Em um mês sem grandes blockbusters a melhor coisa que o fã de música pode fazer é abrir o leque de opções. E é basicamente isso que propomos no especial de lançamentos de agosto com uma série de discos variados e interessantes. Que tal as surpreendentes colaborações entre Elton John e os jovens do PNAU ou a união de Andy Summers (The Police) e Fernanda Takai? E o som inclassificável de Antony and the Johnsons ou do Elbow? Mas o especial também destaca nomes consagrados como os de NX Zero, Alanis Morissette e Owl City.
Alanis Morissette - Havoc and Bright Lights
Depois de bastante tempo sem novidades, Alanis Morissette voltou a lançar um álbum de músicas inéditas para a alegria de seus fãs. "Havoc and Bright Lights" é o oitavo disco da cantora canadense.
Quem conhece os trabalhos anteriores de Alanis, certamente não vai se decepcionar com o novo álbum da cantora. A primeira música de trabalho, "Guardian" mostra que a canadense continua como uma das principais vozes do pop/rock feminino internacional.
O disco teve bons desempenhos nas paradas internacionais, incluindo o Brasil. "Havoc and Bright Lights" chegou ao topo da parada nacional no iTunes.
Nx Zero - Em Comum
Com dez anos de carreira completos, já podemos dizer que o Nx Zero calou a boca de seus detratores que sempre diziam que eles eram a típica banda que iria sumir depois de um ou dois discos de sucesso.
"Em Comum" mostra que o grupo ainda tem o que dizer para sua base de fãs, mesmo que ele não arrisque muito dentro da fórmula aperfeiçoada pela banda na última década, ainda que seja possível perceber novas influências como a do U2 ou Foo Fighters em certas faixas.
Com a tradicional competência da banda para criar canções pop intacta "Em Comum" pode até não trazer novos fãs para o grupo, mas eles também não deverão perder nenhum deles. No atual cenário em que se encontra o nosso pop, isso não é nem de longe algo ruim.
Owl City - The Midsummer Station
Após ter vendido apenas 143 mil cópias de "All Things Bright and Beautiful" do ano passado, Adam Young, a mente por trás do Owl City não perdeu tempo e rapidamente começou a trabalhar em novas canções. O resultado é esse "The Midsummer Station" que já está nas lojas.
Desta vez Young resolveu abrir o leque e topou trabalhar com outros produtores e principalmente compositores, algo que não deve ter sido fácil para ele que sempre foi o tipo de artista "faz tudo".
Contando com as participações de Carly Rae Jepsen (em "Good Time (feat. Carly Rae Jepsen)") e do Blink-182 Mark Hoppus na boa "Dementia (Feat. Mark Hoppus)", "" vendeu respeitáveis 30 mil cópias em sua primeira semana de lançamento e faz prever que esse disco terá um destino melhor que o antecessor.
Resta agora saber se os fãs mais antigos irão aprovar essa guinada.
Rita Ora - Ora
O caminho de Rita Ora rumo ao mega estrelato parece inevitável. Na Inglaterra ela já causa estrago nas paradas, esse "Ora" muito provavelmente vai estrear direto no topo da parada britânica - nos EUA o lançamento ficou para setembro, o que mostra que o pessoal de seu selo Roc Nation (leia-se Jay Z que não costuma pisar em falso) deve estar preparando uma grande estratégia para ela em território americano.
"Ora" tem uma série de produtores top como Diplo, Will I Am e The-Dream, mas felizmente esse não é um daqueles álbuns onde a única pessoa no comando parece estar na cadeira de produção.
Rita Ora deixa sua personalidade impressa em cada uma dessas faixas, principalmente por sua capacidade de soar moderna e pronta para as rádios, mas sem abrir mão de dar um toque clássico e pessoal às suas músicas. Isso porque ela garante que a discoteca de seu pai é repleta de discos de gente como Eric Clapton, Bruce Springsteen ou BB King. Some a isso as influência de reggae e mesmo de Gwen Stefani (uma paixão confessa da cantora) e você ouve aquele raro exemplar de um disco que sabe ser pop sem ser emburrecedor.
