Lançar um bom disco ou mesmo uma série deles quando se é jovem é tarefa relativamente fácil. Basta ver que quase todos os grandes discos do pop foram feitos nos primeiros de carreira dos artistas. Difícil mesmo é seguir fazendo grandes trabalhos com o passar do tempo. Lidar com as mudanças do público e as suas próprias, e tentar achar alguma motivação para fazer algo novo após anos e anos não são tarefas simples.
A maioria dos artistas acabam sucumbidos, limitando-se a lançar material novo apenas para justificar as turnês com os velhos hits ou simplesmente desistindo de gravar. Mas nem sempre é assim. Existem aqueles que continuam a insistir. Em alguns casos temos um disco que é apenas um respiro final de um moribundo, mas às vezes graças a um grande trabalho, carreiras marcadas por uma monótona estabilidade ou pela decadência artística ou comercial são revividas. Aqui listamos cinco bons exemplos de ótimos discos feitos por artistas com no mínimo 15 anos (no geral mais) de carreira.
Graceland - Paul Simon - 1986 - Essa álbum saiu 22 anos depois do compositor e cantor lançar seu primeiro disco ainda como parte da dupla Simon and Garfunkel - que se separou no início dos anos 70.
Na década de 80 com a carreira em declínio comercial, a salvação para Simon chegou na forma de uma fita cassete que trazia música tradicional sul-africana. Intrigado, o americano se mandou para Johanesburgo para gravar uma série de instrumentais com músicos locais.
Com esse material em mãos, ele criou melodias para as faixas, transformando-as em canções de grande apelo pop. Quando saiu, "Graceland" esteve cercado de polêmica. O Apartheid ainda estava em vigor e havia um boicote comercial ao país - ou seja, ele não poderia ter ido até o país e foi muito cobrado por isso. Mas o disco era inegavelmente sincero e bom.
Por ter vendido muito (5 milhões de cópias) ele já foi visto com olhos tortos por parte da crítica. Hoje "reabilitado" ele influencia a nova geração (vide Vampire Weekend).
Time Out of Mind - Bob Dylan - 1997 - A década de 80 não tinha sido das mais felizes para Dylan. Em 89 ele se redimiu com "Oh Mercy", produzido por Danile Lanois, mas pôs tudo a perder com seu álbum seguinte "Under the Red Sky".
Em 1997 a banda de seu filho Jakob, os Wallflowers estourou a banca vendendo 4 milhões de cópias de "Bringing Down the Horse", mais que qualquer disco de "Bob pai" já vendera. Dylan então se viu com um grave problema no coração que quase lhe custou a vida.
Entre esses eventos ele gravou esse disco, novamente com Lanois, onde parecia antever o pior. Quando saiu muita gente pensou que o disco tinha sido composto após a hospitalização o que não foi o caso. "Time Out of Mind", o melhor álbum do cantor em em duas décadas, ganhou não só a crítica, como lhe garantiu o Grammy de disco do ano e vendeu um milhão de cópias nos EUA.
All That You Can't Leave Behind U2 - 2000 - O que fazer quando você já conseguiu tudo que podia e muito mais no mundo do rock? Qual a motivação para se fazer um novo disco? Essas dúvidas com certeza passaram pela cabeça dos irlandeses, que 20 anos antes tinham gravado seu primeiro disco. Dessa vez ainda haviam mais questões.
O álbum anterior e sua turnê (Pop/Popmart) não fizeram o sucesso esperado e necessário para um grupo dessa magnitude. A resposta era simples, uma volta às origens.
Mas antes de tudo eles precisavam de uma canção para lhes dar confiança. Se One deslanchou "Achtung Baby" (1991), dessa vez as coisas começaram a rolar com Beautiful Day. A princípio as vendas foram modestas e houve certa desconfiança com essa coisa de "o velho U2 voltou". Após o 11 de setembro, porém o álbum foi descoberto pelos americanos que encontraram alento no disco e ele se tornou um best seller.
Yoshimi Battles the Pink Robots - The Flaming Lips - 2002 Na segunda metade dos anos 90 os psicodélicos de Oklahoma estavam em um momento perigoso. Não que eles estivessem lançando discos ruins, mas eles também não iam além das críticas "nota 7" e vendas cada vez menores. Para complicar mais, em 1997 eles ainda lançaram um disco quádruplo que só fazia sentido se ouvido em quatro aparelhos ao mesmo tempo.
Daí a surpresa quando em 1999 eles surpreenderam com o belo "The Soft Bulletin", que os coloou no topo de várias listas de melhores do ano (e da década) e se mostrou bem sucedido comercialmente.
Três anos depois, eles foram ainda além com esse amalucado álbum conceitual que conta a história da tal Yoshimi em sua luta contra os robôs cor de rosa. O álbum também traz Do You Realize? uma das mais lindas baladas dos últimos tempos. 15 anos após o lançamento de seu primeiro vinil, os Flaming Lips viravam umas das mais importantes bandas do mundo.
The Rising - Bruce Springsteen - 2002 - Os anos 90 foram complicados para o Chefe. Os três discos que lançou no período são os menos populares de sua carreira. Os fãs, e no fundo ele também, sabiam qual era o problema: a "E Street Band" que por anos o acompanhou fielmente e se viu dispensada de súbito, fazia muita falta.
A emenda começou a ser feita aos poucos. Primeiro com a gravação de algumas faixas para uma coletânea, e depois com uma turnê de reencontro triunfal que começou em 199 e se estendeu até o ano seguinte. Aí veio o 11 de setembro de 2001 e Bruce como espécie de porta-voz do povo americano ouviu os clamores para se manifestar.
