Com as festas de fim de ano chegando as gravadoras soltam suas últimas armas. Assim novembro viu não só a chegada de novos lançamentos de Rihanna, One Direction e Pitbull como também uma enxurrada de discos ao vivo e coletâneas para os mais diversos públicos. É isso que você confere nesse especial.
Rihanna - Unapologetic
Do jeito que a coisa vai não leva muito tempo para Rihanna herdar o título de "maior trabalhador do show business" que por décadas pertenceu a James Brown. Afinal a garota parecer ter fôlego infinito em sua rotina de turnês, clipes super produzidos, gravações, participações especiais e até umas escapadas para o mundo do cinema.
Mais surpreendente ainda é ver que ela consegue manter seu padrão de qualidade. "Unapologetic" é o sétimo disco de inéditas dela em oito anos - quase um recorde em uma época em que grandes espaços de tempo entre os lançamentos são quase regra. Para a felicidade da cantora o trabalho novamente caiu de cara nas graças do público que colocou o disco no topo da parada americana em sua semana de lançamento.
No lado musical Rihanna continua fazendo ótima dance music, com um aceno ao dubstep, pop, r&b e baladas radiofônicas. As letras estão ainda mais provocativas e ela segue senhora de seu reino. Uma situação que pelo visto deve ficar inalterada por um bom tempo.
One Direction - Take Me Home
O quinteto inglês é a bola da vez, vendendo milhões de cópias de discos, DVDs e revistas com seus rostos estampados na capa. De resto algo que sempre foi uma constante na história da música pop.
A história é conhecida: cinco garotos bonitinhos que cantam e dançam ao som de um pop perfeitamente confeccionado que acerta em cheio o público feminino (pré)adolescente e atrai bronca dos meninos.
Mas por trás dessa velha fórmula percebe-se alguma diferença no One Direction, principalmente no que diz respeito ao material gravado por eles. Sim, tudo é pop e de fácil assimilação, mas ele inegavelmente funciona e é cheio de boas sacadas nas melodias e arranjos.
Se vai durar? Pouco importa, o pop não precisa necessariamente ser eterno. Por ora como mostra em "Take Me Home" seu segundo disco, o One Direction desempenha muito bem a sua função e é isso o que importa.
Green Day - iDos!
O segundo disco da trilogia que a banda está lançando desde setembro e será completada no mês que vem com "¡Tre!" é, nas palavras do líder Billie Joe Armstrong, o disco mais cru e garageiro da tríade principalmente se comparado com o som mais pop de "¡Uno!".
Aqui o trio volta a querer apenas se divertir com canções rápidas e de grande pegada, deixando os conceitos ambiciosos pra lá. O álbum dessa forma seguramente agradará quem sentia falta do Green Day "das antigas".
Não que tudo aqui seja festa e velocidade. O álbum termina com a singela e melancólica "Amy, construída aos moldes das antigas baladas soul cantadas por grupos vocais femininos nos anos 60 em homenagem à Amy Winehouse.
Saga Crepúsculo - Twilight Saga: Breaking Dawn, Part 2
E finalmente (ou infelizmente diriam os fãs) a Saga Crepúsculo chegou ao final também nos cinemas. Essa então é a trilha derradeira dos filmes. Mantendo a tradição o Cd mistura nomes consagrados (Green Day e cults (Feist, Passion Pit) com gente em ascensão (Ellie Goulding, Passion Pit) e mais alguns artistas praticamente desconhecidos (POP ETC)em álbuns que acabam surpreendentemente funcionando de forma homogênea.
Os fãs provavelmente já compraram e ouviram bastante. Os menos xiitas devem escutar até porque as trilhas da série costumam ser uma boa forma para se conhecer artistas novos e interessantes que muitas vezes poderiam passar despercebidos dada a quantidade de músicas e discos que são lançados diariamente mundo afora.
Pitbull - Global Warming
O rapper superstar Pitbull não gosta de perder tempo - esse é o seu sétimo álbum em oito anos, fora as participações especiais em inúmeras faixas. "Global Warming" não chega a avançar muito em relação aos seus discos anteriores, mas também não tem nada que vá desapontar seus fãs que adoram a o jeito gaiato e sua postura sacana tipicamente latinas.
O álbum tem diversas participações de peso - Chris Brown, Christina Aguilera e The Wanted entre outros e até uma adaptação do nosso "Eu Quero Tchu, Eu Quero Tcha" em "Tchu Tchu Tcha (Feat. Enrique Iglesias)". Para quem busca apenas diversão e músicas dançantes o disco é uma ótima pedida.
Alicia Keys - Girl On Fire
O quinto disco daquela que talvez seja a mais talentosa e classuda artista do R&B contemporâneo mostra que Alicia Keys continua muito bem. Os mais puristas podem até reclamar de uma coisinha ou outra (como os famigerados "featurings" com alguma estrela das paradas), mas não se pode negar que Alicia é uma das raras artistas desse meio que realmente tem voz ativa em todo o processo de criação já que ela não só compõe e toca como também tem créditos de produtora em diversas faixas do álbum.
"Girl On Fire" dessa forma mais uma vez brilha e mostra que Alicia Keys tem fôlego e talento para se tornar uma cantora não só com uma carreira longa mas produtiva e principalmente com credibilidade.
Ne-Yo - R.E.D.
