Semana passada o Vagalume deu uma geral em todas as atrações que iriam se apresentar no Palco Mundo do Rock in Rio nos três primeiros dias de festa. Hoje a gente termina o serviço falando sobre todo que farão shows pelos próximos quatro dias na Cidade do Rock. Divirta-se e não deixe de conferir diariamente a nossa página de notícias para saber as últimas sobre as performances e os astros que estão no Brasil.
Concerto Sinfônico Legião Urbana e Orquestra Sinfônica Brasileira
Como encarar esse show que junta os remanescentes da Legião Urbana Dado Villa Lobos e Marcelo Bonfá a uma orquestra sinfônica e mais convidados como Rogério Flausino, Dinho, Herbert Vianna e Pitty?
Como uma justa homenagem a uma das maiores, ou mesmo a maior, de todas as nossas bandas, ou mais uma daquelas pisadas na bola históricas pelas quais o festival é sempre lembrado?
O fato é que a Legião sempre se recusou a participar desses mega-festivais tendo até dito não para uma proposta aparentemente irrecusável do Hollywood Rock que lhes deixava escolher todo o line up da noite ou simplesmente se apresentar sozinhos.
Daí fica no ar a pergunta: Será que hoje em dia Renato estaria menos intransigente e acharia legal se apresentar em grandes festivais ou não?
Independente disso uma coisa é certa: as canções da banda brasiliense ainda estão na ponta da língua de umas boas duas ou três gerações de brasileiros e o show no Rock in Rio deve bater o recorde de "cantoria" de toda a noite.
Janelle Monáe
A jovem soul woman volta ao Brasil após ter feito elogiadas apresentações no Brasil no início deste ano quando foi uma das responsáveis por abrir as apresentações de Amy Winehouse. Aliás, não foram poucos os que acharam que ela roubou o show da atração principal.
Como Janelle Monáe ainda não lançou o sucessor do elogiado "The ArchAndroid", o mais provável é que o seu show não tenha muitas diferenças do que já foi visto por aqui.
O show assim dá nova chance de Janelle emplacar com o grande público brasileiro onde ela ainda é pouco conhecida. Será que agora cantando para 100 mil pessoas, fora os milhões que verão pela televisão e internet esse jogo muda de figura? Aguardemos. Mas esperem no mínimo um show bem interessante.
Ke$ha
Da nova leva de cantoras que tomaram de assalto o pop do novo século Ke$ha é a que defende com orgulho o jeito "bagaceira" de ser, falando abertamente sobre porres, noitadas e assuntos afins.
Não que ela seja uma espécie de Amy Winehouse light ou coisa parecida. Afinal Ke$ha pelo menos parece estar sempre de alto astral. Sabe a diferença do "eu bebo para me divertir" para o "eu me divirto bebendo"? Pois é.
Para o Rio Ke$ha está trazendo sua "Sleazy Tour" que em sua configuração original tem geralmente 14 músicas executadas, todas saindo de seus dois lançamentos oficiais: o álbum "Animal" e o EP "Cannibal" (mais "F**K Him He's a DJ" do disco de remixes lançado em março passado). Para se adequar aos horários do festival fatalmente precisará cortar entre duas e quatro canções do repertório.
O único problema aqui acaba sendo o de escalação. Afinal não faria mais sentido colocar a jovem para se apresentar ao lado de Shakira na sexta para um público mais novo e curtidor do pop feito por ela e transferir o show de Lenny Kravitz para a quinta que em tese terá uma plateia mais "adulta"? Mistérios...
Jamiroquai
A escolha do Jamiroquai para tocar logo antes de Stevie Wonder faz todo o sentido do mundo ou é uma das coisas mais bizarras da história.
Por um lado é fato que Jay Kay ajudou a trazer para os anos 90 as sonoridades do jazz funk setentista e, algo até surpreendente, conseguiu enorme sucesso com essa fórmula tornando-o uma opção perfeitamente aceitável para uma noite com foco na black music.
Ao mesmo tempo muitos acham que Jay nunca conseguiu ir muito além das influências de nomes como Steely Dan, Marvin Gaye e principalmente... Stevie Wonder.
Daí cabe a você decidir se o Jamiroquai é um herdeiro legítimo de Stevie Wonder que merece sua atenção e respeito ou se é apenas um competente reciclador das ideias esboçadas pelos mestres dos anos 70.
Divagações e polêmicas à parte o certo é que Jay Kay tem hits de peso como "Virtual Insanity" para garantir uma bela entrada antes do prato principal da noite.
