ganhou projeção ao acompanhar Bob Dylan na tumultuada turnê de 1966. Com o compositor eles gravaram as lendárias Basement Tapes, uma série de gravações caseiras que iam contra todo o clima de futurismo e psicodelia que assolava o rock. Em 1968 eles lançaram seu disco de estreia,"Music From the Big Pink", que ajudou a mudar o panorama do rock. Músicos como Eric Clapton e George Harrison foram imediatamente afetados pelo som simples, cru e que soava estranhamente arcaico (uma piada diz que The Band foi o maior grupo de rock do século XIX). No ano seguinte eles lançaram esse disco, ainda melhor que o anterior e fundamental para todo rock baseado nas formas ancestrais da música americana que viria a ser feito dali por diante.
Let it Bleed - The Rolling Stones - 1969 - Se os Beatles já estavam fazendo grandes discos desde o começo, os Stones demoraram um pouco mais para acertar a mão. Não que os álbuns fossem ruins, longe disso. Mas eles ainda eram mais eficazes como banda de singles. A coisa só foi mudar em 1968 com "Beggars Banquet", a pedra fundamental para o que seria chamado de "Som Rolling Stones". No ano seguinte eles lançaram seu melhor disco na década. "Let it Bleed" tem tudo o que se espera de um disco da banda: clima apocalíptico (Gimme Shelter), rock misogino (Midnight Rambler), blues (Love in Vain), country (a faixa título) e gospel (a épica You Can't Always Get What You Want). São nove faixas tão perfeitas (ok, Country Honk melhorou horrores ao virar Honky Tonk Women) que até hoje ele é a base dos setlists dos shows do grupo.
Astral Weeks - Van Morrison - O disco menos conhecido e mais misterioso dessa lista é também um dos mais belos já feitos. O irlandês Morrison fez sucesso no meio da década como membro do Them. Após deixar a banda Van foi gravar em Nova York e uma dessas gravações, Brown Eyed Girl se tornou um hit gigantesco que ainda hoje toca e é regravado, apesar dele sempre tê-lo renegado. A prova de que ele era não era mais um ídolo pop veio com seu primeiro disco solo "de verdade". "Astral Weeks" ainda hoje fascina e é envolto em um ar de mistério. Usando apenas instrumentação acústica, Van chamou músicos de jazz para acompanhá-lo e deu poucas instruções para eles. O resultado foi uma música fluida e de difícil categorização. O cantor seguiu fazendo grandes trabalhos, mas nenhum semelhante a esse. mesmo porque o disco tem o tipo de ambiência impossível de ser repetida ou recriada.