Ne-Yo está de volta dois anos depois do friamente recebido "Libra Scale" tentando recuperar o terreno perdido. A crítica de modo geral achou o trabalho decente e respeitável, ainda que longe do brilhante. A recepção entre os consumidores foi mais ou menos equivalente - o disco estreou no 17° lugar da parada - posição nada desprezível, mas que também mostra que o cantor atinge mais o seu público fiel que a grande massa consumidora.
Números a parte "R.E.D." é um bom disco de R&B e pop dançante. As faixas contam com bons ganchos e beats e o cantor continua dominando bem a sua arte. Quem é fã não irá se desapontar. Agora se ele tem bala para reconquistar o grande público só o tempo irá dizer.
Aerosmith - Music From Another Dimension!
Demorou mas finalmente o Aerosmith lançou outro disco de inéditas - o primeiro após mais de dez anos. A chegada do disco marca o fim de um período marcado por diversas brigas que davam a entender que o quinteto não sobreviveria por muito mais tempo.
Apesar da demora não dá pra dizer que muita coisa mudou no campo da banda de Steven Tyler e Joe Perry. A banda segue no padrão estipulado desde a metade da década de 80 quando a banda renasceu comercialmente ao misturar faixas pesadas com outras mais pop.
"Music From Another Dimension!" tem rocks inspirados com claro aceno à fase setentista da banda e mais a cota de baladas que quase sempre acabam estourando nas rádios do planeta ("We All Fall Down" escrita pela mesma Diane Warren de "I Don't Want To Miss A Thing" é a candidata da vez).
Em resumo é o velho Aerosmith de sempre.
Phillip Phillips - World From the Side of the Moon
O jovem vencedor da 11ª temporada do "American Idol" chega ao seu disco de estreia. O mais legal do álbum é ver que o cantor teve papel de destaque em toda sua concepção - ele tem crédito de compositor em quase todas as faixas - ou seja, podemos estar vendo aqui o surgimento de um artista de verdade e não apenas do típico boneco que apenas faz o que seus chefes mandam.
"Phillip Phillips" é um disco agradável de se ouvir. As influências do garoto são boas para o tipo de música que se propõe a fazer - o pop adulto de Billy Joel e Dave Matthews Band são bons pontos de partida - e ele até arrisca um certo alinhamento com o folk para as massas praticado pelos Mumford And Sons. Claro que há quem diga que essa fatia de mercado já está bem preenchida, mas ainda vale a pena dar uma chance a Phillips, que pelo que mostra nessa estreia demonstra ter bom gosto e futuro.
Christina Aguilera - Lotus
Em seu sétimo disco Christina Aguilera tentou dar uma repaginada em sua carreira buscando obviamente um renascimento artístico e comercial. Para isso ela chamou novos colaboradores e usou suas experiências de vida nos últimos anos para criar as faixas de "Lotus".
Musicalmente não se pode negar que o disco funciona - até porque ela está sempre cercada de bons profissionais e é dona de um gogó privilegiado.
Já na seara comercial a coisa está mais complicada para ela. Não que o disco esteja indo exatamente mal das pernas, mas quando falamos de artistas desse porte qualquer queda de desempenho já é visto como um desastre.
O melhor logo é que ela passe a se preocupar apenas em fazer bons discos e gravar canções que venham do seu coração. Artistas que fazem isso costumam ficar mais satisfeitos ao final do processo - e o público sempre percebe isso.
Soundgarden - King Animal
Ver uma banda que você adorava de volta é sempre legal. Mais ainda se o retorno é com a formação completa. Agora se além disso tudo o grupo volta com um disco novo que além de não fazer feio frente ao seu passado ainda o enobrece aí a coisa fica realmente boa - até porque casos assim são bem raros. Pois foi basicamente isso que o Soundgarden conseguiu fazer com "King Animal". Um disco potente, forte, poderoso e entregue com garra pela banda.
Os fãs obviamente não escondem seu contentamento e a banda se mostra disposta a retribuir todo esse carinho. Só resta saber como eles vão fazer para cair na estrada, já que eles estão na bizarra situação de terem de dividir seu baterista com outra banda. Geralmente isso não é um grande problema, mas quando você se chama Matt Cameron e a tal outra banda é o Pearl Jam a coisa se complica. Não a toa um papo de que os dois grupos sairiam em turnê simultaneamente chegou a circular na imprensa estrangeira. Por ora tudo não passa de boato, mas se a turnê sair do papel vai ter muito marmanjo que ouvia rock nos anos 90 derramando lágrimas.
Led Zeppelin - Celebration Day
Em 10 de dezembro de 2007 20 mil pessoas na O2 Arena de Londres puderam ver aquela que muito provavelmente foi a última reunião dos membros remanescentes do Led Zeppelin. Jimmy Page, Robert Plant e John Paul Jones - mais Jason Bonham o filho do falecido John Bonham - se juntaram para um show beneficente que já entrou para a história.
Agora após cinco anos, finalmente a banda resolveu lançar a apresentação comercialmente. Para os fãs que por anos só puderam ver imagens do concerto em vídeos amadores no YouTube a notícia foi recebida com enorme entusiasmo. Mas o melhor mesmo é ver que o show foi realmente arrepiante. A banda tratou o evento com toda a seriedade que ele merecia e entregou uma apresentação impecável em que clássicos e canções menos massificadas de seu repertório se fundiram de forma brilhante.
"Celebration Day" foi lançado tanto em Cd quanto em Dvd e Blu-Ray. Seja no formato que for o fato é que o disco mostra porque o Led Zeppelin foi, e continuará sendo, uma das maiores bandas de todos os tempos.