Stevie Wonder
Não adianta, sob qualquer prisma o maior nome de todo o festival é mesmo esse jovial senhor de 61 anos que aos 13 já havia chegado ao topo da parada americana.
De quebra, entre todos os headliners deste Rock in Rio, considerando Elton John como estrela principal mesmo com ele tendo tocado antes de Rihanna, ele é o que há mais tempo estava ausente dos palcos brasileiros - desde 1995.
Assistir Stevie Wonder ao vivo é também a chance de ver um pouco da história do pop na sua frente. O cantor cego de nascença, superou todos os problemas inerentes a essa condição para se tornar não só um dos maiores sucessos da história, mas também uma figura influente e não só no meio musical - sua voz foi fundamental em diversas causas políticas e civis. É verdade que há anos Wonder não emplaca mais nenhum hit e seu último disco irrepreensível saiu em 1976, ano em que boa parte da plateia desse Rock in Rio sequer havia nascido.
Mas isso não importa, afinal a boa música é imortal e os discos lançados por Stevie entre 1972 e 1976 seguem como clássicos absolutos e indiscutíveis.
Outro adendo, Stevie Wonder se apresenta cada vez com menos frequência, ou seja, essa é uma chance raríssima de vê-lo num palco. Mais uma boa notícia? Ele já avisou que vai tocar por duas horas e meia pelo menos.
Marcelo D2
Apesar de estar sem lançar um disco de inéditas há um bom tempo, Marcelo D2 ainda está presente o suficiente na memória do público para garantir sua presença no Rock in Rio.
O cantor e rapper lançou recentemente um álbum em tributo ao eterno Bezerra da Silva onde mostra ter ginga e malandragem em quantidades suficientes para encobrir a voz não muito forte ou bem treinada.
Com apenas 50 minutos para mostrar serviço o mais provável é que Marcelo D2 cante as músicas suas que são sempre garantia de sucesso como "Loadeando", "Qual É?" ou "À Procura da Batida Perfeita". Mas espera-se que pelo menos um samba apareça em algum momento do show, assim como alguma canção do Planet Hemp. Aliás será que não rola um reencontro de D2 com sua antiga banda? Sonhar não custa nada né?
Jota Quest
Com mais de 15 anos de estrada o Jota Quest hoje em dia é o exemplo de "atração confiável". Mesmo sem grandes arroubos de genialidade e com pinta de bons moços, o grupo construiu uma carreira sólida e enfileirou uma quantidade nada desprezível de sucessos genuínos - ou seja daqueles que até sua avó e seu sobrinho de oito anos sabem cantar.
É um pouco disso que o grupo irá mostrar em sua apresentação na noite mais pop de todo o festival. Levando-se em conta o perfil do público que estará presente na Cidade do Rock nessa data, é mais do que certo que o Jota Quest fará um show redondinho, com todo mundo cantando e dançando feliz ao som dos sucessos da banda.
Ivete Sangalo
Outra que anda sofrendo com a patrulha do "queremos rock de verdade no Rock in Rio" é Ivete Sangalo. Esses parecem se esquecer que Ivete hoje em dia é muito mais popstar do que qualquer roqueiro brasileiro.
Aliás basta parar para pensar e ver que a organização não tinha muita escolha mesmo na hora de compor a grade nacional do festival. Afinal não dá pra arriscar colocar aquela banda que faz sucesso na internet ou que tem moral entre a crítica e o povo que frequenta os festivais independentes na frente de 100 mil pessoas não?
Ou talvez daria se os shows no Palco Mundo também começassem mais cedo e funcionando em paralelo ao Palco Sunset.
Mas voltando a Ivete Sangalo, a cantora já esteve nas edições internacionais do Rock in Rio e foi extremamente aplaudida. O mesmo deverá acontecer por aqui nessa sexta-feira até pelo estilo de público que estará marcando presença por lá durante todo o dia.
Lenny Kravitz
Ou o "estranho no ninho" do dia. O fato é que Lenny Kravitz certamente estaria mais em casa dividindo o palco com Elton John, Stevie Wonder e mesmo o Coldplay ou os Chili Peppers. Mas fora esse detalhe o cantor não deverá ter problemas em conquistar a plateia.
Primeiro porque nesses mais de 20 anos de estrada Kravitz já acumulou cancha de palco e hits em quantidades industriais. Além de ser um ótimo instrumentista ele também sempre se cerca de ótimos músicos para suas apresentações ao vivo - já em disco ele prefere dar conta sozinho do recado, ou quase isso.
