Vagalume
Após dez anos o Rock in Rio está voltando à sua cidade natal para sua quarta edição. A fissura do público foi tamanha que simplesmente todos os ingressos se esgotaram e até mais um dia de shows foi acrescentado ao evento - ambos fatos inéditos nesses 26 anos de história do festival.

Nesse especial dividido em duas partes o Vagalume conta quem é quem no palco principal do festival e adianta um pouco do que os fãs podem esperar dos shows. Hoje falamos das estrelas que se apresentarão nos primeiros três dias do evento. Semana que vem entra no ar a parte 2 com os astros restantes.

Não deixe também de conferir sempre a nossa página de notícias para saber das últimas sobre os astros, o festival e os shows.

Paralamas do Sucesso, Titãs e participações de Maria Gadú, Milton Nascimento e Orquestra

Os Paralamas do Sucesso
O show de abertura do Rock in Rio 2011 juntará várias gerações da música brasileira.

Os Paralamas do Sucesso e os Titãs já tocaram juntos em diversas ocasiões. A primeira vez foi em 1992 quando, por uma série de circunstâncias, eles acabaram com a missão de encerrar o segundo dia do Hollywood Rock, numa das únicas vezes em que artistas brasileiros foram os headliners de um festival com astros internacionais.

Os dois voltaram a se encontrar em 2007 para uma bem sucedida turnê nacional. Agora no Rock in Rio a junção voltará a acontecer. No repertório obviamente vários dos clássicos que fizeram, e fazem, parte da vida de brasileiros das mais diversas idades. São músicas como "Óculos", "Alagados", "Flores" ou "Polícia".

Os grupos terão a companhia de mais dois convidados. Milton Nascimento chega como personagem histórico e fundamental da nossa música enquanto Maria Gadú estará ali representando a novíssima geração. Tudo isso com a presença de uma orquestra

No que vai dar essa mistura? Só vendo mesmo para saber.

Claudia Leitte

Claudia Leitte
Para aqueles que reclamam da presença de artistas que não fazem "rock" no Rock in Rio é bom lembrar que o festival nunca se fechou a artistas de outros gêneros musicais - a única condição sempre foi o diálogo com a linguagem pop, algo que Claudia Leitte certamente tem, ainda que suas raízes estejam na música baiana.

Claudia está acostumada a se apresentar para grandes multidões e tocará em um dia formado por uma plateia a princípio tranquila. Afinal os jovens que estarão na Cidade do Rock para verem Rihanna e Katy Perry seguramente já dançaram as músicas da cantora em outros carnavais e o pessoal mais velho fã de Elton John seguramente irá tratar a cantora ao menos com respeito, senão com empolgação.

Claudia Leitte está com 31 anos. Após despontar como a vocalista do Babado Novo onde ficou até 2007, ela partiu para a carreira solo. Seu primeiro álbum de estúdio "As Máscaras" saiu ano passado e ganhou disco de ouro.

Katy Perry

Katy Perry
Aos 26 anos Katy Perry é uma das maiores estrelas do pop contemporâneo. Nada mal para quem começou a ainda adolescente gravando canções gospel como Kate Hudson, seu nome de batismo

A virada na carreira da cantora se deu com "I Kissed A Girl" que se tornou um hit instantâneo em 2008 para horror de seus pais ultra-religiosos.

Desde então a estrela lançou dois álbuns de estúdio e embarcou em duas excursões mundiais. A que chega agora ao Brasil é a "California Dreams Tour" que irá passar também por São Paulo dois dias depois da apresentação carioca.

Nesse show ela canta 19 músicas e se cerca de um enorme aparato visual e cênico. Quem gosta dela com certeza vai se divertir bastante. A plateia majoritariamente jovem também deverá dar um colorido especial para a apresentação.

Elton John

Elton John
O veteraníssimo inglês tem tudo para fazer não só o grande show da noite de abertura do Rock in Rio, como uma das apresentações mais emocionantes de todo o festival.

Afinal Elton John é um dos mais completos artistas de toda história da música pop com discos e hits e canções obscuras que boa parte dos artistas atuais só podem sonhar em um dia ter.

Desde que largou as drogas Elton vem se dedicando a enormes turnês ao redor do planeta. Ele já esteve por aqui em 1995 e mais recentemente em 2010 para shows no Rio e São Paulo.

O repertório dos shows não deverá variar muito em relação a essa última passagem. Ou seja, os fãs podem, e devem, esperar todos os clássicos que há anos marcam presença nas rádios como "Daniel", "Crocodile Rock", "Don't Let The Sun Go Down On Me" e "I Guess That's Why They Call It The Blues". Mas pode-se esperar surpresas como "Border Song" de seu segundo disco lançado em 1970.

Elton também irá dar um presentinho especial aos brasileiros ao cantar "Skyline Pigeon", música que é popularíssima por aqui, e só por aqui.

Rihanna

Rihanna
Outra estrela muito jovem e de enorme sucesso, Rihanna de apenas 23 anos já tem mais recordes do que muito artista veterano por aí.

