Bem-vindos ao Especial de Lançamentos do Vagalume, agora com layout diferente além de algumas mudanças. A principal delas está em sua nova "casa". A partir deste mês, o especial ficará localizado junto com as notícias. Para tornar sua leitura mais fácil, também o estamos dividindo em duas partes. Nesta edição, com os discos que saíram no mês de março, ambas estão entrando simultaneamente no ar, mas, já em abril, as matérias passarão a ser publicadas quinzenalmente, dando mais dinamismo aos textos.

Como muitas vezes enfocamos álbuns não muito conhecidos e sabemos que nem todo mundo vai querer clicar em cada um dos lançamentos, estamos também colocando um vídeo junto com cada resenha para facilitar a vida do nosso usuário.

Outra novidade importante é que agora também será possível fazer comentários na página. Usem e abusem dela. Afinal, o retorno de vocês é sempre fundamental para que possamos sempre estar nos aprimorando.

Esperamos que vocês gostem. Até breve!


Equipe Vagalume



Justin Timberlake - The 20/20 Experience
Justin Timberlake
Justin Timberlake The 20/20 Experience
David Bowie não foi a única estrela a fazer uma reentrada triunfal no mundo da música neste começo de ano. O popstar Justin Timberlake também decidiu que já estava na hora de voltar a cantar após vários anos dedicando-se exclusivamente ao mundo do cinema.

"The 20/20 Experience" foi anunciado com enorme pompa e o disco realmente chega com a cara de "grande manifesto". Basta dizer que a edição normal do álbum tem 70 minutos e apenas dez faixas. Ou seja, este é um álbum que pede tempo e atenção do ouvinte, algo cada vez mais raro nos dias atuais.

Justin Timberlake
"The 20/20 Experience", felizmente, não é apenas um exercício de marketing, mas sim um belo trabalho de música pop com suas influências de soul setentista e a produção sempre inovadora de Timbaland. Não à toa, o disco estourou a banca em quase todo o mundo batendo recordes e mais recordes de vendas (nos EUA, foram incríveis 968 mil cópias só na semana de lançamento). Isso leva a crer que Timberlake tem tudo para ser o grande nome do pop em 2013, o que só faz aumentar a ansiedade pelo show dele no Rock In Rio em setembro.

Ouça "Suit & Tie" com Justin Timberlake, presente no álbum "The 20/20 Experience"





Sound City - Sound City Real To Reel
Sound City
Sound City Sound City: Real to Reel
Você pode até não gostar de Dave Grohl ou dos Foo Fighters, mas não pode negar que ele usa de seu poder e fama para fazer coisas legais, como esse projeto "Sound City. "Sound City Real To Reel" é a trilha sonora do documentário que marca a estreia de Grohl na direção.

O filme, que já circula pela internet, é uma tocante homenagem. Mais do que a um estúdio de gravação, a uma época que jamais voltará: a era em que os discos eram gravados analogicamente por músicos que realmente davam o sangue nas gravações e por produtores que entendiam bem do riscado.

Sound City letras
O trabalho reúne Grohl a vários nomes que gravaram no estúdio Sound City, onde álbuns clássicos de Neil Young, Tom Petty e Fleetwood Mac foram feitos.

Foi lá também que ele gravou "Nevermind" quando era somente o baterista de uma desconhecida banda de Seattle chamada Nirvana.

Assim que o estúdio fechou suas portas, Dave aproveitou para comprar a mítica mesa de som Neve que fez a fama do local. Assim que seu novo "brinquedo" foi instalado, ele chamou seus amigos para gravar uma série de jam sessions.

Assim nasceu esse disco, com uma lista de convidados impressionante: Trent Reznor, do Nine Inch Nails, John Fogerty, Stevie Nicks e até Paul McCartney, que, inacreditavlemente, acabou se vendo como uma espécie de substituto de Kurt Cobain durante as gravações.