Lenny Kravitz está com um álbum novo no mercado, o bom "Black and White America" e este será o primeiro show "pra valer" de sua nova turnê, já que até aqui ele só fez datas promocionais em pequenos clubes além de sets curtos abrindo para o U2.
De certo mesmo apenas que o show dele será um dos melhores, senão o melhor, de todo o dia.
Shakira
E quem diria que aquela colombiana que aparecia nos programas mais populares da tv brasileira nos anos 90 se tornaria uma das maiores estrelas do pop internacional com cacife para fechar uma noite do Rock in Rio? É, o mundo do pop também é uma caixinha de surpresas.
Shakira já se apresentou no Brasil no começo deste ano, mas como deixou o Rio de fora da turnê seu show com certeza terá sabor de novidade.
A curiosidade agora é saber quais canções ela apresentará no festival. Afinal em julho passado ela anunciou a turnê "Sale el Sol/The Sun Comes Out" estava oficialmente acabada.
Será que veremos um show com repertório repaginado? Difícil responder mas não custa torcer para que ela desta vez cante "Estoy Aquí" que apesar dos pedidos insistentes da plateia não foi executada em sua última passagem por aqui.
Frejat
Não tivesse o Barão Vermelho desistido de tocar no Rock in Rio de 1991 após terem sido proibidos de fazer a passagem de som e Frejat se tornaria a primeira pessoa a ter se apresentado em todas as edições do festival no palco principal.
Dessa vez o guitarrista está se apresentando como artista solo mas é razoável esperar algumas músicas do Barão no repertório, sucessos como "Segredos" e "Amor Pra Recomeçar".
Vale lembrar que mesmo temporariamente separado o Barão está em toda parte neste Rock in Rio. O baterista Guto Goffi pôde ser visto na abertura do festival na Rockstreet, mesmo lugar onde o guitarrista da banda Rodrigo Santos se apresenta nesta sexta-feira.
Além desses vale lembrar de Bebel Gilberto e Sandra de Sá que fizeram na sexta-feira passada show com repertório quase todo em homenagem a Cazuza.
Skank
A mais popular das bandas brasileiras surgidas na década de 90 e uma das únicas a se manter unida sem brigas, "pausas para descanso", ou trocas de integrantes, o Skank é sempre garantia de um show divertido e competente. A banda que começou no reggae e dancehall e foi abrindo seu leque de influências com o passar dos anos é daquelas que podem se quiser fazer um show de mais de duas horas só com sucessos.
Como festival não é lugar para invencionices, o mais certo é que Samuel Rosa e cia. invistam num setlist com inúmeros hits desses quase 20 anos de carreira. "Garota Nacional", "Resposta", "Três Lados", "Vou Deixar" e "Tão Seu" e várias outras certamente irão animar bastante o público.
Maná
Mais um destaque latino no Palco Mundo do Rock in Rio, que já terá visto o show de Shakira no dia anterior.
O problema aqui é que ao contrário da musa colombiana, o Maná não tem muitos hits no Brasil, o que deve dar uma esfriada no público que já terá cantado bastante com as atrações brasileiras que os antecederam.
Talvez o melhor teria sido colocá-los para fazer o segundo show da noite, assim como o Stone Sour que rendeu mais ao se apresentar antes do Capital Inicial.
Tirando esse detalhe o grupo com certeza não terá muito problema para ganhar as 100 mil pessoas presentes com sua boa presença de palco e sucessos como "Vivir Sin Aire" e "Labios Compartidos".
Maroon 5
Liderados pelo sex symbol Adam Levine o show do Maroon 5 é garantia de muitas mulheres bonitas na plateia, o que obviamente também garante a presença de um número igualmente grande de marmanjos azarando pelo pedaço.
Os americanos na verdade estavam mais cotados para se apresentar em outro festival brasileiro, o SWU, mas terminaram no Rock in Rio após a desistência de Jay Z.
Discussões de quem é melhor ou pior a parte, o certo é que o som do Maroon 5 cai bem melhor em uma noite encabeçada pelo Coldplay do que os raps do "Senhor Beyoncé".
Por outro lado não deixaria de ser interessante ver a banda se apresentando no mesmo dia que Stevie Wonder, um dos artistas favoritos de Levine e influência direta no pop bem feito da banda que volta ao Brasil para divulgar "Hands All Over" seu terceiro disco de estúdio.