Yellowcard - Southern Air
Em seu oitavo disco o Yellowcard mostra que a imaturidade de seus primeiros anos ficou para trás. Não que a banda tenha abandonado o punk de tintura pop que o consagrou para fazer um álbum "adulto". Mas é visível o amadurecimento do grupo ao se escutar o trabalho.
Curto e grosso com seus 40 minutos de duração, "Southern Air" surpeende em diversos momentos seja no solo de violino que embala a faixa título ou no clima nostálgico do segundo single "Here I Am Alive".
Se você é daqueles que está ansioso no aguardo dos três álbuns do Green Day pode muito bem matar a fissura dedicando alguns momentos de seu dia ao novo disco do Yellowcard. Os momentos de diversão e prazer são garantidos.
Ultraje a Rigor e Raimundos - Ultraje a Rigor Vs. Raimundos
Duas bandas de épocas distintas mas com inegável afinação. Assim são os Raimundos e o Ultraje a Rigor que nos anos 90 e 80, respectivamente, colocaram humor, sacanagem e crítica social no nosso rock.
Esse disco é uma grande brincadeira com cada banda tocando sete canções do repertório da outra. O Ultraje dá a sua cara para músicas como O Pão da Minha Prima e transforma a quase pornográfica Selim em um doo-wop abolerado.
Já os Raimundos escolheram nada menos que cinco faixas do álbum de estreia do Ultraje, o clássico "Nós Vamos Invadir A Sua Praia" acrescenteando peso e punch às canções dos paulistas - e ainda transformando Inútil em uma espécie de canção do Metallica!. O resultado final é inegavelmente divertido e faz a gente soltar a imaginação tentando pensar em que outros encontros desse tipo poderiam acontecer.
Elton John Vs Pnau - Good Morning To The Night
Não é de hoje que Elton John gosta de atuar como encorajador ou mecenas de novos talentos - James Blunt, Ryan Adams e os Scissor Sisters que o digam.
Ainda assim o que ele fez com os australianos do PNAU - que ele conheceu em uma viagem ao novíssimo continente - foi bem além. A "velha tia" se impressionou tanto com o trabalho dos produtores que propôs uma parceria bem diferente. Elton deu à dupla livre acesso às suas fitas master dos anos 70 e deu a eles a liberdade para fazerem o que quisessem.
E não é que o lance deu certo? "Good Morning To The Night" podia ter se tornado apenas um sonolento álbum de "mashups", tornou-se uma coisa completamente nova e de difícil classificação. Karmatron (With Pnau) por exemplo é formada por elementos de sete canções que unidas dão vida a algo completamente novo e inusitado. "Good Morning..." funciona assim tanto para quem pouco conhece do Elton dos anos 70 (se esse é o seu caso vale a muito a pena conhecer a obra dele pelo menos entre 1970 e 1975) quanto para os fãs de carteirinha que irão se divertir ao tentar identificar a origem dos trechos de músicas utilizados pelos talentosos produtores.
Sixpence None The Richer - Lost In Transition
A banda Sixpence None The Richer ficou famosa nas paradas mundiais com a música "Kiss Me". Depois disso, mais dois álbuns foram lançados (incluindo um natalino) até que a banda ficasse ausente do cenário musical.
Agora, o grupo da vocalista Leigh Nash volta com seu sexto álbum de estúdio, "Lost In Transition".
O novo álbum com certeza vai agradar os fãs da banda. O primeiro single, "Sooner Or Later, foi destaque no Hot Spot do Vagalume e mostra que a banda continua afiada para fazer belas baladas.
Two Door Cinema Club - Beacon
Em seu segundo álbum o Two Door Cinema Club segue fazendo seu indie rock bastante simpático com boas melodias e batidas dançantes. Dizem até que Barack Obama é grande fã deles e teria comprado quase todos os ingressos de um show do grupo para ele e toda sua equipe. Notícia que infelizmente foi desmentida pelo líder do trio Alex Trimble. O fato é que seja com ou sem Obama a escalada deles parece certa e de certa forma inevitável.
Se você é fã "das antigas" periga já ter escutado "Beacon", já que há algumas semanas ele foi disponibilizado em streaming. Para quem não conhece os caras vale a pena dar uma chance às boas canções apresentadas nesse álbum que provavelmente será lembrado em algumas listas de melhores discos de 2012.