Coldplay - Live 2012
Triste com cancelamento dos shows do Coldplay no Brasil? Se sim, o jeito então é afogar as mágoas com esse trabalho - que sai também em Dvd - recém-lançado que resume um pouco como foram as apresentações da banda neste ano.
O disco só comprova o que muitos já sabem: o Coldplay é uma das maiores bandas do planeta e sabe jogar o jogo do mercado com grande desenvoltura. Note que apesar de toda a grandiosidade do espetáculo, a banda nunca se torna escrava dos efeitos cênicos. A música ainda é o foco central dos shows e a razão de ser do quarteto. Quem é fã vai adorar e mesmo que anda com um certo bode da onipresença Chris Martin e seus parceiros deveriam dar nova chance para o quarteto.
Queen - Hungarian Rhapsody
O Queen sempre assumiu a função de "banda desbravadora". Eles foram um dos primeiros a se aventurar fora do eixo "EUA-Europa". Foi esse pioneirismo que os trouxe ao Brasil e Argentina em 1981 mas que também os botou em uma tremenda saia justa quando eles tocaram na África do Sul em plena vigência do Apartheid.
Em 1986 eles fizeram sua derradeira turnê e uma das paradas foi em Budapeste na Hungria que ainda vivia sob um rígido regime comunista. Desnecessário dizer que o show entrou para a história do país e que a banda entregou ali uma de suas performances mais tocantes. A apresentação que há 25 anos foi vista por 80 mil húngaros acaba de ser lançada em DVD e Blu-ray e também em CD. Histórico é pouco.
AC/DC - AC/DC Live at River Plate
Esse disco traz o áudio do show já lançado há alguns anos em Dvd e Blu-Ray. Ou seja os fãs já estão carecas de saber que os shows da banda em Buenos Aires foram das apresentações mais inacreditáveis já feitas nos últimos tempos. Com uma banda nos trinques e milhares de argentinos à beira da insanidade na plateia o resultado só poderia ser mesmo inesquecível.
Angus Young e cia. desfilam então seus clássicos eternos de forma exemplar e sem pausa para descanso. Para quem não tem o Dvd é uma boa. Ainda que seja inegável que neste caso as imagens sejam quase tão fundamentais quanto as músicas.
O lançamento no final serve mais para lembrar que os australianos finalmente autorizaram a venda de seus discos e músicas no iTunes - o grupo era o último entre os grandes que não tinham feito acordo com a loja virtual.
Rolling Stones - GRRR!
Cinquenta anos de rock não é pra qualquer um. Não a toa as cinco décadas dos Rolling Stones estão sendo comemoradas com toda a pompa necessária.
Claro que o ideal seria termos um álbum novo da banda, afinal já se passaram sete anos desde o lançamento de "A Bigger Bang", mas essa coletânea com duas faixas inéditas serve para nos lembrarmos de como os Stones foram geniais e para termos a certeza de que o mundo nunca mais verá uma banda como essa.
Entre as várias versões lançadas no mercado, a melhor no quesito custo/benefício é a versão tripla que cobre todas as fases da banda de maneira exemplar. Obviamente não podemos pensar em uma coleção de rock completa sem pelo menos uns dez álbuns deles na estante, mas "GRRR!" no mínimo serve como paliativo, além de ser ótima para deixar rolando no carro ou MP3 player.
Kelly Clarkson - Greatest Hits-Chapter One
A indústria costuma inundar as lojas de coletâneas no final do ano. É uma forma de garantir algum produto novo de artistas que vendem bastante nas prateleiras. Além disso esses disquinhos costumam se mostrar uma boa opção na hora de escolher o que dar de presente no natal ou amigo secreto.
Esse "greatest hits" por exemplo junta todos os hits de Kelly Clarkson em um só pacote e traz de quebra algumas faixas inéditas para os fãs que já têm tudo que ela lançou em seus quase dez anos de estrada.
Para quem sempre gostou da cantora mas não tinha nenhum disco essa é uma boa opção - Especialmente na versão "deluxe" que tem além de faixas a mais um Dvd bônus com quatorze vídeos.
Lana Del Rey - Paradise
Uma tendência cada vez mais constante no mercado internacional é o de relançar um disco de sucesso com algumas faixas a mais e (re)batizá-lo de "versão 2.0". A estratégia costuma ser interessante para aqueles fãs retardatários que não compraram o disco no lançamento e acabam motivados com a versão nova. Por outro lado aqueles que adquiriram o disco assim que foi pras lojas muitas vezes acabam recomprando o disco, o que obviamente não os deixa lá muito felizes.
Tudo isso pra falar que Lana Del Rey pelo menos fez a coisa certa ao dar aos seus fãs a possibilidade deles terem o EP "Paradise" em separado ou na versão de luxo de seu disco de estreia "Born To Die".
A boa notícia é que as músicas do disquinho são muito boas. Além da versão do clássico dos anos 50 "Blue Velvet" e da sacana "Cola - aquela em que ela diz que as suas, hmmm, partes baixas, tem o sabor de um popular refrigerante o EP também tem a ótima "Ride", que mostra que a cantora ainda pode surpreender mesmo após meses e meses de onipresença na mídia.
Nicki Minaj - Pink Friday: Roman Reloaded, The Re-Up
Assim como no caso de Lana Del Rey aqui temos outro caso de "Versão 2.0" de um álbum lançado em 2012.
