Janeiro costuma ser tradicionalmente um mês de poucos lançamentos. Afinal as grandes estrelas ou já soltaram seus trabalhos no segundo semestre ou então preferem aguardar um pouco mais até a temporada do ano seguinte começar pra valer.
O resultado é que o começo do ano acaba sendo uma época interessante para que artistas novos ou de nichos específicos lancem discos, o que facilita maior destaque na mídia e nas prateleiras, sejam elas reais ou virtuais. A estratégia costuma dar certo - vide Lana Del Rey e seu já estourado "Born to Die".
O especial com os lançamentos de janeiro por isso tem menos discos que o de costume, mas ele traz algo para quse todos os públicos seja ele fã de pop, rock, metal, indie, rock clássico, cantores e compositores, reggae ou música eletrônica. Divirtam-se e até fevereiro!
Lana Del Rey - Born To Die
E a hora da verdade chegou finalmente. Será que Lana Del Rey chegou mesmo para dominar o cenário da música pop ou seria ela mais um daqueles fenômenos da internet que que depois de um tempo a gente nem se lembra mais que um dia existiu.
Bom, a crítica de maneira geral não se entusiasmou muito com "Born To Die". O site "metacritic" que faz uma média das notas dadas por diversas publicações diz que ele é um álbum "nota 6". Já o público, ao menos nesse primeiro momento, está se mostrando bem receptivo fato que a estreia do disco no primeiro lugar das paradas de diversos países comprova.
Será que Lana Del Rey conseguirá sobreviver ao enorme hype criado em cima dela? Para saber vale a pena acompanhar o desenrolar de sua carreira durante todo ano de 2012.
Uma coisa de qualquer forma é certa. Quem gostou de Video Games e das outras canções dela que tomaram conta da internet, não tem motivos para não curtir o álbum.
Snow Patrol - Fallen Empires
Após ser lançado na Europa, o mais recente disco da banda escocesa (com raízes na Irlanda) está chegando aos outros cantos do planeta. "Fallen Empires" traz basicamente o que se espera da banda de Gary Lightbody. Ou seja, melodias simples adornadas por arranjos suntuosos e por vezes épicos.
A crítica no geral não gostou muito, mas o público inglês segue fiel ao grupo. Na Inglaterra ele já ganhou disco de platina e nos EUA ele estreou no top 10 da parada, mostrando que a banda - que já tem seis discos de estúdio lançados em quase 15 anos - ainda tem bastante lenha para queimar.
The Maccabees - Given To The Wild
Ainda que pouco conhecidos no Brasil e nos EUA, os Maccabees gozam de bastante prestígio na Inglaterra e Europa.
Em seu terceiro disco a banda resolveu expolorar seu lado, digamos, mais artístico. O resultado é um trabalho razoavelmente mais complexo que os anteriores onde influências de gente como Kate Bush ou o Arcade Fire pipocam em vários momentos.
"Given to the Wild" assim é uma boa opção pra quem gosta de um certo tipo indie rock - aquele que funciona mais ao ser ouvido em casa com bastante atenção, do que numa pista de dança. Se você está entre esses pode embarcar na viagem sem medo.
Nada Surf - The Stars Are Indifferent To Astronomy
Curte música pop bem feita, com pegada e melodias marcantes? Então corra para ouvir esse belo trabalho de uma das grandes bandas do powerpop mundial.
Em seu sétimo álbum os americanos do Nada Surf mostram uma força enorme mesmo que o grande público teime em ignorá-los.
Se você ainda não os conhece pode começar por aqui e depois ouça alguns dos álbuns anteriores da banda ("Let Go" de 2002 é especialmente recomendável). Após fazer isso é bem capaz que a vontade de conferi-los ao vivo irá aparecer. Nesse caso fique ligado porque a banda toca em São Paulo e Curitiba no final de abril.
Gotye - Making Mirrors
Autor de inspiradas canções, o belga radicado na Australia Wouter De Backer mais conhecido como Gotye já havia lançado esse disco em alguns países no ano passado. O sucesso da ótima Somebody That I Used To Know (feat. Kimbra) acabou levando ao lançamento de "Making Mirrors" no mercado americano o que deverá elevar o seu perfil nesse ano de 2012.
O disco é recomendado para quem gosta de boas melodias embaladas por timbres eletrônicos e algum experimentalismo. Ou seja, é música pop feita com cérebro, um artigo que muitas vezes anda em falta no mercado.
Attack Attack! - This Means War
Em seu terceiro álbum os americanos do Attack Attack seguem fazendo um som de difícil classificação. Para se ter uma ideia a página da Wikipedia diz que "This Means War" é um disco de "metalcore", mas também de "eletropop", música eletrônica e até de "death-metal".
O fato é que aqui a banda tentou deixar um pouco de lado sua faceta mais pop para focar em levadas mais pesadas.