O show da cantora no Rock in Rio irá encerrar a etapa brasileira de sua "Loud Tour" - antes dos cariocas, paulistanos, mineiros e brasilienses já terão visto a apresentação que conta com cerca de 20 canções.

A se reclamar apenas o fato dela ter trazido para cá uma versão mais enxuta da turnê, sem direito a trocas de roupa e menor uso de aparatos cênicos.

Felizmente ela tem hits, carisma e voz de sobra para driblar esse, nem tão pequeno, detalhe. Essa também é a chance para os brasileiros poderem ouvir ao vivo alguns clássicos do pop moderno como "Disturbia", "S&M" e, claro "Umbrella (feat. Jay Z)". O que não é pouca coisa.

Nx Zero

Nx Zero
Apesar de sofrer bastante na mão dos "fiscais do rock legítimo" de plantão o fato é goste-se ou não do NX Zero, não se pode negar a integridade e nem as motivações dos (já nem tão) garotos. Afinal a banda está aí completando dez anos de estrada se mantendo firme com seu público conquistado com muita batalha e suor.

Escalados para abrirem a noite "rock de FM" do Palco Mundo, é capaz que o grupo sofra um pouco nas mãos dos fãs mais xiitas dos Chili Peppers ou Stone Sour, mas o mais provável é que o grupo consiga mandar bem o seu recado e agradar ao pessoal que está ali apenas para curtir o evento como um todo numa boa.

O show da banda deverá ser feito em cima do recém lançado DVD que comemora a primeira década da banda que junta sucessos, faixas queridas pelos fãs mais antigos e algumas canções inéditas.

Stone Sour

Stone Sour
Aqui temos o caso do matando dois coelhos com uma só paulada. Afinal já que Corey Taylor e Jim Root estariam aqui com o Slipknot porque não aproveitar e colocar também a outra banda deles no festival?

O Stone Sour na verdade surgiu antes do Slipknot em 1992. A banda ficou ativa até 1997 quando Corey e Root saíram para fazer fama e fortuna com seus amigos mascarados decretando assim o fim do grupo.

Em 2002 o Stone Sour voltou a se reunir, agora já podendo contar com os benefícios de ter dois astros em sua formação. Desde então eles já lançaram três discos que foram bem recebidos pelo público e pelos programadores de rádio.

A base do show deverá ser o álbum "Audio Secrecy" lançado ano passado onde Taylor mostra talento para criar boas melodias e que acessibilidade não significa necessariamente perda de vigor.

De quebra o show terá uma surpresinha. Como o baterista Roy Mayorga não poderá vir ao Brasil pois aguarda a chegada de seu filho quem o substituirá será o ex-Dream Theater e grande monstro das baquetas Mike Portnoy.

Capital Inicial

Capital Inicial
Com este show o Capital Inicial marcará um pequeno recorde, afinal esta será a terceira participação do grupo no Rock in Rio.

Já estabelecida como uma das maiores e mais confiáveis bandas do Rock Brasil. O grupo dessa vez não deverá fazer um show apagado como o de 1991, mas também não deve-se esperar o show histórico acontecido 10 anos depois quando os brasilienses deixaram o palco consagrado pelas 250 mil pessoas ali presentes.

Curiosamente em 2001 Dinho e os irmãos Lemos também tocaram na mesma noite que os Red Hot Chili Peppers. Ou seja, se uma sensação de Deja Vu pintar subitamente no ar não estranhe.

Snow Patrol

Snow Patrol
A princípio a banda mezzo escocesa mezzo irlandesa estaria mais em casa dividindo o palco com o Coldplay afinal assim como o grupo de Chris Martin eles também transitam entre o indie rock e o pop de tinturas épicas fortemente influenciado pelo Radiohead e por Jeff Buckley.

O grupo de Gary Lightbody inclusive chegou ao disco antes do Coldplay. A estreia deles é de 1998. Mas a banda só estourou em 2004 com o álbum "Final Straw" e uma providencial mudança para um som mais expansivo, com direito a muito drama e crescendos que funcionam otimamente em shows ao ar livre.

O grupo está acostumado a tocar em grandes espaços e não deverá fazer feio. Podem anotar também que "Run" e "Open Your Eyes" serão dois dos momentos mais emocionantes de todo o festival.

Esta será a segunda vez que o grupo se apresenta no Brasil e os fãs podem esperar um show no mínimo envolvente e climático. Resta saber como o pessoal que estará na fissura pelos Red Hot Chili Peppers e ainda suados por conta da cantoria promovida pelo Capital Inicial irá se portar.

Red Hot Chili Peppers

Red Hot Chili Peppers
Em sua quarta passagem pelo Brasil os Red Hot Chili Peppers chegam agora com algumas novidades. A maior delas atende pelo nome de Josh Klinghoffer. Ele que começou discretamente tocando um pouco de guitarra e teclados em alguns shows da última turnê do quarteto, se viu elevado a posição de guitarrista oficial de uma das maiores bandas do planeta.

Novas também serão boa parte das canções que eles deverão tocar no festival. Uma analisada no setlist da atual turnê mostra que pelo menos cinco músicas do recém-lançado "I'm With You" estão sendo executadas. Fãs "das antigas" também poderão ficar um pouco decepcionados, já que praticamente nada dos primeiros álbuns está sendo tocado - a exceção é a cover de "Higher Ground" de Stevie Wonder.