Bloc Party - Four
Outra banda que muitos já julgavam acabada também está de volta e com um disco bem interessante. Esse quarto disco do Bloc Party de Kele Okereke capricha nos timbres típicos do pós-punk inglês dos anos 80 e não esconde certo clima opressivo.
Ao mesmo tempo existem momentos de leveza e mesmo um clima épico a la Muse que deixa a coisa mais palatável para o ouvinte comum.
A imprensa também foi no geral generosa com o trabalho ao dizer que "Four" faz renascer uma banda que parecia cansada e sem mais o que dizer em seu disco anterior ("Intimacy" de 2008). Prova que de vez em quando é bom dar um tempo para espairecer as ideias.
Slaughterhouse - Welcome to: Our House
Esse é o segundo disco desse supergrupo de hip hop apadrinhados por Eminem que se responsabilizou pessoalmente por boa parte das produções do disco - além de participar como rapper de duas faixas.
Elogiado pela crítica especializada em hip hop, o cd não deverá seguir a sina do primeiro álbum do agrupamento que não vendeu nem 50 mil cópias - pouquíssimo na América - apesar da recepção favorável da imprensa.
"Welcome to: Our House" muito provavelmente irá chegar ao topo das paradas americanas e vai emplacar alguns hits nas rádios e programas que se dedicam ao hip hop e merecidamente.
Se rap e hip hop é sua praia o cd é uma ótima pedida, afinal aqui se tem o pacote completo: boas rimas e flow, sacadas espertas na produção e convidados especiais do primeiríssimo time.
Trey Songz - Chapter V
O quinto álbum do astro do R&B americano chegou arrebentando, batendo nos topos das paradas principais e de R&B da Billboard. Trey Songz fez um disco bem longo - são mais de setenta minutos - mas também buscou variar usando uma gama diversa de produtores e parceiros.
Claro que esse é mais um disco para pistas e festas do que para ser ouvido com calma e atenção, até porque não há muito a se tirar de letras que dizem "eu só vim aqui pelas safadas e pelas bebidas" (em 2 Reasons (Feat. T.i.) - além de diversão desencanada.
Não que isso seja necessariamente um problema, afinal tem horas em que tudo que se quer é ouvir algo que simplesmente divirta.
E sejamos sinceros, essa é só uma das facetas do cantor que sabe dosar os momentos de bravata e gaiatice com outros mais tenros onde expõe suas vulnerabilidades. É essa mistura que faz com que ele se destaque no meio de uma cena extremamente congestionada como essa.
David Archuleta - BEGIN
O jovem que se tornou conhecido no American Idol lança esse seu quinto álbum sem querer inovar muito. Apesar do título que sugere algum recomeço o disco traz basicamente versões para sucessos de U2, REM ou Keane além de uma única canção inédita: Broken.
A última música do disco é uma versão do hino gospel Be Still, My Soul. E é ela que dá a sensação de fim de uma era para o cantor e seu trabalho. Isso porque Archuleta é Mormon e acaba de abandonar a carreira por algum tempo. Nesse momento ele está viajando pelo mundo fazendo trabalho missionário.
Steve Vai - Story of Light
Dentre todos os virtuosos da guitarra que despontaram nos anos 80, Steve Vai sempre se mostrou o mais eclético, lírico e aventureiro - tanto que ele tocou com gente como Frank Zappa, Joe Jackson ou o PIL.
"The Story of Light" é o primeiro disco solo de estúdio de Vai em sete anos e a espera foi bem compensada em mais um disco em que os voos de guitarra não são nem de longe a única opção do cardápio - ainda que obviamente eles sejam o prato principal.
O álbum também tem blues, gospel e até uma simpática participação de Aimee Mann em No More Amsterdam.
The Darkness - Hot Cakes
Taí uma banda que voltou do limbo. Afinal se tinha um grupo já dado como morto e enterrado era o Darkness, tanto porque o grupo não emplacou seu segundo álbum de 2005 como pelas temporadas em clínicas de reabilitação passadas pelo vocalista Justin Hawkins que também tentou emplacar um projeto solo - o British Whale sem muito sucesso. Como as opções eram poucas e nada animadores era só questão de tempo até ele se reunir ao seu irmão e antigo parceiro de banda Dan Hawkins.
