Em seus quase cinquenta anos de carreira Bob Dylan se transformou e ajudou a transformar o mundo ao seu redor. Suas músicas serviram de inspiração para incontáveis fãs e músicos ao redor do planeta. Hoje ele celebra seus 70 anos de idade mostrando vigor para ainda fazer mais de cem shows por ano (com boas chances dele retornar ao Brasil no segundo semestre) e lançar discos bastante elogiados. Aqui relembramos cinco de seus álbuns mais marcantes para homenageá-lo.
The Freewheelin' Bob Dylan - Lançado em 1963, antes da Beatlemania portanto, o segundo disco do cantor o tornou uma das figuras de ponta da música folk. O melhor álbum de sua primeira fase está repleto de clássicos que até hoje estão nos set lists dos shows e foram regravados a exaustão. Girl from the North Country, a apocalíptica A Hard Rain's A-Gonna Fall, o romantismo de Don't Think Twice, It's All Right e a canção que tornou-o um mito Blowin' In The Wind estão nesse CD.
Aqui Bob Dylan provou que com apenas um violão, uma gaita e letras bem escritas era possível fazer mágica dentro do estúdio, mesmo com uma voz bem distante do padrão tido então como "normal".
Highway 61 Revisited saiu em 1965 e marcou a guinada de vez para a música elétrica o que enfureceu os puristas fãs de folk. Para esses, Dylan estava se afastando de sua "missão" de ser o porta voz de sua geração para simplesmente ganhar dinheiro fazendo rock. Nada disso. O cantor só estava evoluindo, trocando as canções de protesto por músicas com letras alegóricas e de enorme beleza poética. Não que isso fosse tudo que ele tivesse a oferecer. Aqui também encontramos uma de suas faixas mais venenosas e aquela que é unanimemente tida como a sua maior obra prima. Falamos de Like A Rolling Stone que causou uma revolução tão grande que ainda hoje ouvimos seus ecos.
Blood on the Tracks - Após lançar alguns álbuns menores relevância Dylan mostrou que ainda era capaz de surpreender e de se reinventar. Não são poucos os "dylanófilos" que consideram esse álbum de 1975 a sua maior obra. Um dos álbuns mais belos e tristes já lançados ele foi feito quando Bob Dylan estava em vias de se divorciar de Sara Lownds (a separação definitiva se deu dois anos mais tarde). As canções assim se alternam entre o raivoso - Idiot Wind (uma das mais violentas músicas que alguém já escreveu) - o reflexivo (a linda Simple Twist Of Fate), ou o desolador (If You See Her, Say Hello). O autor curiosamente diz que o álbum não tem nada de pessoal e que ele novamente foi mal interpretado.
Slow Train Coming de 1979 marcou a mais radical e polêmica transformação de Bob Dylan. Após mais uma vez encontrar-se em uma encruzilhada, o compositor judeu descobriu Jesus Cristo e se converteu ao cristianismo passando a usar seus álbuns para pregar a palavra de Deus. Os fãs novamente não entenderam nada e ficaram enfurecidos ao verem shows apenas com músicas novas. A fase cristã durou três álbuns dos quais esse é o melhor (mas Shot of Love de 1981 também tem seus momentos), especialmente para fãs de Rhythm 'n' Blues. Um de seus álbuns mais bem produzidos, Slow Train vendeu bastante e Gotta Serve Somebody rendeu-lhe seu primeiro Grammy (como "melhor performance de rock").
Time out of Mind foi lançado em 1997 após o cantor quase morrer por conta de um problema cardíaco. Ainda que as músicas estivessem sido escritas antes dele ser hospitalizado as faixas têm um quê de premonitório (Tryin' To Get To Heaven). O álbum marcou mais um de seus renascimentos artísticos após uma enorme sequência de discos irrelevanes ou inferiores (exceção feita a Oh Mercy de 1989). A boa notícia é que essa fase continuou. Ainda que ele grave menos (foram apenas mais três Cds de inéditas desde então) todos eles são de grande qualidade. Nesse tempo ele também lançou muitas gravações de arquivo e seguiu em sua "Turnê Sem Fim" que desde 1988 já teve mais de 2300 shows (treze deles no Brasil em 1990/1991/1998 e 2008).