Coldplay
Após já terem passado por alguns dos maiores festivais do verão europeu e americano Chris Martin e seus amigos voltam ao Brasil trazendo novidades.
Assim como em 2006 o Coldplay chega ao Brasil às vésperas de um novo lançamento. Mas se daquela vez o público não ouviu nenhuma música nova dessa vez tudo promete ser diferente. Basta dar uma conferida nos set lists dos últimos shows que chegam com uma boa dose de canções do ainda inédito "Mylo Xyloto".
Não que a multidão que estará ali presente para reverenciá-los se preocupe muito com isso. Obviamente a plateia está bem mais afim de ouvir "Yellow", "In My Place", "Fix You" ou "Viva La Vida" do que canções ainda desconhecidas. E é isso e muito mais que os cariocas irão receber em um dos prováveis melhores shows de todo o festival.
Detonautas
Para abrir a noite final e bem roqueira do Rock in Rio nada como uma das nossas bandas que mais levantam a bandeira do rock 'n roll.
Lideradas pelo polêmico Tico Santa Cruz, o Detonautas deve aproveitar os cinquenta minutos a que tem direito no palco principal para tocar seus hits, prováveis covers de algum herói do rock e a vociferar contra tudo e todos (políticos corruptos e "bandas coloridas" seguramente serão lembradas).
Como o grosso do público deve ser formado por jovens um tanto "raivosos" é capaz que o grupo se saia bem em sua empreitada.
Pitty
Não deixa de ser justa a escolha de Pitty como a última atração brasileira a pisar no palco deste quarto Rock in Rio. Afinal nos últimos dez anos ninguém do nosso rock foi tão popular quanto ela.
Com uma boa de dezenas de sucessos na ponta da língua dos jovens na faixa dos 20 anos que deverão ser a maioria neste domingo, a cantora não precisará se esforçar muito para ganhar a aprovação dos milhares de presentes.
Podem apostar também que "Me Adora" sendo berrada pelo público vai ser um dos momentos que as tevês irão exibir inúmeras vezes na hora de mostrar "como foi o último dia do Rock in Rio".
Evanescence
O Evanescence da bela Amy Lee esteve no Brasil pela última vez em 2009, mas isso não significa que agora no Rock in Rio a banda fará um repeteco da performance vista no Festival Maquinaria em São Paulo.
Isso porque dessa vez a banda finalmente terá material novo para mostrar ao seu público. O terceiro álbum do grupo que se chamará simplesmente "Evanescence" finalmente chegará às lojas em outubro, exatos cinco anos após o último lançamento de estúdio.
Por isso os brasileiros podem esperar um show em que músicas inéditas serão salpicadas entre os hits que fizeram a fama da banda.
System Of A Down
Certamente uma das bandas mais aguardadas de todo o festival, ver um show do System of a Down era sonho antigo de milhares de brasileiros. Um sonho que parecia mais difícil ainda de ser realizado depois que a banda anunciou uma daquelas "pausas por tempo indeterminado".
Felizmente o grupo está de volta e, a se julgar pelos vídeos vistos no You Tube, em ponto de ebulição.
Na Europa o grupo brindou seu público com setlists gigantescos com 26 músicas. No festival como eles só terão 70 minutos disponíveis eles precisarão cortar drasticamente o repertório.
Por isso, se você é fã mesmo da banda talvez valha a pena encarar o show em São Paulo que rola no sábado. Isso claro, se você tiver disposição e dinheiro de sobra.
Independente disso não tenham dúvidas de que seja no Rio ou em São Paulo esse será um dos shows do ano.
Guns N' Roses
E com esse show o Guns N' Roses de Axl Rose se torna a estrela internacional recordista em participações no Rock in Rio. Após duas apresentações em 1991 e mais uma dez anos depois o vocalista e mito volta ao Brasil para mostrar... provavelmente um show bem semelhante ao de 20 anos atrás.
Isso porque não precisamos lembrar que após o esfacelamento da banda original Axl demorou 16 anos para lançar "Chinese Democracy", um disco que definitivamente não emplacou. Muito por culpa do vocalista que não quis fazer clipes, dar entrevistas promocionais ou mesmo fazer grandes turnês com o material novo.
Por isso é fácil prever que os momentos realmente grandiosos se darão com "Sweet Child O' Mine", "Paradise City", "You Could Be Mine" e lógico "Welcome To The Jungle".