Ainda assim, a música da banda continua bastante esquizofrênica em sua mistura de sonoridades que sempre pareceram mais do que impensáveis, simplesmente impossíveis de serem feitas. Ou alguém já tinha imaginado uma banda misturando vocais guturais e riffs de metal com teclados dançantes e refrãos de rock de arena?
Nightwish - Imaginaerum
"Imaginaerum" é o sétimo álbum da mais popular banda a sair da gélida Finlândia. O primeiro disco em quatro anos do Nightwish vem colhendo elogios entre os admiradores do heavy metal sinfônico que popularizou a banda mundo afora.
Com a vocalista Anette Olzon, agora plenamente integrada ao grupo, o Nightwish, ou melhor seu líder Tuomas Holopainen, fez um trabalho no mínimo complexo. Isso porque este é um álbum conceitual que versa sobre um velho compositor que relembra sua juventude quando encontra-se à beira da morte.
Mas não pensem que o lance todo acaba por aí. Paralelamente ao álbum o diretor Stobe Harju desenvolveu e filmou um roteiro baseado na história do álbum. O resultado foi "Imaginaerum - o filme" que tem previsão de estreia no exterior ainda para este ano.
Lacuna Coil - Dark Adrenaline
Em seu sexto álbum os italianos do Lacuna Coil continuam caprichando no metal com tinturas góticas que os consagrou mundo afora.
Produzido novamente por Ton Gilmore (Linkin Park) "Dark Adrenaline" foi elogiado pela crítica especializada em heavy metal e tem boas chances de penetrar com força no mainstream (ele estreou no 15° lugar da parada americana).
Entre as faixas do disco a maior curiosidade fica com a versão épica e pesada Losing My Religion, sim, aquela mesma do R.E.M.. Mas o grupo mostra mesmo sua força nas composições próprias que recheiam esse trabalho.
Leonard Cohen - Old Ideas
Leonard Cohen é um homem para quem a palavra pressa não existe. Esse é apenas o 12° álbum de estúdio do cantor e poeta de 77 anos que há 45 concluiu que ganharia mais dinheiro com a música que com seus livros.
"Old Ideas" chega já com pinta de clássico instantâneo, recebendo elogios unânimes de toda a crítica. O fato é que este é seguramente o melhor disco do autor de Hallelujah desde pelo menos 1988. Especialmente porque desta vez ele deixou de lado os timbres eletrônicos presentes em seus últimos trabalhos que sempre causavam certa estranheza. Aqui as baladas e valsas com grande influência da canção francesa tradicional típicas do cantor encontraram seu acompanhamento ideal.
Liricamente Cohen segue cantando o amor de forma lasciva e por vezes melancólica sempre de forma brilhante. Claro que esse é um disco que exige mais do ouvinte comum, afinal a voz rouca e quase falada de Cohen não é exatamente de fácil assimilação. Mas, creiam, vale a pena dar uma chance para esse velhinho que se mostra bem mais jovem que muito moleque por aí.
Ringo Starr - Ringo 2012
O eterno baterista dos Beatles vem se mostrando bastante produtivo nos últimos anos, lançando vários álbuns e fazendo turnês cada vez maiores - ano passado ele esteve no Brasil pela primeira vez.
"Ringo 2012" mais parece um EP com suas nove faixas e menos de 30 minutos. Apesar de curtinho o disco é bastante divertido com o tradicional clima de festa e descontração que permeiam seus discos.
Além de músicas inéditas o álbum também tem versões para músicas de Buddy Holly (Think It Over), duas regravações de faixas já lançadas por ele nos anos 70 e até uma canção chamada Samba (será que foi influência da turnê brasileira?).
Skrillex - Bangarang (EP)
O EP "Bangarang" é o mais recente lançamento de um dos nomes mais conhecidos, e discutidos, da nova música eletrônica, o americano Skrillex, como é mais conhecido o jovem Sonny John Moore.
O EP prepara o caminho para o primeiro disco do produtor, que deve sair ainda em 2012, e também para o show que ele fará no Brasil dentro do Lollapalloza no dia 8 de abril em São Paulo.
Entre as faixas do disquinho o destaque maior vai para o improbabilíssimo encontro do DJ com os remanescentes dos Doors. É ouvir e tentar imaginar o que Jim Morrison (o vocalista da banda morto em 1970) acharia de Breakn' A Sweat (feat. The Doors).
Rebelution - Peace Of Mind
Este é o terceiro disco de estúdio dos reggaeiros da California. "Peace of Mind" além de ter ficado em primeiro lugar nas paradas de reggae e de música idependente conseguiu estrear em um nada desprezível 13° lugar no top 100 da Billboard.
"Peace of Mind" conta com algumas participações especiais (Jacob Hemphill do SOJA está em Meant To Be) e é uma excelente pedida pra quem curte reggae de raíz.
Aos fãs mais radicais fica a dica para conferirem a versão especial do álbum que tem mais dois cds. Um com as músicas tocadas em formato acústico e outro com as versões dub.