O que ninguém esperava é que esse retorno fosse ser tão bem sucedido. O grupo conseguiu até uma vaguinha como banda de abertura da atual turnê de Lady Gaga - eles irão acompanhá-la também ao Brasil e ainda viu esse "Hot Cakes" ser bastante elogiado pela imprensa inglesa.
E eles realmente têm razão. O Darkness entrega aqui mais um disco em que a fronteira entre a tiração de sarro e o amor sincero pelo rock de estádio (farofa ou não) dos anos 70 e o 80 nunca fica muito bem clara. Justin continua soltando seus falsetes. Para ouvir com um sorriso no rosto, especialmente na inacreditável versão "Iron Maiden" para Street Spirit (Fade Out) do Radiohead que nem o Massacration ousou sonhar.
Antony And The Johnsons - Cut The World
Creiam, não existe no mundo da música atual ninguém como Antony Hegarty. Com sua voz de múltiplo alcance e dono de uma figura que foge completamente dos padrões estabelecidos, o trabalho dele é daquele que desafia as convenções e pede para ser ouvido com muita atenção.
"Cut The World" é um álbum ao vivo gravado com orquestra e é no mínimo arrepiante. O invólucro sinfônico libera ainda mais a melancolia que já se percebia nas versões de estúdio e deixa Antony livre para dar vazão ao seu lado "diva dilacerada". Se você assistiu ao assustador clipe da faixa título desse álbum já sabe mais ou menos o que esperar. "Cut The World" é um disco para quem busca algo mais que escapismo e está atrás de emoções duradouras.
Elbow - Dead In The Boot
É uma pena que o Elbow não tenha conseguido repetir no resto do planeta o sucesso que tem em sua Inglaterra nata, onde o grupo goza de status de superstars no mesmo nível de bandas como o Muse por exemplo.
Se você nunca ouviu os discos da banda que faz um som de difícil classificação em sua mistura de rock progressivo, indie e alguma dramaticidade, "Dead In The Boot" talvez não seja a melhor indicação, já que ele se trata de uma compilação de B-sides e faixas raras que farão a delícia dos fãs mais fieis do quinteto. Mas mesmo nesse apunhado de sobras dá pra ver o talento da banda que tem grandes álbuns em sua discografia como "Asleep in the Back" ou "Cast Of Thousands".
Lynyrd Skynyrd - Last Of A Dying Breed
Já a partir do título do álbum - "últimos de uma espécie em extinção" - os veteraníssimos do Lynyrd Skynyrd deixam claro que não fazem parte dos dias atuais.
Ou seja, esse é um disco para gente mais velha ou que sente saudades de uma época em que não viveu. Apesar de contar apenas com o guitarrista Gary Rosington da formação original - se teve uma banda que encarou tragédias é essa - o Lynyrd versão 2012 ainda tem o pé firme na primeira metade da década de 70 com seus riffs bluesificados e suas letras que variam da sacanagem, pura e simples aos temas reacionários honrando o homem americano comum.
Óbvio que o álbum não é páreo para os petardos lançados pela banda original (o primeiro álbum em particular - Pronounced 'L'h-'nérd 'Skin-'nérd - segue insuperável e deveria estar em toda boa coleção de rock'n'roll), mas é bonito vê-los em pleno 2012 ainda pondo fé no rock sulista.
A isso tudo some um inegável clima de nostalgia e mesmo despedida e você tem um disco que agradará os fãs tanto da banda quanto de rock clássico.
Andy Summers & Fernanda Takai - Fundamental
Poucos duvidavam que a voz suave e doce de Fernanda Takai cairia muito bem num repertório de bossa-nova. E foi isso o que se viu quando há alguns anos ela lançou seu primeiro disco solo todo baseado nas canções tornadas famosas por Nara Leão.
"Fundamental" já é algo bem diferente. O álbum na verdade é muito mais de Andy Summers o ex-guitarrista do Police e grande entusiasta da música brasileira. Ao se ver com um punhado de canções com inegável bossa ele percebeu que elas seriam melhor adornadas por uma voz feminina. A ponte entre o inglês e a brasileira foi feita pelo mestre Roberto Menescal e o álbum resultante é bem interessante.