Também é bom torcer para que Axl não resolva dar outro chá de cadeira no público brasileiro como aconteceu ano passado ou mesmo no Rock in Rio 2001. Se bem que prevendo isso a organização já colocou no contrato que a banda pagará uma multa pesada caso se atrase para o show.
Concerto Sinfônico Legião Urbana e Orquestra Sinfônica Brasileira
Como encarar esse show que junta os remanescentes da Legião Urbana Dado Villa Lobos e Marcelo Bonfá a uma orquestra sinfônica e mais convidados como Rogério Flausino, Dinho, Herbert Vianna e Pitty?
Como uma justa homenagem a uma das maiores, ou mesmo a maior, de todas as nossas bandas, ou mais uma daquelas pisadas na bola históricas pelas quais o festival é sempre lembrado?
O fato é que a Legião sempre se recusou a participar desses mega-festivais tendo até dito não para uma proposta aparentemente irrecusável do Hollywood Rock que lhes deixava escolher todo o line up da noite ou simplesmente se apresentar sozinhos.
Daí fica no ar a pergunta: Será que hoje em dia Renato estaria menos intransigente e acharia legal se apresentar em grandes festivais ou não?
Independente disso uma coisa é certa: as canções da banda brasiliense ainda estão na ponta da língua de umas boas duas ou três gerações de brasileiros e o show no Rock in Rio deve bater o recorde de "cantoria" de toda a noite.
Janelle Monáe
A jovem soul woman volta ao Brasil após ter feito elogiadas apresentações no Brasil no início deste ano quando foi uma das responsáveis por abrir as apresentações de Amy Winehouse. Aliás, não foram poucos os que acharam que ela roubou o show da atração principal.
Como Janelle Monáe ainda não lançou o sucessor do elogiado "The ArchAndroid", o mais provável é que o seu show não tenha muitas diferenças do que já foi visto por aqui.
O show assim dá nova chance de Janelle emplacar com o grande público brasileiro onde ela ainda é pouco conhecida. Será que agora cantando para 100 mil pessoas, fora os milhões que verão pela televisão e internet esse jogo muda de figura? Aguardemos. Mas esperem no mínimo um show bem interessante.
Ke$ha
Da nova leva de cantoras que tomaram de assalto o pop do novo século Ke$ha é a que defende com orgulho o jeito "bagaceira" de ser, falando abertamente sobre porres, noitadas e assuntos afins.
Não que ela seja uma espécie de Amy Winehouse light ou coisa parecida. Afinal Ke$ha pelo menos parece estar sempre de alto astral. Sabe a diferença do "eu bebo para me divertir" para o "eu me divirto bebendo"? Pois é.
Para o Rio Ke$ha está trazendo sua "Sleazy Tour" que em sua configuração original tem geralmente 14 músicas executadas, todas saindo de seus dois lançamentos oficiais: o álbum "Animal" e o EP "Cannibal" (mais "F**K Him He's a DJ" do disco de remixes lançado em março passado). Para se adequar aos horários do festival fatalmente precisará cortar entre duas e quatro canções do repertório.
O único problema aqui acaba sendo o de escalação. Afinal não faria mais sentido colocar a jovem para se apresentar ao lado de Shakira na sexta para um público mais novo e curtidor do pop feito por ela e transferir o show de Lenny Kravitz para a quinta que em tese terá uma plateia mais "adulta"? Mistérios...
Jamiroquai
A escolha do Jamiroquai para tocar logo antes de Stevie Wonder faz todo o sentido do mundo ou é uma das coisas mais bizarras da história.
Por um lado é fato que Jay Kay ajudou a trazer para os anos 90 as sonoridades do jazz funk setentista e, algo até surpreendente, conseguiu enorme sucesso com essa fórmula tornando-o uma opção perfeitamente aceitável para uma noite com foco na black music.
Ao mesmo tempo muitos acham que Jay nunca conseguiu ir muito além das influências de nomes como Steely Dan, Marvin Gaye e principalmente... Stevie Wonder.
Daí cabe a você decidir se o Jamiroquai é um herdeiro legítimo de Stevie Wonder que merece sua atenção e respeito ou se é apenas um competente reciclador das ideias esboçadas pelos mestres dos anos 70.
Divagações e polêmicas à parte o certo é que Jay Kay tem hits de peso como "Virtual Insanity" para garantir uma bela entrada antes do prato principal da noite.
Stevie Wonder
Não adianta, sob qualquer prisma o maior nome de todo o festival é mesmo esse jovial senhor de 61 anos que aos 13 já havia chegado ao topo da parada americana.