Esse aqui traz uma versão extendida do álbum "Pink Friday" com um Cd bônus com oito faixas novas e mais um Dvd. Novamente, o pacote acaba sendo uma boa pedida para quem ainda não comprou o álbum em sua configuração original. Ainda assim os bônus presentes nessa encarnação do álbum são bem interessantes o que torna a nova versão desejável mesmo para quem já tinha o disco em casa.
Deftones - Koi No Yokan
Um dos precursores do que se convencionou chamar "new metal" (e que hoje em dia não tem mais nada de "new"), os Deftones conseguiram não só sobreviver à superexposição que o gênero sofreu em meados da década passada como continuou fazendo discos elogiados e que continuam agradando seu público que segue numeroso.
"Koi No Yokan" chegou no 11° lugar da parada americana e foi bastante elogiado pela imprensa especializada em sons mais heavy. Se música pesada feita com tutano faz a sua cabeça esse provavelmente será um dos seus discos de 2012.
Robbie Williams - Take The Crown
O título já entrega que desta vez Robbie Williams não quis fazer mais num disco qualquer, mas sim reclamar a coroa de rei do pop britânico que foi sua por anos e parece ter trocado de mãos recentemente. Para isso ele botou a mão na massa e se empenhou em fazer um álbum digno do seu nome. A missão era uma só: fazer um disco POP, com músicas fortes e com potencial para se tornarem hits de grande alcance.
E não é que no final Williams conseguiu seu intento? "Take The Crown" traz de volta o pop musculoso e fortemente melódico que sempre foram sua maior característica. O senso de humor - e galhofa - seguem presentes e só melhora já que agora ele está mais velho e com o total controle de sua persona artística.
Ajudou e muito nesse resultado a produção certeira de Jacknife Lee e o repertório homogêneo. O resultado disso foi o esperado: "Take The Crown" entrou direto no topo da parada inglesa - o décimo álbum dele a chegar lá - ao mesmo tempo em que o single "Candy também estava no primeiro lugar. Ou seja, se existe uma pessoa feliz no mundo hoje ela se chama Robbie Williams.
McFly - Memory Lane - The Best of McFly
Mais uma coletânea, essa aqui traz todos os hits do simpático grupo britânico muito querido por garotas adolescentes, e outras nem tão adolescentes assim. Isso porque o McFly já está há quase dez anos na estrada com uma carreira bastante consistente - o que basta para mostrar que eles são mais que uma banda de garotos criada por empresários para faturar o máximo no menor tempo possível.
Para quem gosta do pop praticado pelo grupo mas nunca foi atrás dos discos, "Memory Lane", é uma ótima opção, de preferência na versão deluxe que tem Cd bônus com várias faixas raras e curiosas. Mas se a grana estiver curta a versão simples, que também tem um punhado de faixas inéditas, já vale a pena.
Whitney Houston - I Will Always Love You: The Best Of Whitney Houston
Como era de se esperar a morte de Whitney Houston em fevereiro passado ajudou a aquecer as vendas de discos e músicas da cantora. Daí não ser muita surpresa ver o lançamento desta coletânea bem na época do natal.
Deixando as discussões sobre a relação entre comércio, real valor artístico do lançamento e exploração de legado/memória da artista de lado, o fato é que essa compilação resume bem a obra de Whitney em sua mistura de pop dançante, soul music e baladas MOR. Some a isso o fato de que em seus álbuns ela muitas vezes era um tanto irregular e se tem o álbum perfeito da cantora para o ouvinte casual. Se esse é o seu caso, pode comprar sem medo.
Zélia Duncan - Tudo Esclarecido
Zélia Duncan nunca escondeu sua enorme dívida para com o pessoal da chamada "Vanguarda Paulistana", a turma que sacudiu os subterrâneos da MPB no início dos anos 80 e tinha entre seus principais nomes Arrigo Barnabé e Itamar Assumpção. Como todo movimento vanguardista esse também não atingiu o grande público, mas obviamente chegou aos ouvidos de artistas que mais tarde tornaram-se populares. Basta lembrar que além de Zélia, Cássia Eller também era grande fã desse pessoal.
Em "Tudo Esclarecido" Zélia Duncan dedica todo um álbum às canções de Itamar Assumpção e é lindo ver que as músicas outrora tidas como "malditas" revelam-se belas e diretas canções pop na voz da cantora. O disco traz além de faixas que já haviam sido gravadas por Itamar, que morreu em 2003 aos 53 anos, várias músicas que jamais haviam sido gravadas pelo cantor e compositor. Entre elas está Zélia Mãe Joana escrita por ele em homenagem à própria Duncan. Participações especiais de Martinho da Vila e Ney Matogrosso completam esse que é fácil um dos melhores lançamentos de música brasileira de 2012.
Caetano Veloso - Abraçaço
Aos 70 anos de idade Caetano Veloso continua irriquieto e disposto a buscar a polêmica. "Abraçaço" fecha a trilogia que já nos deu o ótimo "Cê" e o bom "Zii e Zie".
O baiano volta a ser acompanhado pela "Banda Cê" que dá um formato roqueiro ao disco mesmo que ele seja eclético o bastante para abraçar o samba, carimbó e o funk carioca. Já as letras continuam variando entre o poético e o provocativo (Um Comunista fala sobre Carlos Marighella e A Bossa Nova É Foda cita diversos lutadores de MMA). Ou seja, esse é um disco que tem bem a cara de seu autor. os fãs de longa data provavelmente acharão alguns defeitos, até porque o compositor nunca teme experimentar, mas ao final estes também deverão ficar com a certeza de que este é um dos melhores trabalhos recentes do cantor e compositor.