Fernanda não só canta como também ajudou a transpor algumas letras para o português - às vezes em parceria com seu marido John Ulhoa ou com Zélia Duncan - e em outras apenas embelezou as canções em inglês com sua voz.
"Fundamental" é um disco calmo, e contemplativo, mas também repleto de momentos mais dissonantes com guitarras altas e clima pesado.
Alanis Morissette - Havoc and Bright Lights
Depois de bastante tempo sem novidades, Alanis Morissette voltou a lançar um álbum de músicas inéditas para a alegria de seus fãs. "Havoc and Bright Lights" é o oitavo disco da cantora canadense.
Quem conhece os trabalhos anteriores de Alanis, certamente não vai se decepcionar com o novo álbum da cantora. A primeira música de trabalho, "Guardian" mostra que a canadense continua como uma das principais vozes do pop/rock feminino internacional.
O disco teve bons desempenhos nas paradas internacionais, incluindo o Brasil. "Havoc and Bright Lights" chegou ao topo da parada nacional no iTunes.
Nx Zero - Em Comum
Com dez anos de carreira completos, já podemos dizer que o Nx Zero calou a boca de seus detratores que sempre diziam que eles eram a típica banda que iria sumir depois de um ou dois discos de sucesso.
"Em Comum" mostra que o grupo ainda tem o que dizer para sua base de fãs, mesmo que ele não arrisque muito dentro da fórmula aperfeiçoada pela banda na última década, ainda que seja possível perceber novas influências como a do U2 ou Foo Fighters em certas faixas.
Com a tradicional competência da banda para criar canções pop intacta "Em Comum" pode até não trazer novos fãs para o grupo, mas eles também não deverão perder nenhum deles. No atual cenário em que se encontra o nosso pop, isso não é nem de longe algo ruim.
Owl City - The Midsummer Station
Após ter vendido apenas 143 mil cópias de "All Things Bright and Beautiful" do ano passado, Adam Young, a mente por trás do Owl City não perdeu tempo e rapidamente começou a trabalhar em novas canções. O resultado é esse "The Midsummer Station" que já está nas lojas.
Desta vez Young resolveu abrir o leque e topou trabalhar com outros produtores e principalmente compositores, algo que não deve ter sido fácil para ele que sempre foi o tipo de artista "faz tudo".
Contando com as participações de Carly Rae Jepsen (em "Good Time (feat. Carly Rae Jepsen)") e do Blink-182 Mark Hoppus na boa "Dementia (Feat. Mark Hoppus)", "" vendeu respeitáveis 30 mil cópias em sua primeira semana de lançamento e faz prever que esse disco terá um destino melhor que o antecessor.
Resta agora saber se os fãs mais antigos irão aprovar essa guinada.
Rita Ora - Ora
O caminho de Rita Ora rumo ao mega estrelato parece inevitável. Na Inglaterra ela já causa estrago nas paradas, esse "Ora" muito provavelmente vai estrear direto no topo da parada britânica - nos EUA o lançamento ficou para setembro, o que mostra que o pessoal de seu selo Roc Nation (leia-se Jay Z que não costuma pisar em falso) deve estar preparando uma grande estratégia para ela em território americano.
"Ora" tem uma série de produtores top como Diplo, Will I Am e The-Dream, mas felizmente esse não é um daqueles álbuns onde a única pessoa no comando parece estar na cadeira de produção.
Rita Ora deixa sua personalidade impressa em cada uma dessas faixas, principalmente por sua capacidade de soar moderna e pronta para as rádios, mas sem abrir mão de dar um toque clássico e pessoal às suas músicas. Isso porque ela garante que a discoteca de seu pai é repleta de discos de gente como Eric Clapton, Bruce Springsteen ou BB King. Some a isso as influência de reggae e mesmo de Gwen Stefani (uma paixão confessa da cantora) e você ouve aquele raro exemplar de um disco que sabe ser pop sem ser emburrecedor.
Yellowcard - Southern Air
Em seu oitavo disco o Yellowcard mostra que a imaturidade de seus primeiros anos ficou para trás. Não que a banda tenha abandonado o punk de tintura pop que o consagrou para fazer um álbum "adulto". Mas é visível o amadurecimento do grupo ao se escutar o trabalho.