De quebra, entre todos os headliners deste Rock in Rio, considerando Elton John como estrela principal mesmo com ele tendo tocado antes de Rihanna, ele é o que há mais tempo estava ausente dos palcos brasileiros - desde 1995.
Assistir Stevie Wonder ao vivo é também a chance de ver um pouco da história do pop na sua frente. O cantor cego de nascença, superou todos os problemas inerentes a essa condição para se tornar não só um dos maiores sucessos da história, mas também uma figura influente e não só no meio musical - sua voz foi fundamental em diversas causas políticas e civis. É verdade que há anos Wonder não emplaca mais nenhum hit e seu último disco irrepreensível saiu em 1976, ano em que boa parte da plateia desse Rock in Rio sequer havia nascido.
Mas isso não importa, afinal a boa música é imortal e os discos lançados por Stevie entre 1972 e 1976 seguem como clássicos absolutos e indiscutíveis.
Outro adendo, Stevie Wonder se apresenta cada vez com menos frequência, ou seja, essa é uma chance raríssima de vê-lo num palco. Mais uma boa notícia? Ele já avisou que vai tocar por duas horas e meia pelo menos.
Marcelo D2
Apesar de estar sem lançar um disco de inéditas há um bom tempo, Marcelo D2 ainda está presente o suficiente na memória do público para garantir sua presença no Rock in Rio.
O cantor e rapper lançou recentemente um álbum em tributo ao eterno Bezerra da Silva onde mostra ter ginga e malandragem em quantidades suficientes para encobrir a voz não muito forte ou bem treinada.
Com apenas 50 minutos para mostrar serviço o mais provável é que Marcelo D2 cante as músicas suas que são sempre garantia de sucesso como "Loadeando", "Qual É?" ou "À Procura da Batida Perfeita". Mas espera-se que pelo menos um samba apareça em algum momento do show, assim como alguma canção do Planet Hemp. Aliás será que não rola um reencontro de D2 com sua antiga banda? Sonhar não custa nada né?
Jota Quest
Com mais de 15 anos de estrada o Jota Quest hoje em dia é o exemplo de "atração confiável". Mesmo sem grandes arroubos de genialidade e com pinta de bons moços, o grupo construiu uma carreira sólida e enfileirou uma quantidade nada desprezível de sucessos genuínos - ou seja daqueles que até sua avó e seu sobrinho de oito anos sabem cantar.
É um pouco disso que o grupo irá mostrar em sua apresentação na noite mais pop de todo o festival. Levando-se em conta o perfil do público que estará presente na Cidade do Rock nessa data, é mais do que certo que o Jota Quest fará um show redondinho, com todo mundo cantando e dançando feliz ao som dos sucessos da banda.
Ivete Sangalo
Outra que anda sofrendo com a patrulha do "queremos rock de verdade no Rock in Rio" é Ivete Sangalo. Esses parecem se esquecer que Ivete hoje em dia é muito mais popstar do que qualquer roqueiro brasileiro.
Aliás basta parar para pensar e ver que a organização não tinha muita escolha mesmo na hora de compor a grade nacional do festival. Afinal não dá pra arriscar colocar aquela banda que faz sucesso na internet ou que tem moral entre a crítica e o povo que frequenta os festivais independentes na frente de 100 mil pessoas não?
Ou talvez daria se os shows no Palco Mundo também começassem mais cedo e funcionando em paralelo ao Palco Sunset.
Mas voltando a Ivete Sangalo, a cantora já esteve nas edições internacionais do Rock in Rio e foi extremamente aplaudida. O mesmo deverá acontecer por aqui nessa sexta-feira até pelo estilo de público que estará marcando presença por lá durante todo o dia.
Lenny Kravitz
Ou o "estranho no ninho" do dia. O fato é que Lenny Kravitz certamente estaria mais em casa dividindo o palco com Elton John, Stevie Wonder e mesmo o Coldplay ou os Chili Peppers. Mas fora esse detalhe o cantor não deverá ter problemas em conquistar a plateia.
Primeiro porque nesses mais de 20 anos de estrada Kravitz já acumulou cancha de palco e hits em quantidades industriais. Além de ser um ótimo instrumentista ele também sempre se cerca de ótimos músicos para suas apresentações ao vivo - já em disco ele prefere dar conta sozinho do recado, ou quase isso.