Rihanna - Unapologetic
Do jeito que a coisa vai não leva muito tempo para Rihanna herdar o título de "maior trabalhador do show business" que por décadas pertenceu a James Brown. Afinal a garota parecer ter fôlego infinito em sua rotina de turnês, clipes super produzidos, gravações, participações especiais e até umas escapadas para o mundo do cinema.
Mais surpreendente ainda é ver que ela consegue manter seu padrão de qualidade. "Unapologetic" é o sétimo disco de inéditas dela em oito anos - quase um recorde em uma época em que grandes espaços de tempo entre os lançamentos são quase regra. Para a felicidade da cantora o trabalho novamente caiu de cara nas graças do público que colocou o disco no topo da parada americana em sua semana de lançamento.
No lado musical Rihanna continua fazendo ótima dance music, com um aceno ao dubstep, pop, r&b e baladas radiofônicas. As letras estão ainda mais provocativas e ela segue senhora de seu reino. Uma situação que pelo visto deve ficar inalterada por um bom tempo.
One Direction - Take Me Home
O quinteto inglês é a bola da vez, vendendo milhões de cópias de discos, DVDs e revistas com seus rostos estampados na capa. De resto algo que sempre foi uma constante na história da música pop.
A história é conhecida: cinco garotos bonitinhos que cantam e dançam ao som de um pop perfeitamente confeccionado que acerta em cheio o público feminino (pré)adolescente e atrai bronca dos meninos.
Mas por trás dessa velha fórmula percebe-se alguma diferença no One Direction, principalmente no que diz respeito ao material gravado por eles. Sim, tudo é pop e de fácil assimilação, mas ele inegavelmente funciona e é cheio de boas sacadas nas melodias e arranjos.
Se vai durar? Pouco importa, o pop não precisa necessariamente ser eterno. Por ora como mostra em "Take Me Home" seu segundo disco, o One Direction desempenha muito bem a sua função e é isso o que importa.
Green Day - iDos!
O segundo disco da trilogia que a banda está lançando desde setembro e será completada no mês que vem com "¡Tre!" é, nas palavras do líder Billie Joe Armstrong, o disco mais cru e garageiro da tríade principalmente se comparado com o som mais pop de "¡Uno!".
Aqui o trio volta a querer apenas se divertir com canções rápidas e de grande pegada, deixando os conceitos ambiciosos pra lá. O álbum dessa forma seguramente agradará quem sentia falta do Green Day "das antigas".
Não que tudo aqui seja festa e velocidade. O álbum termina com a singela e melancólica "Amy, construída aos moldes das antigas baladas soul cantadas por grupos vocais femininos nos anos 60 em homenagem à Amy Winehouse.
Saga Crepúsculo - Twilight Saga: Breaking Dawn, Part 2
E finalmente (ou infelizmente diriam os fãs) a Saga Crepúsculo chegou ao final também nos cinemas. Essa então é a trilha derradeira dos filmes. Mantendo a tradição o Cd mistura nomes consagrados (Green Day e cults (Feist, Passion Pit) com gente em ascensão (Ellie Goulding, Passion Pit) e mais alguns artistas praticamente desconhecidos (POP ETC)em álbuns que acabam surpreendentemente funcionando de forma homogênea.
Os fãs provavelmente já compraram e ouviram bastante. Os menos xiitas devem escutar até porque as trilhas da série costumam ser uma boa forma para se conhecer artistas novos e interessantes que muitas vezes poderiam passar despercebidos dada a quantidade de músicas e discos que são lançados diariamente mundo afora.
Pitbull - Global Warming
O rapper superstar Pitbull não gosta de perder tempo - esse é o seu sétimo álbum em oito anos, fora as participações especiais em inúmeras faixas. "Global Warming" não chega a avançar muito em relação aos seus discos anteriores, mas também não tem nada que vá desapontar seus fãs que adoram a o jeito gaiato e sua postura sacana tipicamente latinas.
O álbum tem diversas participações de peso - Chris Brown, Christina Aguilera e The Wanted entre outros e até uma adaptação do nosso "Eu Quero Tchu, Eu Quero Tcha" em "Tchu Tchu Tcha (Feat. Enrique Iglesias)". Para quem busca apenas diversão e músicas dançantes o disco é uma ótima pedida.
Alicia Keys - Girl On Fire
O quinto disco daquela que talvez seja a mais talentosa e classuda artista do R&B contemporâneo mostra que Alicia Keys continua muito bem. Os mais puristas podem até reclamar de uma coisinha ou outra (como os famigerados "featurings" com alguma estrela das paradas), mas não se pode negar que Alicia é uma das raras artistas desse meio que realmente tem voz ativa em todo o processo de criação já que ela não só compõe e toca como também tem créditos de produtora em diversas faixas do álbum.
"Girl On Fire" dessa forma mais uma vez brilha e mostra que Alicia Keys tem fôlego e talento para se tornar uma cantora não só com uma carreira longa mas produtiva e principalmente com credibilidade.
Ne-Yo - R.E.D.
Ne-Yo está de volta dois anos depois do friamente recebido "Libra Scale" tentando recuperar o terreno perdido. A crítica de modo geral achou o trabalho decente e respeitável, ainda que longe do brilhante. A recepção entre os consumidores foi mais ou menos equivalente - o disco estreou no 17° lugar da parada - posição nada desprezível, mas que também mostra que o cantor atinge mais o seu público fiel que a grande massa consumidora.