Curto e grosso com seus 40 minutos de duração, "Southern Air" surpeende em diversos momentos seja no solo de violino que embala a faixa título ou no clima nostálgico do segundo single "Here I Am Alive".
Se você é daqueles que está ansioso no aguardo dos três álbuns do Green Day pode muito bem matar a fissura dedicando alguns momentos de seu dia ao novo disco do Yellowcard. Os momentos de diversão e prazer são garantidos.
Ultraje a Rigor e Raimundos - Ultraje a Rigor Vs. Raimundos
Duas bandas de épocas distintas mas com inegável afinação. Assim são os Raimundos e o Ultraje a Rigor que nos anos 90 e 80, respectivamente, colocaram humor, sacanagem e crítica social no nosso rock.
Esse disco é uma grande brincadeira com cada banda tocando sete canções do repertório da outra. O Ultraje dá a sua cara para músicas como O Pão da Minha Prima e transforma a quase pornográfica Selim em um doo-wop abolerado.
Já os Raimundos escolheram nada menos que cinco faixas do álbum de estreia do Ultraje, o clássico "Nós Vamos Invadir A Sua Praia" acrescenteando peso e punch às canções dos paulistas - e ainda transformando Inútil em uma espécie de canção do Metallica!. O resultado final é inegavelmente divertido e faz a gente soltar a imaginação tentando pensar em que outros encontros desse tipo poderiam acontecer.
Elton John Vs Pnau - Good Morning To The Night
Não é de hoje que Elton John gosta de atuar como encorajador ou mecenas de novos talentos - James Blunt, Ryan Adams e os Scissor Sisters que o digam.
Ainda assim o que ele fez com os australianos do PNAU - que ele conheceu em uma viagem ao novíssimo continente - foi bem além. A "velha tia" se impressionou tanto com o trabalho dos produtores que propôs uma parceria bem diferente. Elton deu à dupla livre acesso às suas fitas master dos anos 70 e deu a eles a liberdade para fazerem o que quisessem.
E não é que o lance deu certo? "Good Morning To The Night" podia ter se tornado apenas um sonolento álbum de "mashups", tornou-se uma coisa completamente nova e de difícil classificação. Karmatron (With Pnau) por exemplo é formada por elementos de sete canções que unidas dão vida a algo completamente novo e inusitado. "Good Morning..." funciona assim tanto para quem pouco conhece do Elton dos anos 70 (se esse é o seu caso vale a muito a pena conhecer a obra dele pelo menos entre 1970 e 1975) quanto para os fãs de carteirinha que irão se divertir ao tentar identificar a origem dos trechos de músicas utilizados pelos talentosos produtores.
Sixpence None The Richer - Lost In Transition
A banda Sixpence None The Richer ficou famosa nas paradas mundiais com a música "Kiss Me". Depois disso, mais dois álbuns foram lançados (incluindo um natalino) até que a banda ficasse ausente do cenário musical.
Agora, o grupo da vocalista Leigh Nash volta com seu sexto álbum de estúdio, "Lost In Transition".
O novo álbum com certeza vai agradar os fãs da banda. O primeiro single, "Sooner Or Later, foi destaque no Hot Spot do Vagalume e mostra que a banda continua afiada para fazer belas baladas.
Two Door Cinema Club - Beacon
Em seu segundo álbum o Two Door Cinema Club segue fazendo seu indie rock bastante simpático com boas melodias e batidas dançantes. Dizem até que Barack Obama é grande fã deles e teria comprado quase todos os ingressos de um show do grupo para ele e toda sua equipe. Notícia que infelizmente foi desmentida pelo líder do trio Alex Trimble. O fato é que seja com ou sem Obama a escalada deles parece certa e de certa forma inevitável.
Se você é fã "das antigas" periga já ter escutado "Beacon", já que há algumas semanas ele foi disponibilizado em streaming. Para quem não conhece os caras vale a pena dar uma chance às boas canções apresentadas nesse álbum que provavelmente será lembrado em algumas listas de melhores discos de 2012.
Bloc Party - Four
Outra banda que muitos já julgavam acabada também está de volta e com um disco bem interessante. Esse quarto disco do Bloc Party de Kele Okereke capricha nos timbres típicos do pós-punk inglês dos anos 80 e não esconde certo clima opressivo.