Lenny Kravitz está com um álbum novo no mercado, o bom "Black and White America" e este será o primeiro show "pra valer" de sua nova turnê, já que até aqui ele só fez datas promocionais em pequenos clubes além de sets curtos abrindo para o U2.
De certo mesmo apenas que o show dele será um dos melhores, senão o melhor, de todo o dia.
Shakira
E quem diria que aquela colombiana que aparecia nos programas mais populares da tv brasileira nos anos 90 se tornaria uma das maiores estrelas do pop internacional com cacife para fechar uma noite do Rock in Rio? É, o mundo do pop também é uma caixinha de surpresas.
Shakira já se apresentou no Brasil no começo deste ano, mas como deixou o Rio de fora da turnê seu show com certeza terá sabor de novidade.
A curiosidade agora é saber quais canções ela apresentará no festival. Afinal em julho passado ela anunciou a turnê "Sale el Sol/The Sun Comes Out" estava oficialmente acabada.
Será que veremos um show com repertório repaginado? Difícil responder mas não custa torcer para que ela desta vez cante "Estoy Aquí" que apesar dos pedidos insistentes da plateia não foi executada em sua última passagem por aqui.
Frejat
Não tivesse o Barão Vermelho desistido de tocar no Rock in Rio de 1991 após terem sido proibidos de fazer a passagem de som e Frejat se tornaria a primeira pessoa a ter se apresentado em todas as edições do festival no palco principal.
Dessa vez o guitarrista está se apresentando como artista solo mas é razoável esperar algumas músicas do Barão no repertório, sucessos como "Segredos" e "Amor Pra Recomeçar".
Vale lembrar que mesmo temporariamente separado o Barão está em toda parte neste Rock in Rio. O baterista Guto Goffi pôde ser visto na abertura do festival na Rockstreet, mesmo lugar onde o guitarrista da banda Rodrigo Santos se apresenta nesta sexta-feira.
Além desses vale lembrar de Bebel Gilberto e Sandra de Sá que fizeram na sexta-feira passada show com repertório quase todo em homenagem a Cazuza.
Skank
A mais popular das bandas brasileiras surgidas na década de 90 e uma das únicas a se manter unida sem brigas, "pausas para descanso", ou trocas de integrantes, o Skank é sempre garantia de um show divertido e competente. A banda que começou no reggae e dancehall e foi abrindo seu leque de influências com o passar dos anos é daquelas que podem se quiser fazer um show de mais de duas horas só com sucessos.
Como festival não é lugar para invencionices, o mais certo é que Samuel Rosa e cia. invistam num setlist com inúmeros hits desses quase 20 anos de carreira. "Garota Nacional", "Resposta", "Três Lados", "Vou Deixar" e "Tão Seu" e várias outras certamente irão animar bastante o público.
Maná
Mais um destaque latino no Palco Mundo do Rock in Rio, que já terá visto o show de Shakira no dia anterior.
O problema aqui é que ao contrário da musa colombiana, o Maná não tem muitos hits no Brasil, o que deve dar uma esfriada no público que já terá cantado bastante com as atrações brasileiras que os antecederam.
Talvez o melhor teria sido colocá-los para fazer o segundo show da noite, assim como o Stone Sour que rendeu mais ao se apresentar antes do Capital Inicial.
Tirando esse detalhe o grupo com certeza não terá muito problema para ganhar as 100 mil pessoas presentes com sua boa presença de palco e sucessos como "Vivir Sin Aire" e "Labios Compartidos".
Maroon 5
Liderados pelo sex symbol Adam Levine o show do Maroon 5 é garantia de muitas mulheres bonitas na plateia, o que obviamente também garante a presença de um número igualmente grande de marmanjos azarando pelo pedaço.
Os americanos na verdade estavam mais cotados para se apresentar em outro festival brasileiro, o SWU, mas terminaram no Rock in Rio após a desistência de Jay Z.
Discussões de quem é melhor ou pior a parte, o certo é que o som do Maroon 5 cai bem melhor em uma noite encabeçada pelo Coldplay do que os raps do "Senhor Beyoncé".
Por outro lado não deixaria de ser interessante ver a banda se apresentando no mesmo dia que Stevie Wonder, um dos artistas favoritos de Levine e influência direta no pop bem feito da banda que volta ao Brasil para divulgar "Hands All Over" seu terceiro disco de estúdio.
Coldplay
Após já terem passado por alguns dos maiores festivais do verão europeu e americano Chris Martin e seus amigos voltam ao Brasil trazendo novidades.
