Em um festival repleto de atrações é normal certas apresentações não funcionarem. As razões podem ser muitas: de um artista escalado para noite errada àquela banda sem tarimba para encarar multidões (muitas vezes hostis). E quando aquele grande astro de quem se espera um showzaço não corresponde? Além desses também não podemos esquecer daqueles artistas que fazem shows ok mas que no final não deixam impressão alguma. Hoje nós lembramos de alguns shows da história do festival que não deram lá muito certo.
Erasmo Carlos vaiado em 1985
Colocar Erasmo Carlos, o grande pioneiro do rock no Brasil, para tocar no primeiro dia do festival foi uma bela ideia. O problema é que logo depois dele quem subiria ao palco era o Whitesnake e o Iron Maiden em sua fase áurea. O resultado? O Tremendão foi vaiado sem dó nem piedade (a transmissão da Globo tentou dar uma disfarçada). Cientes de seu erro os organizadores mudaram a data de sua segunda apresentação - que seria no "sábado do metal" - para o último dia de show. Ali Erasmo foi aclamado. Em 2011 aos 70 anos ele estará no festival novamente, desta vez dividindo o palco com Arnaldo Antunes e, tomara, sem vaias.
Lobão expulso do palco em 1991
Em 1991 quem sofreu nas mãos dos metaleiros foi outro de nossos roqueiros mais rebeldes e irreverentes. Lobão recebeu a ingrata missão de se apresentar entre o Sepultura e o Megadeth e acabou vitimado pela plateia pra lá de intransigente. Após ser alvejado por, como ele disse, "pilhas e bolachas Piraquê", ele abandonou o palco ja na segunda música. Corajosamente a bateria da Mangueira que iria participar no encerramento do show decidiu que não iria levar desaforo pra casa e subiu ao palco para mandar ver na batucada. Eles também não aguentaram muito tempo.
Carlinhos Brown e a chuva de garrafas em 2001
Para "manter a tradição" no terceiro Rock in Rio a vítima da vez foi Carlinhos Brown. O baiano foi escalado para tocar no mesmo dia em que duas bandas com fãs apaixonados também iriam se apresentar, o Oasis e, especialmente, o Guns 'n Roses. Como era de se imaginar não tinha muita gente na Cidade do Rock afim de dançar com a fusão de ritmos regionais com pop e o músico foi literalmente alvejado por centenas de garrafas plásticas (pelo menos os organizadores tomaram a precaução de proibir a entrada com vidro no recinto). Ele ainda tentou ensaiar um discurso pela paz que enfureceu ainda mais o público.
Britney Spears xingando muito em 2001
O terceiro Rock in Rio em 2001 foi o primeiro a acontecer na era da internet. Como consequência ele teve todos os seus detalhes esmiuçados na grande rede. A apresentação mais polêmica e discutida daquela edição foi a de Britney Spears. A estrela foi bastante criticada por fazer uso de playback, e mais ainda pelo momento em que sem perceber que o microfone estava ligado passou a dirigir os maiores impropérios e baixarias para sua equipe técnica. O público ficou sem entender nada e alguns até acharam que era tudo parte do show. No dia seguinte a gravação com Britney falando palavrões já era um hit nas redes de trocas de Mp3.
Go-Go's e outros que passaram em branco
Para encerrar lembramos dos shows que simplesmente não clicaram. Algo comum de se acontecer em festivais em que artistas acostumados a tocar para públicos menores de repente se veem encarando uma multidão que não está ali necessariamente por causa deles. Nessa categoria podemos falar de Al Jarreau (que sequer tem trechos de seu show no YouTube), Queensrÿche, Papa Roach, e das Go-Go's que em 1985 representavam a new wave. Na época as garotas já estavam em vias de se separar e fizeram dois shows que não deixaram lembrança alguma. Uma pena porque em disco elas eram ótimas.
E esse ano? Será que alguém vai sofrer nas mãos do público? Alguma estrela vai aprontar alguma? Dê a sua opinião e não deixe de ler a primeira parte do nosso Esquenta Rock in Rio.