Ouça "Cut Me Some Slack" com os Sound City Players, presente no álbum Sound City Real To Reel






Jimi Hendrix - People, Hell & Angels
Jimi Hendrix
Jimi Hendrix People, Hell & Angels
É incrível ver a quantidade de discos com material inédito de Jimi Hendrix que continuam a sair, a ponto de sua discografia póstuma ser pelo menos quatro vezes maior que a oficial. Os fãs obviamente olham com certa desconfiança, até porque, a cada novo lançamento, tem sempre algum produtor ou responsável pelo espólio do guitarrista, morto em 1970, para dizer que "não existe mais nada nos arquivos para ser lançado".

Este álbum, por exemplo, volta a remexer as gravações do período final do músico - apesar de a capa exibir uma imagem dele nos tempos do Experience, em 1966 ou 1967.

Jimi Hendrix
Na verdade, boa parte desse material já havia saído em outros discos póstumos de Hendrix. A diferença é que, aqui, os tapes não foram mexidos, enquanto nas outras versões editadas, os produtores preferiam fazer uso de gravações adicionais para deixar o material com uma cara mais profissional.

Fica claro que este é mais um álbum direcionado aos fãs de carteirinha do que aos novatos ou ouvintes casuais. Ainda assim, aqui cabe o velho clichê de que "mesmo um disco com sobras de Jimi Hendrix vale mais que muita coisa que se ouve por aí".

Ouça "Somewhere" com Jimi Hendrix, presente no álbum "People, Hell & Angels"






Depeche Mode - Delta Machine
Depeche Mode
Depeche Mode Delta Machine
Se falassem para um crítico musical do início dos anos 80 que em 2013 o Depeche Mode seria uma das bandas mais conceituadas e populares do planeta e encheriam estádios, ele provavelmente riria de tal previsão. Afinal, a banda ouviu as maiores barbaridades da imprensa em seus primeiros anos, apesar de sempre terem feito singles e discos muito acima da média.

Pouco a pouco, eles foram mudando seu som, abrindo mão do pop mais simples para introduzir novos elementos em sua música. Com isso, ela foi ficando cada vez mais madura e mesmo experimental, mas nunca hermética.

Depeche Mode
O paradoxo é que essa guinada os tornou ainda mais famosos e, agora sim, respeitados. "Delta Machine" é, então, mais um disco moderno do Depeche Mode, um álbum em que o vocalista Dave Gahan se vê com cada vez mais espaço, apesar de Martin Gore continuar dando as cartas. O LP agradará em cheio aos fãs - especialmente aos que passaram a acompanhar a banda a partir de 1990, com o álbum "Violator".

Agora é só torcer para que, desta vez, eles cumpram a promessa de se apresentar por aqui, já que, da última vez, problemas de logística fizeram com que eles tivessem que abrir mão da etapa brasileira de sua turnê mundial.

Ouça "Soothe My Soul" com o Depeche Mode, presente no álbum "Delta Machine"






Eric Clapton - Old Socks
Eric Clapton
Lançando seu vigésimo disco solo em quase cinquenta anos de carreira, Eric Clapton já conquistou o direito de fazer o que bem quiser e quando quiser. Em "Old Socks", o músico estava mais a fim de curtir ao tocar algumas de suas músicas favoritas com os amigos. No caso dele, isso significa chamar Paul McCartney, Steve Winwood ou J.J. Cale para tocarem standards do cancioneiro americano, covers de Gary Moore e Peter Tosh e algumas músicas inéditas. O resultado é um disco simples, gostoso de ouvir e que tem bem o clima relaxado sugerido pela sua capa.

Ouça "Gotta Get Over" com Eric Clapton, presente no álbum Old Socks





Suede - Bloodsports
Suede
Suede Bloodsports
O vocalista Brett Anderson já tinha dito que só voltaria a lançar um novo álbum com o Suede se o material fizesse jus ao passado da banda. Na prática, isso basicamente significava fazer um disco que estivesse no nível dos três primeiros trabalhos do grupo, lançados entre 1993 e 1997.

Com "Bloodsports", podemos considerar a promessa cumprida, porque o disco realmente não faz feio perto dos álbuns tidos como clássicos do grupo, que preparou o terreno para a chegada do Britpop.

Se rock inglês dos anos 90 faz a sua cabeça, este disco é perfeito para você.