Números a parte "R.E.D." é um bom disco de R&B e pop dançante. As faixas contam com bons ganchos e beats e o cantor continua dominando bem a sua arte. Quem é fã não irá se desapontar. Agora se ele tem bala para reconquistar o grande público só o tempo irá dizer.
Aerosmith - Music From Another Dimension!
Demorou mas finalmente o Aerosmith lançou outro disco de inéditas - o primeiro após mais de dez anos. A chegada do disco marca o fim de um período marcado por diversas brigas que davam a entender que o quinteto não sobreviveria por muito mais tempo.
Apesar da demora não dá pra dizer que muita coisa mudou no campo da banda de Steven Tyler e Joe Perry. A banda segue no padrão estipulado desde a metade da década de 80 quando a banda renasceu comercialmente ao misturar faixas pesadas com outras mais pop.
"Music From Another Dimension!" tem rocks inspirados com claro aceno à fase setentista da banda e mais a cota de baladas que quase sempre acabam estourando nas rádios do planeta ("We All Fall Down" escrita pela mesma Diane Warren de "I Don't Want To Miss A Thing" é a candidata da vez).
Em resumo é o velho Aerosmith de sempre.
Phillip Phillips - World From the Side of the Moon
O jovem vencedor da 11ª temporada do "American Idol" chega ao seu disco de estreia. O mais legal do álbum é ver que o cantor teve papel de destaque em toda sua concepção - ele tem crédito de compositor em quase todas as faixas - ou seja, podemos estar vendo aqui o surgimento de um artista de verdade e não apenas do típico boneco que apenas faz o que seus chefes mandam.
"Phillip Phillips" é um disco agradável de se ouvir. As influências do garoto são boas para o tipo de música que se propõe a fazer - o pop adulto de Billy Joel e Dave Matthews Band são bons pontos de partida - e ele até arrisca um certo alinhamento com o folk para as massas praticado pelos Mumford And Sons. Claro que há quem diga que essa fatia de mercado já está bem preenchida, mas ainda vale a pena dar uma chance a Phillips, que pelo que mostra nessa estreia demonstra ter bom gosto e futuro.
Christina Aguilera - Lotus
Em seu sétimo disco Christina Aguilera tentou dar uma repaginada em sua carreira buscando obviamente um renascimento artístico e comercial. Para isso ela chamou novos colaboradores e usou suas experiências de vida nos últimos anos para criar as faixas de "Lotus".
Musicalmente não se pode negar que o disco funciona - até porque ela está sempre cercada de bons profissionais e é dona de um gogó privilegiado.
Já na seara comercial a coisa está mais complicada para ela. Não que o disco esteja indo exatamente mal das pernas, mas quando falamos de artistas desse porte qualquer queda de desempenho já é visto como um desastre.
O melhor logo é que ela passe a se preocupar apenas em fazer bons discos e gravar canções que venham do seu coração. Artistas que fazem isso costumam ficar mais satisfeitos ao final do processo - e o público sempre percebe isso.
Soundgarden - King Animal
Ver uma banda que você adorava de volta é sempre legal. Mais ainda se o retorno é com a formação completa. Agora se além disso tudo o grupo volta com um disco novo que além de não fazer feio frente ao seu passado ainda o enobrece aí a coisa fica realmente boa - até porque casos assim são bem raros. Pois foi basicamente isso que o Soundgarden conseguiu fazer com "King Animal". Um disco potente, forte, poderoso e entregue com garra pela banda.
Os fãs obviamente não escondem seu contentamento e a banda se mostra disposta a retribuir todo esse carinho. Só resta saber como eles vão fazer para cair na estrada, já que eles estão na bizarra situação de terem de dividir seu baterista com outra banda. Geralmente isso não é um grande problema, mas quando você se chama Matt Cameron e a tal outra banda é o Pearl Jam a coisa se complica. Não a toa um papo de que os dois grupos sairiam em turnê simultaneamente chegou a circular na imprensa estrangeira. Por ora tudo não passa de boato, mas se a turnê sair do papel vai ter muito marmanjo que ouvia rock nos anos 90 derramando lágrimas.
Led Zeppelin - Celebration Day
Em 10 de dezembro de 2007 20 mil pessoas na O2 Arena de Londres puderam ver aquela que muito provavelmente foi a última reunião dos membros remanescentes do Led Zeppelin. Jimmy Page, Robert Plant e John Paul Jones - mais Jason Bonham o filho do falecido John Bonham - se juntaram para um show beneficente que já entrou para a história.
Agora após cinco anos, finalmente a banda resolveu lançar a apresentação comercialmente. Para os fãs que por anos só puderam ver imagens do concerto em vídeos amadores no YouTube a notícia foi recebida com enorme entusiasmo. Mas o melhor mesmo é ver que o show foi realmente arrepiante. A banda tratou o evento com toda a seriedade que ele merecia e entregou uma apresentação impecável em que clássicos e canções menos massificadas de seu repertório se fundiram de forma brilhante.
"Celebration Day" foi lançado tanto em Cd quanto em Dvd e Blu-Ray. Seja no formato que for o fato é que o disco mostra porque o Led Zeppelin foi, e continuará sendo, uma das maiores bandas de todos os tempos.