The Freewheelin' Bob Dylan - Lançado em 1963, antes da Beatlemania portanto, o segundo disco do cantor o tornou uma das figuras de ponta da música folk. O melhor álbum de sua primeira fase está repleto de clássicos que até hoje estão nos set lists dos shows e foram regravados a exaustão. Girl from the North Country, a apocalíptica A Hard Rain's A-Gonna Fall, o romantismo de Don't Think Twice, It's All Right e a canção que tornou-o um mito Blowin' In The Wind estão nesse CD.
Aqui Bob Dylan provou que com apenas um violão, uma gaita e letras bem escritas era possível fazer mágica dentro do estúdio, mesmo com uma voz bem distante do padrão tido então como "normal".
Highway 61 Revisited saiu em 1965 e marcou a guinada de vez para a música elétrica o que enfureceu os puristas fãs de folk. Para esses, Dylan estava se afastando de sua "missão" de ser o porta voz de sua geração para simplesmente ganhar dinheiro fazendo rock. Nada disso. O cantor só estava evoluindo, trocando as canções de protesto por músicas com letras alegóricas e de enorme beleza poética. Não que isso fosse tudo que ele tivesse a oferecer. Aqui também encontramos uma de suas faixas mais venenosas e aquela que é unanimemente tida como a sua maior obra prima. Falamos de Like A Rolling Stone que causou uma revolução tão grande que ainda hoje ouvimos seus ecos.
Blood on the Tracks - Após lançar alguns álbuns menores relevância Dylan mostrou que ainda era capaz de surpreender e de se reinventar. Não são poucos os "dylanófilos" que consideram esse álbum de 1975 a sua maior obra. Um dos álbuns mais belos e tristes já lançados ele foi feito quando Bob Dylan estava em vias de se divorciar de Sara Lownds (a separação definitiva se deu dois anos mais tarde). As canções assim se alternam entre o raivoso - Idiot Wind (uma das mais violentas músicas que alguém já escreveu) - o reflexivo (a linda Simple Twist Of Fate), ou o desolador (If You See Her, Say Hello). O autor curiosamente diz que o álbum não tem nada de pessoal e que ele novamente foi mal interpretado.
Slow Train Coming de 1979 marcou a mais radical e polêmica transformação de Bob Dylan. Após mais uma vez encontrar-se em uma encruzilhada, o compositor judeu descobriu Jesus Cristo e se converteu ao cristianismo passando a usar seus álbuns para pregar a palavra de Deus. Os fãs novamente não entenderam nada e ficaram enfurecidos ao verem shows apenas com músicas novas. A fase cristã durou três álbuns dos quais esse é o melhor (mas Shot of Love de 1981 também tem seus momentos), especialmente para fãs de Rhythm 'n' Blues. Um de seus álbuns mais bem produzidos, Slow Train vendeu bastante e Gotta Serve Somebody rendeu-lhe seu primeiro Grammy (como "melhor performance de rock").
Time out of Mind foi lançado em 1997 após o cantor quase morrer por conta de um problema cardíaco. Ainda que as músicas estivessem sido escritas antes dele ser hospitalizado as faixas têm um quê de premonitório (Tryin' To Get To Heaven). O álbum marcou mais um de seus renascimentos artísticos após uma enorme sequência de discos irrelevanes ou inferiores (exceção feita a Oh Mercy de 1989). A boa notícia é que essa fase continuou. Ainda que ele grave menos (foram apenas mais três Cds de inéditas desde então) todos eles são de grande qualidade. Nesse tempo ele também lançou muitas gravações de arquivo e seguiu em sua "Turnê Sem Fim" que desde 1988 já teve mais de 2300 shows (treze deles no Brasil em 1990/1991/1998 e 2008).