Ouça "It Starts And Ends With You" com o Suede, presente no álbum Bloodsports





The Strokes - Comedown Machine
The Strokes
The Strokes Comedown Machine
Após levarem quase cinco anos fazendo "Angles", o álbum anterior, desta vez até que os Strokes foram rápidos e levaram apenas dois anos para entregar seu mais recente trabalho.

Nesse que é o quinto disco do grupo, eles parecem mais acostumados com a ideia de não serem mais os "salvadores do rock", ou seja lá do que eles foram chamados no início da década passada.

"Comedown Machine" é um disco curto e grosso como eles quase sempre fizeram. A diferença maior está na abertura do leque de sonoridades.

The Strokes
Assim, canções tipicamente "strokeanas", como o single "All The Time", convivem com coisas mais estranhas como "One Way Trigger, aquela que muitos acharam ter sido influenciada pelo nosso tecnobrega.

Outras faixas mostram grande influência do pop eletrônico oitentista - um pouco como se ouviu no álbum solo de Julian Casablancas, o que ajuda a dar mais diversidade para o CD.

O resultado, no final, não deixa de ser positivo, como boa parte da crítica apontou, ainda que o álbum esteja longe de ser uma unanimidade entre os fãs da banda e os jornalistas.

Ouça "All The Time" com os Strokes, presente no álbum Comedown Machine





Shake It Up - Shake It Up: I Love Dance
Shake It Up/No Ritmo
Shake It Up/No Ritmo Shake It Up: I Love Dance
Este é o terceiro CD a ser lançado com as músicas presentes na popular série exibida pelo Disney Channel com grande sucesso.

Aqui, os fãs do seriado poderão ouvir as músicas que estiveram na terceira temporada de Shake It Up. São canções pop de fácil assimilação e que exercem inegável apelo no público adolescente e pré-adolescente.

Além das músicas cantadas por Zendaya, Bella Thorne e os outros astros do show, o álbum também traz um remix da música de abertura do programa, interepretada por Selena Gomez.

Ouça "Contagious Love" de Shake It Up presente no álbum "Shake It Up: I Love Dance"





David Bowie - The Next Day
David Bowie
David Bowie The Next Day
Alguém duvidava que, quando resolvesse mostrar as caras novamente, David Bowie receberia todas as aclamações que há muito um disco novo dele não recebia? Claro que, para isso, o lendário cantor teria que entregar um trabalho ao menos acima da média.

O fato é que, agora que a poeira está abaixando, já dá para dizer com segurança que "The Next Day" não só é um disco bem decente, como o melhor dele em pelo menos 30 anos, talvez mais. Tudo bem que, nos últimos dez, ele simplesmente parou de gravar, mas ainda assim é um feito e tanto.

David Bowie
David Bowie (Foto: Jimmy King)
A graça do álbum é ver como ele soa moderno mesmo sendo repleto de alusões ao passado do artista. Desde a capa, uma brincadeira/comentário em cima da icônica imagem que embalava "Heroes", de 1977, até as citações a outros discos dos anos 70 como "Lodger" e "Diamond Dogs", que pipocam aqui e acolá. O disco mostra como Bowie ainda sabe manipular a mídia. Só o fato de ele ter conseguido gravar o álbum em segredo foi um feito e tanto, já que ultimamente até fotos dele indo comprar jornal estavam virando notícia.

Depois veio a segunda tacada, com o lançamento da melancólica "Where Are We Now?" de surpresa como primeiro single, que fez todo mundo imaginar que o músico lançaria um álbum triste e em clima de despedida, só para no final entregar um dos discos mais roqueiros de sua carreira.

Elogiadíssimo pela crítica e abraçado pelo público - número 1 na Inglaterra, número 2 nos EUA - "The Next Day" é o trabalho que há anos Bowie estava devendo e que quase todos os seus colegas de geração já fizeram há algum tempo. O álbum feito na maturidade, bom o bastante para fazer frente aos discos tidos como clássicos de suas respectivas obras.

Ouça "The Stars (Are Out Tonight) com David Bowie, presente no álbum "The Next Day"



Não deixe de conferir a Parte 2 do nosso especial com Bon Jovi, Dido e muito mais!