Coldplay - Live 2012
Triste com cancelamento dos shows do Coldplay no Brasil? Se sim, o jeito então é afogar as mágoas com esse trabalho - que sai também em Dvd - recém-lançado que resume um pouco como foram as apresentações da banda neste ano.
O disco só comprova o que muitos já sabem: o Coldplay é uma das maiores bandas do planeta e sabe jogar o jogo do mercado com grande desenvoltura. Note que apesar de toda a grandiosidade do espetáculo, a banda nunca se torna escrava dos efeitos cênicos. A música ainda é o foco central dos shows e a razão de ser do quarteto. Quem é fã vai adorar e mesmo que anda com um certo bode da onipresença Chris Martin e seus parceiros deveriam dar nova chance para o quarteto.
Queen - Hungarian Rhapsody
O Queen sempre assumiu a função de "banda desbravadora". Eles foram um dos primeiros a se aventurar fora do eixo "EUA-Europa". Foi esse pioneirismo que os trouxe ao Brasil e Argentina em 1981 mas que também os botou em uma tremenda saia justa quando eles tocaram na África do Sul em plena vigência do Apartheid.
Em 1986 eles fizeram sua derradeira turnê e uma das paradas foi em Budapeste na Hungria que ainda vivia sob um rígido regime comunista. Desnecessário dizer que o show entrou para a história do país e que a banda entregou ali uma de suas performances mais tocantes. A apresentação que há 25 anos foi vista por 80 mil húngaros acaba de ser lançada em DVD e Blu-ray e também em CD. Histórico é pouco.
AC/DC - AC/DC Live at River Plate
Esse disco traz o áudio do show já lançado há alguns anos em Dvd e Blu-Ray. Ou seja os fãs já estão carecas de saber que os shows da banda em Buenos Aires foram das apresentações mais inacreditáveis já feitas nos últimos tempos. Com uma banda nos trinques e milhares de argentinos à beira da insanidade na plateia o resultado só poderia ser mesmo inesquecível.
Angus Young e cia. desfilam então seus clássicos eternos de forma exemplar e sem pausa para descanso. Para quem não tem o Dvd é uma boa. Ainda que seja inegável que neste caso as imagens sejam quase tão fundamentais quanto as músicas.
O lançamento no final serve mais para lembrar que os australianos finalmente autorizaram a venda de seus discos e músicas no iTunes - o grupo era o último entre os grandes que não tinham feito acordo com a loja virtual.
Rolling Stones - GRRR!
Cinquenta anos de rock não é pra qualquer um. Não a toa as cinco décadas dos Rolling Stones estão sendo comemoradas com toda a pompa necessária.
Claro que o ideal seria termos um álbum novo da banda, afinal já se passaram sete anos desde o lançamento de "A Bigger Bang", mas essa coletânea com duas faixas inéditas serve para nos lembrarmos de como os Stones foram geniais e para termos a certeza de que o mundo nunca mais verá uma banda como essa.
Entre as várias versões lançadas no mercado, a melhor no quesito custo/benefício é a versão tripla que cobre todas as fases da banda de maneira exemplar. Obviamente não podemos pensar em uma coleção de rock completa sem pelo menos uns dez álbuns deles na estante, mas "GRRR!" no mínimo serve como paliativo, além de ser ótima para deixar rolando no carro ou MP3 player.
Kelly Clarkson - Greatest Hits-Chapter One
A indústria costuma inundar as lojas de coletâneas no final do ano. É uma forma de garantir algum produto novo de artistas que vendem bastante nas prateleiras. Além disso esses disquinhos costumam se mostrar uma boa opção na hora de escolher o que dar de presente no natal ou amigo secreto.
Esse "greatest hits" por exemplo junta todos os hits de Kelly Clarkson em um só pacote e traz de quebra algumas faixas inéditas para os fãs que já têm tudo que ela lançou em seus quase dez anos de estrada.
Para quem sempre gostou da cantora mas não tinha nenhum disco essa é uma boa opção - Especialmente na versão "deluxe" que tem além de faixas a mais um Dvd bônus com quatorze vídeos.
Lana Del Rey - Paradise
Uma tendência cada vez mais constante no mercado internacional é o de relançar um disco de sucesso com algumas faixas a mais e (re)batizá-lo de "versão 2.0". A estratégia costuma ser interessante para aqueles fãs retardatários que não compraram o disco no lançamento e acabam motivados com a versão nova. Por outro lado aqueles que adquiriram o disco assim que foi pras lojas muitas vezes acabam recomprando o disco, o que obviamente não os deixa lá muito felizes.
Tudo isso pra falar que Lana Del Rey pelo menos fez a coisa certa ao dar aos seus fãs a possibilidade deles terem o EP "Paradise" em separado ou na versão de luxo de seu disco de estreia "Born To Die".
A boa notícia é que as músicas do disquinho são muito boas. Além da versão do clássico dos anos 50 "Blue Velvet" e da sacana "Cola - aquela em que ela diz que as suas, hmmm, partes baixas, tem o sabor de um popular refrigerante o EP também tem a ótima "Ride", que mostra que a cantora ainda pode surpreender mesmo após meses e meses de onipresença na mídia.
Nicki Minaj - Pink Friday: Roman Reloaded, The Re-Up
Assim como no caso de Lana Del Rey aqui temos outro caso de "Versão 2.0" de um álbum lançado em 2012.