Assim como em 2006 o Coldplay chega ao Brasil às vésperas de um novo lançamento. Mas se daquela vez o público não ouviu nenhuma música nova dessa vez tudo promete ser diferente. Basta dar uma conferida nos set lists dos últimos shows que chegam com uma boa dose de canções do ainda inédito "Mylo Xyloto".
Não que a multidão que estará ali presente para reverenciá-los se preocupe muito com isso. Obviamente a plateia está bem mais afim de ouvir "Yellow", "In My Place", "Fix You" ou "Viva La Vida" do que canções ainda desconhecidas. E é isso e muito mais que os cariocas irão receber em um dos prováveis melhores shows de todo o festival.
Detonautas
Para abrir a noite final e bem roqueira do Rock in Rio nada como uma das nossas bandas que mais levantam a bandeira do rock 'n roll.
Lideradas pelo polêmico Tico Santa Cruz, o Detonautas deve aproveitar os cinquenta minutos a que tem direito no palco principal para tocar seus hits, prováveis covers de algum herói do rock e a vociferar contra tudo e todos (políticos corruptos e "bandas coloridas" seguramente serão lembradas).
Como o grosso do público deve ser formado por jovens um tanto "raivosos" é capaz que o grupo se saia bem em sua empreitada.
Pitty
Não deixa de ser justa a escolha de Pitty como a última atração brasileira a pisar no palco deste quarto Rock in Rio. Afinal nos últimos dez anos ninguém do nosso rock foi tão popular quanto ela.
Com uma boa de dezenas de sucessos na ponta da língua dos jovens na faixa dos 20 anos que deverão ser a maioria neste domingo, a cantora não precisará se esforçar muito para ganhar a aprovação dos milhares de presentes.
Podem apostar também que "Me Adora" sendo berrada pelo público vai ser um dos momentos que as tevês irão exibir inúmeras vezes na hora de mostrar "como foi o último dia do Rock in Rio".
Evanescence
O Evanescence da bela Amy Lee esteve no Brasil pela última vez em 2009, mas isso não significa que agora no Rock in Rio a banda fará um repeteco da performance vista no Festival Maquinaria em São Paulo.
Isso porque dessa vez a banda finalmente terá material novo para mostrar ao seu público. O terceiro álbum do grupo que se chamará simplesmente "Evanescence" finalmente chegará às lojas em outubro, exatos cinco anos após o último lançamento de estúdio.
Por isso os brasileiros podem esperar um show em que músicas inéditas serão salpicadas entre os hits que fizeram a fama da banda.
System Of A Down
Certamente uma das bandas mais aguardadas de todo o festival, ver um show do System of a Down era sonho antigo de milhares de brasileiros. Um sonho que parecia mais difícil ainda de ser realizado depois que a banda anunciou uma daquelas "pausas por tempo indeterminado".
Felizmente o grupo está de volta e, a se julgar pelos vídeos vistos no You Tube, em ponto de ebulição.
Na Europa o grupo brindou seu público com setlists gigantescos com 26 músicas. No festival como eles só terão 70 minutos disponíveis eles precisarão cortar drasticamente o repertório.
Por isso, se você é fã mesmo da banda talvez valha a pena encarar o show em São Paulo que rola no sábado. Isso claro, se você tiver disposição e dinheiro de sobra.
Independente disso não tenham dúvidas de que seja no Rio ou em São Paulo esse será um dos shows do ano.
Guns N' Roses
E com esse show o Guns N' Roses de Axl Rose se torna a estrela internacional recordista em participações no Rock in Rio. Após duas apresentações em 1991 e mais uma dez anos depois o vocalista e mito volta ao Brasil para mostrar... provavelmente um show bem semelhante ao de 20 anos atrás.
Isso porque não precisamos lembrar que após o esfacelamento da banda original Axl demorou 16 anos para lançar "Chinese Democracy", um disco que definitivamente não emplacou. Muito por culpa do vocalista que não quis fazer clipes, dar entrevistas promocionais ou mesmo fazer grandes turnês com o material novo.
Por isso é fácil prever que os momentos realmente grandiosos se darão com "Sweet Child O' Mine", "Paradise City", "You Could Be Mine" e lógico "Welcome To The Jungle".
Também é bom torcer para que Axl não resolva dar outro chá de cadeira no público brasileiro como aconteceu ano passado ou mesmo no Rock in Rio 2001. Se bem que prevendo isso a organização já colocou no contrato que a banda pagará uma multa pesada caso se atrase para o show.