Ao mesmo tempo existem momentos de leveza e mesmo um clima épico a la Muse que deixa a coisa mais palatável para o ouvinte comum.
A imprensa também foi no geral generosa com o trabalho ao dizer que "Four" faz renascer uma banda que parecia cansada e sem mais o que dizer em seu disco anterior ("Intimacy" de 2008). Prova que de vez em quando é bom dar um tempo para espairecer as ideias.
Slaughterhouse - Welcome to: Our House
Esse é o segundo disco desse supergrupo de hip hop apadrinhados por Eminem que se responsabilizou pessoalmente por boa parte das produções do disco - além de participar como rapper de duas faixas.
Elogiado pela crítica especializada em hip hop, o cd não deverá seguir a sina do primeiro álbum do agrupamento que não vendeu nem 50 mil cópias - pouquíssimo na América - apesar da recepção favorável da imprensa.
"Welcome to: Our House" muito provavelmente irá chegar ao topo das paradas americanas e vai emplacar alguns hits nas rádios e programas que se dedicam ao hip hop e merecidamente.
Se rap e hip hop é sua praia o cd é uma ótima pedida, afinal aqui se tem o pacote completo: boas rimas e flow, sacadas espertas na produção e convidados especiais do primeiríssimo time.
Trey Songz - Chapter V
O quinto álbum do astro do R&B americano chegou arrebentando, batendo nos topos das paradas principais e de R&B da Billboard. Trey Songz fez um disco bem longo - são mais de setenta minutos - mas também buscou variar usando uma gama diversa de produtores e parceiros.
Claro que esse é mais um disco para pistas e festas do que para ser ouvido com calma e atenção, até porque não há muito a se tirar de letras que dizem "eu só vim aqui pelas safadas e pelas bebidas" (em 2 Reasons (Feat. T.i.) - além de diversão desencanada.
Não que isso seja necessariamente um problema, afinal tem horas em que tudo que se quer é ouvir algo que simplesmente divirta.
E sejamos sinceros, essa é só uma das facetas do cantor que sabe dosar os momentos de bravata e gaiatice com outros mais tenros onde expõe suas vulnerabilidades. É essa mistura que faz com que ele se destaque no meio de uma cena extremamente congestionada como essa.
David Archuleta - BEGIN
O jovem que se tornou conhecido no American Idol lança esse seu quinto álbum sem querer inovar muito. Apesar do título que sugere algum recomeço o disco traz basicamente versões para sucessos de U2, REM ou Keane além de uma única canção inédita: Broken.
A última música do disco é uma versão do hino gospel Be Still, My Soul. E é ela que dá a sensação de fim de uma era para o cantor e seu trabalho. Isso porque Archuleta é Mormon e acaba de abandonar a carreira por algum tempo. Nesse momento ele está viajando pelo mundo fazendo trabalho missionário.
Steve Vai - Story of Light
Dentre todos os virtuosos da guitarra que despontaram nos anos 80, Steve Vai sempre se mostrou o mais eclético, lírico e aventureiro - tanto que ele tocou com gente como Frank Zappa, Joe Jackson ou o PIL.
"The Story of Light" é o primeiro disco solo de estúdio de Vai em sete anos e a espera foi bem compensada em mais um disco em que os voos de guitarra não são nem de longe a única opção do cardápio - ainda que obviamente eles sejam o prato principal.
O álbum também tem blues, gospel e até uma simpática participação de Aimee Mann em No More Amsterdam.
The Darkness - Hot Cakes
Taí uma banda que voltou do limbo. Afinal se tinha um grupo já dado como morto e enterrado era o Darkness, tanto porque o grupo não emplacou seu segundo álbum de 2005 como pelas temporadas em clínicas de reabilitação passadas pelo vocalista Justin Hawkins que também tentou emplacar um projeto solo - o British Whale sem muito sucesso. Como as opções eram poucas e nada animadores era só questão de tempo até ele se reunir ao seu irmão e antigo parceiro de banda Dan Hawkins.
O que ninguém esperava é que esse retorno fosse ser tão bem sucedido. O grupo conseguiu até uma vaguinha como banda de abertura da atual turnê de Lady Gaga - eles irão acompanhá-la também ao Brasil e ainda viu esse "Hot Cakes" ser bastante elogiado pela imprensa inglesa.