Esse aqui traz uma versão extendida do álbum "Pink Friday" com um Cd bônus com oito faixas novas e mais um Dvd. Novamente, o pacote acaba sendo uma boa pedida para quem ainda não comprou o álbum em sua configuração original. Ainda assim os bônus presentes nessa encarnação do álbum são bem interessantes o que torna a nova versão desejável mesmo para quem já tinha o disco em casa.
Deftones - Koi No Yokan
Um dos precursores do que se convencionou chamar "new metal" (e que hoje em dia não tem mais nada de "new"), os Deftones conseguiram não só sobreviver à superexposição que o gênero sofreu em meados da década passada como continuou fazendo discos elogiados e que continuam agradando seu público que segue numeroso.
"Koi No Yokan" chegou no 11° lugar da parada americana e foi bastante elogiado pela imprensa especializada em sons mais heavy. Se música pesada feita com tutano faz a sua cabeça esse provavelmente será um dos seus discos de 2012.
Robbie Williams - Take The Crown
O título já entrega que desta vez Robbie Williams não quis fazer mais num disco qualquer, mas sim reclamar a coroa de rei do pop britânico que foi sua por anos e parece ter trocado de mãos recentemente. Para isso ele botou a mão na massa e se empenhou em fazer um álbum digno do seu nome. A missão era uma só: fazer um disco POP, com músicas fortes e com potencial para se tornarem hits de grande alcance.
E não é que no final Williams conseguiu seu intento? "Take The Crown" traz de volta o pop musculoso e fortemente melódico que sempre foram sua maior característica. O senso de humor - e galhofa - seguem presentes e só melhora já que agora ele está mais velho e com o total controle de sua persona artística.
Ajudou e muito nesse resultado a produção certeira de Jacknife Lee e o repertório homogêneo. O resultado disso foi o esperado: "Take The Crown" entrou direto no topo da parada inglesa - o décimo álbum dele a chegar lá - ao mesmo tempo em que o single "Candy também estava no primeiro lugar. Ou seja, se existe uma pessoa feliz no mundo hoje ela se chama Robbie Williams.
McFly - Memory Lane - The Best of McFly
Mais uma coletânea, essa aqui traz todos os hits do simpático grupo britânico muito querido por garotas adolescentes, e outras nem tão adolescentes assim. Isso porque o McFly já está há quase dez anos na estrada com uma carreira bastante consistente - o que basta para mostrar que eles são mais que uma banda de garotos criada por empresários para faturar o máximo no menor tempo possível.
Para quem gosta do pop praticado pelo grupo mas nunca foi atrás dos discos, "Memory Lane", é uma ótima opção, de preferência na versão deluxe que tem Cd bônus com várias faixas raras e curiosas. Mas se a grana estiver curta a versão simples, que também tem um punhado de faixas inéditas, já vale a pena.
Whitney Houston - I Will Always Love You: The Best Of Whitney Houston
Como era de se esperar a morte de Whitney Houston em fevereiro passado ajudou a aquecer as vendas de discos e músicas da cantora. Daí não ser muita surpresa ver o lançamento desta coletânea bem na época do natal.
Deixando as discussões sobre a relação entre comércio, real valor artístico do lançamento e exploração de legado/memória da artista de lado, o fato é que essa compilação resume bem a obra de Whitney em sua mistura de pop dançante, soul music e baladas MOR. Some a isso o fato de que em seus álbuns ela muitas vezes era um tanto irregular e se tem o álbum perfeito da cantora para o ouvinte casual. Se esse é o seu caso, pode comprar sem medo.
Zélia Duncan - Tudo Esclarecido
Zélia Duncan nunca escondeu sua enorme dívida para com o pessoal da chamada "Vanguarda Paulistana", a turma que sacudiu os subterrâneos da MPB no início dos anos 80 e tinha entre seus principais nomes Arrigo Barnabé e Itamar Assumpção. Como todo movimento vanguardista esse também não atingiu o grande público, mas obviamente chegou aos ouvidos de artistas que mais tarde tornaram-se populares. Basta lembrar que além de Zélia, Cássia Eller também era grande fã desse pessoal.
Em "Tudo Esclarecido" Zélia Duncan dedica todo um álbum às canções de Itamar Assumpção e é lindo ver que as músicas outrora tidas como "malditas" revelam-se belas e diretas canções pop na voz da cantora. O disco traz além de faixas que já haviam sido gravadas por Itamar, que morreu em 2003 aos 53 anos, várias músicas que jamais haviam sido gravadas pelo cantor e compositor. Entre elas está Zélia Mãe Joana escrita por ele em homenagem à própria Duncan. Participações especiais de Martinho da Vila e Ney Matogrosso completam esse que é fácil um dos melhores lançamentos de música brasileira de 2012.
Caetano Veloso - Abraçaço
Aos 70 anos de idade Caetano Veloso continua irriquieto e disposto a buscar a polêmica. "Abraçaço" fecha a trilogia que já nos deu o ótimo "Cê" e o bom "Zii e Zie".
O baiano volta a ser acompanhado pela "Banda Cê" que dá um formato roqueiro ao disco mesmo que ele seja eclético o bastante para abraçar o samba, carimbó e o funk carioca. Já as letras continuam variando entre o poético e o provocativo (Um Comunista fala sobre Carlos Marighella e A Bossa Nova É Foda cita diversos lutadores de MMA). Ou seja, esse é um disco que tem bem a cara de seu autor. os fãs de longa data provavelmente acharão alguns defeitos, até porque o compositor nunca teme experimentar, mas ao final estes também deverão ficar com a certeza de que este é um dos melhores trabalhos recentes do cantor e compositor.