De resto pode-se esperar um show enérgico tocado por uma banda formada por ótimos músicos que tem mais de 30 anos de estrada e está mais do que acostumada a encarar multidões.

Gloria

Gloria
Na ativa desde 2002 o Gloria foi uma das primeiras bandas de "screamo" a ser notada no país. Após conquistarem uma boa base de fãs através da internet o grupo chamou a atenção do produtor Rick Bonadio que logo colocou o quinteto sob suas asas.

Resta saber como a banda será tratada pelo público, afinal eles estão escalados para a "temida" Noite do Metal, famosa por sempre ter a plateia mais intransigente de todo o festival (Lobão que o diga). Por outro lado o grupo também tem músicas com passagens bem violentas e gritadas, o que deverá agradar a parcela com a cabeça mais aberta que estará presente.

No show do Rock in Rio o quinteto deverá fazer o tradicional mix de canções mais conhecidas, com prováveis acenos à sua fase independente e talvez algumas inéditas para fechar o cardápio.

Coheed and Cambria

Coheed And Cambria
Seguramente a banda mais desconhecida de todo o festival o Coheed and Cambria pode, e deve, surpreender. Na ativa desde 1995 o grupo faz uma mistura um tanto improvável de metal, hardcore, rock progressivo e música experimental. E conseguem fazer isso tudo sem abrir mão de boas melodias e ganchos pop quando preciso.

Mas não esperem muita facilidade, afinal esta é uma banda que desde 2002 só lança discos conceituais em que cada álbum é uma espécie de capítulo de uma saga de ficção científica. A história inclusive já espalhou seus tentáculos para outras mídias e já deu origem a uma série em quadrinhos, escrita pelo vocalista Claudio Sanchez.

Ah sim, o Coheed and Cambria chegará ao Brasil com um pequeno desfalque na sua formação. Isso porque o baixista Michael Todd foi preso após cometer assalto à mão armada em julho passado. Todd há anos tem um histórico e crônico problema com a heroína e agora ele parece ter chegado ao fundo do poço. Que ele consiga se recuperar e esteja aqui numa eventual próxima volta da banda ao Brasil.

Motörhead

Motörhead
Do princípio: não dá pra se falar em rock pesado a partir dos anos 80 sem mencionarmos o Motörhead. O grupo de Lemmy Kilmister simplesmente abriu o caminho ainda na década de 70 para todas as manifestações mais violentas do metal que seguiram. Ao mesmo tempo a banda tinha a marca de rua e atitude pé no chão que também tornou a banda muito querida entre os punks.

A única reclamação cabível aqui é a de que eles tocam com grande frequência no Brasil (esse ano mesmo o trio já se apresentou em São Paulo e outras cidades), quando o maior atrativo de festivais como o Rock in Rio deveria ser o de trazer bandas inéditas ou que raramente dão as caras por aqui.

Fora isso não há o que se falar. Quem for para a Cidade do Rock nesse domingo pode esperar uma hora e pouco de muita porrada, bom humor, clássicos como "Ace Of Spades" e, acima de tudo, a presença soberana de Lemmy, um dos maiores mitos de toda história do rock.

Slipknot

Slipknot
A banda que fará um dos shows mais violentos do dia paradoxalmente também deverá ser a responsável pelos momentos mais emotivos de todo o festival. Isso porque o Slipknot ainda não assumiu bem o baque pela perda do baixista Paul Gray, morto em 2010 após uma overdose acidental.

O músico certamente será constantemente lembrado no palco e é capaz até de que um minuto de silêncio seja feito em sua homenagem, como aconteceu no "Sonisphere" inglês em julho passado.

Carga emocional à parte o Slipknot deverá fazer o show impactante digno de circo dos horrores que tornou-os famosos.

Os fãs podem esperar um concerto com cerca de 15 músicas entre elas "Pulse Of The Maggots", "Psychosocial" e "The Heretic Anthem" e muita agitação.

Metallica

Metallica
A essa altura do jogo resta algo a falar sobre o Metallica? O quarteto segue como um caso único na história do rock - ou tem outra banda de metal radical que conseguiu se firmar no mainstream sem com isso perder a credibilidade com o público heavy metal?

E mesmo aquele pessoal que passou os anos 90 e 2000 reclamando que a banda andava "muito pop" teve que dar o braço a torcer com "Death Magnetic" o mais recente, e pesadíssimo, álbum do grupo.

Estradeiros convictos, essa mesma turnê já passou por São Paulo no começo do ano passado,o que faz prever que o grupo deverá escolher algumas músicas diferentes de seu vasto repertório para o show.

Quem já teve a chance de ver a banda em ação sabe o que esperar. Mais de duas horas de muita porrada e pouca firula, com uma ou outra faixa mais lenta tipo One ou Fade To Black para recarregar as energias.

Melhor que isso só o "Big 4", o festival que junta pela primeira vez em um só evento o "quarteto de ouro" do thrash metal (Anthrax, Megadeth, Slayer e, naturalmente, o Metallica).