E eles realmente têm razão. O Darkness entrega aqui mais um disco em que a fronteira entre a tiração de sarro e o amor sincero pelo rock de estádio (farofa ou não) dos anos 70 e o 80 nunca fica muito bem clara. Justin continua soltando seus falsetes. Para ouvir com um sorriso no rosto, especialmente na inacreditável versão "Iron Maiden" para Street Spirit (Fade Out) do Radiohead que nem o Massacration ousou sonhar.
Antony And The Johnsons - Cut The World
Creiam, não existe no mundo da música atual ninguém como Antony Hegarty. Com sua voz de múltiplo alcance e dono de uma figura que foge completamente dos padrões estabelecidos, o trabalho dele é daquele que desafia as convenções e pede para ser ouvido com muita atenção.
"Cut The World" é um álbum ao vivo gravado com orquestra e é no mínimo arrepiante. O invólucro sinfônico libera ainda mais a melancolia que já se percebia nas versões de estúdio e deixa Antony livre para dar vazão ao seu lado "diva dilacerada". Se você assistiu ao assustador clipe da faixa título desse álbum já sabe mais ou menos o que esperar. "Cut The World" é um disco para quem busca algo mais que escapismo e está atrás de emoções duradouras.
Elbow - Dead In The Boot
É uma pena que o Elbow não tenha conseguido repetir no resto do planeta o sucesso que tem em sua Inglaterra nata, onde o grupo goza de status de superstars no mesmo nível de bandas como o Muse por exemplo.
Se você nunca ouviu os discos da banda que faz um som de difícil classificação em sua mistura de rock progressivo, indie e alguma dramaticidade, "Dead In The Boot" talvez não seja a melhor indicação, já que ele se trata de uma compilação de B-sides e faixas raras que farão a delícia dos fãs mais fieis do quinteto. Mas mesmo nesse apunhado de sobras dá pra ver o talento da banda que tem grandes álbuns em sua discografia como "Asleep in the Back" ou "Cast Of Thousands".
Lynyrd Skynyrd - Last Of A Dying Breed
Já a partir do título do álbum - "últimos de uma espécie em extinção" - os veteraníssimos do Lynyrd Skynyrd deixam claro que não fazem parte dos dias atuais.
Ou seja, esse é um disco para gente mais velha ou que sente saudades de uma época em que não viveu. Apesar de contar apenas com o guitarrista Gary Rosington da formação original - se teve uma banda que encarou tragédias é essa - o Lynyrd versão 2012 ainda tem o pé firme na primeira metade da década de 70 com seus riffs bluesificados e suas letras que variam da sacanagem, pura e simples aos temas reacionários honrando o homem americano comum.
Óbvio que o álbum não é páreo para os petardos lançados pela banda original (o primeiro álbum em particular - Pronounced 'L'h-'nérd 'Skin-'nérd - segue insuperável e deveria estar em toda boa coleção de rock'n'roll), mas é bonito vê-los em pleno 2012 ainda pondo fé no rock sulista.
A isso tudo some um inegável clima de nostalgia e mesmo despedida e você tem um disco que agradará os fãs tanto da banda quanto de rock clássico.
Andy Summers & Fernanda Takai - Fundamental
Poucos duvidavam que a voz suave e doce de Fernanda Takai cairia muito bem num repertório de bossa-nova. E foi isso o que se viu quando há alguns anos ela lançou seu primeiro disco solo todo baseado nas canções tornadas famosas por Nara Leão.
"Fundamental" já é algo bem diferente. O álbum na verdade é muito mais de Andy Summers o ex-guitarrista do Police e grande entusiasta da música brasileira. Ao se ver com um punhado de canções com inegável bossa ele percebeu que elas seriam melhor adornadas por uma voz feminina. A ponte entre o inglês e a brasileira foi feita pelo mestre Roberto Menescal e o álbum resultante é bem interessante.
Fernanda não só canta como também ajudou a transpor algumas letras para o português - às vezes em parceria com seu marido John Ulhoa ou com Zélia Duncan - e em outras apenas embelezou as canções em inglês com sua voz.
"Fundamental" é um disco calmo, e contemplativo, mas também repleto de momentos mais dissonantes com guitarras altas e clima pesado.