"The Rising" trazia a sua visão da América pós-ataques, evitando cair na pieguice e com um som poderoso e moderno (a produção é de Brendan O' Brien que trabalha com o Pearl Jam), "The Rising" colocou Bruce até na capa da Time e abriu caminho para uma década, a quarta a contar com sua marca, cheia de triunfos.
A maioria dos artistas acabam sucumbidos, limitando-se a lançar material novo apenas para justificar as turnês com os velhos hits ou simplesmente desistindo de gravar. Mas nem sempre é assim. Existem aqueles que continuam a insistir. Em alguns casos temos um disco que é apenas um respiro final de um moribundo, mas às vezes graças a um grande trabalho, carreiras marcadas por uma monótona estabilidade ou pela decadência artística ou comercial são revividas. Aqui listamos cinco bons exemplos de ótimos discos feitos por artistas com no mínimo 15 anos (no geral mais) de carreira.
Graceland - Paul Simon - 1986 - Essa álbum saiu 22 anos depois do compositor e cantor lançar seu primeiro disco ainda como parte da dupla Simon and Garfunkel - que se separou no início dos anos 70.
Na década de 80 com a carreira em declínio comercial, a salvação para Simon chegou na forma de uma fita cassete que trazia música tradicional sul-africana. Intrigado, o americano se mandou para Johanesburgo para gravar uma série de instrumentais com músicos locais.
Com esse material em mãos, ele criou melodias para as faixas, transformando-as em canções de grande apelo pop. Quando saiu, "Graceland" esteve cercado de polêmica. O Apartheid ainda estava em vigor e havia um boicote comercial ao país - ou seja, ele não poderia ter ido até o país e foi muito cobrado por isso. Mas o disco era inegavelmente sincero e bom.
Por ter vendido muito (5 milhões de cópias) ele já foi visto com olhos tortos por parte da crítica. Hoje "reabilitado" ele influencia a nova geração (vide Vampire Weekend).
Time Out of Mind - Bob Dylan - 1997 - A década de 80 não tinha sido das mais felizes para Dylan. Em 89 ele se redimiu com "Oh Mercy", produzido por Danile Lanois, mas pôs tudo a perder com seu álbum seguinte "Under the Red Sky".
Em 1997 a banda de seu filho Jakob, os Wallflowers estourou a banca vendendo 4 milhões de cópias de "Bringing Down the Horse", mais que qualquer disco de "Bob pai" já vendera. Dylan então se viu com um grave problema no coração que quase lhe custou a vida.
Entre esses eventos ele gravou esse disco, novamente com Lanois, onde parecia antever o pior. Quando saiu muita gente pensou que o disco tinha sido composto após a hospitalização o que não foi o caso. "Time Out of Mind", o melhor álbum do cantor em em duas décadas, ganhou não só a crítica, como lhe garantiu o Grammy de disco do ano e vendeu um milhão de cópias nos EUA.
All That You Can't Leave Behind U2 - 2000 - O que fazer quando você já conseguiu tudo que podia e muito mais no mundo do rock? Qual a motivação para se fazer um novo disco? Essas dúvidas com certeza passaram pela cabeça dos irlandeses, que 20 anos antes tinham gravado seu primeiro disco. Dessa vez ainda haviam mais questões.
O álbum anterior e sua turnê (Pop/Popmart) não fizeram o sucesso esperado e necessário para um grupo dessa magnitude. A resposta era simples, uma volta às origens.
Mas antes de tudo eles precisavam de uma canção para lhes dar confiança. Se One deslanchou "Achtung Baby" (1991), dessa vez as coisas começaram a rolar com Beautiful Day. A princípio as vendas foram modestas e houve certa desconfiança com essa coisa de "o velho U2 voltou". Após o 11 de setembro, porém o álbum foi descoberto pelos americanos que encontraram alento no disco e ele se tornou um best seller.
Yoshimi Battles the Pink Robots - The Flaming Lips - 2002 Na segunda metade dos anos 90 os psicodélicos de Oklahoma estavam em um momento perigoso. Não que eles estivessem lançando discos ruins, mas eles também não iam além das críticas "nota 7" e vendas cada vez menores. Para complicar mais, em 1997 eles ainda lançaram um disco quádruplo que só fazia sentido se ouvido em quatro aparelhos ao mesmo tempo.
Daí a surpresa quando em 1999 eles surpreenderam com o belo "The Soft Bulletin", que os coloou no topo de várias listas de melhores do ano (e da década) e se mostrou bem sucedido comercialmente.
Três anos depois, eles foram ainda além com esse amalucado álbum conceitual que conta a história da tal Yoshimi em sua luta contra os robôs cor de rosa. O álbum também traz Do You Realize? uma das mais lindas baladas dos últimos tempos. 15 anos após o lançamento de seu primeiro vinil, os Flaming Lips viravam umas das mais importantes bandas do mundo.
The Rising - Bruce Springsteen - 2002 - Os anos 90 foram complicados para o Chefe. Os três discos que lançou no período são os menos populares de sua carreira. Os fãs, e no fundo ele também, sabiam qual era o problema: a "E Street Band" que por anos o acompanhou fielmente e se viu dispensada de súbito, fazia muita falta.
A emenda começou a ser feita aos poucos. Primeiro com a gravação de algumas faixas para uma coletânea, e depois com uma turnê de reencontro triunfal que começou em 199 e se estendeu até o ano seguinte. Aí veio o 11 de setembro de 2001 e Bruce como espécie de porta-voz do povo americano ouviu os clamores para se manifestar.
"The Rising" trazia a sua visão da América pós-ataques, evitando cair na pieguice e com um som poderoso e moderno (a produção é de Brendan O' Brien que trabalha com o Pearl Jam), "The Rising" colocou Bruce até na capa da Time e abriu caminho para uma década, a quarta a contar com sua marca, cheia de triunfos.