O Capital Inicial segue como uma das bandas mais ativas e bem sucedidas da geração dos anos 80 do rock brasileiro. Com mais de uma dezena de álbuns de estúdio lançados, entre eles alguns dos discos mais bem sucedidos do pop brasileiro, a banda segue bastante ativa, evitando passar longos períodos sem colocar algum material novo nas lojas.
Essa semana o quarteto lançará o primeiro EP de sua carreira. "Viva A Revolução", é marcado por uma série de novidades para o grupo que vão bem além do formato escolhido para lançar as novas músicas. Entre as canções que estão no mini álbum, temos as participações do pessoal do ConeCrewDiretoria e também de Thiago Castanho, o ex-guitarrista do Charlie Brown Jr. que toca em uma música e assina como coautor de duas canções.
Mais importante, o disquinho também marca o reencontro da banda com o produtor Liminha, com quem a banda não trabalhava há 30 anos. Para falar sobre essa nova fase da banda, o vocalista Dinho falou com exclusividade ao Vagalume. O resultado da conversa está logo abaixo.
"Melhor do Que Ontem", a primeira música divulgada do EP, tem uma pegada mais folk, um pouco no clima do terceiro disco do Led Zeppelin...
Nossa, então acertamos mesmo (risos). Na verdade, a batida dela é um pouco aquela da "D'yer Mak'er" que é do "Houses of the Holy". O gozado é que a primeira coisa que veio à nossa cabeça quando fizemos a música foi Led Zeppelin. A gente ouviu aquilo e na hora falou "John Bonham" (o baterista da banda, morto em 1980).
A faixa já tinha essa cara quando foi composta?
Vamos voltar um pouco mais. No verão agora, eu fiquei hospedado no litoral norte (de São Paulo) do lado do Thiago Castanho (ex-guitarrista do Charlie Brown Jr.). Na verdade, todo verão a gente fica lá, já que ele tem uma casa do lado da que eu alugo. Mas nos verões anteriores ele estava sempre na correria, e eu também, e nesse ano ele estava num certo baixo astral... certo baixo astral, o cara estava mal né, com tudo o que tinha acontecido (a morte de Chorão e Champignon no ano passado). E eu falei para ele: 'vamos lá compor cara, vamos fazer umas músicas'.
E saíram várias (composições). Dessas, duas entraram no disco. Em uma, ele toca violão e voz - somos apenas eu e ele (na gravação) - e a segunda foi "Melhor do Que Ontem", que foi escolhida como música de trabalho. Então originalmente, ele só tinha voz e violão, ela era folk total. Mas essa cara mais "led zepliana" ela pegou com a entrada do (produtor) Liminha. Foi ele que botou essa cara.
Vamos falar sobre o trabalho dele então. A única vez que vocês trabalharam juntos foi na gravação do primeiro compacto ("Descendo o Rio Nilo") não?
Pô, em 1984! Há trinta anos! O cara produziu todos os clássicos do rock brasileiro, menos a gente (risos). E trabalhar com ele foi uma experiência surpreendente. Ele é um produtor com a mão pesada. Por exemplo nesse caso: eu mostrei a música pra ele e disse que era assim. Ele pegou o violão, tocou um pouco e falou: "vamos fazer assado" (risos).
E essa abordagem foi bem diferente do que normalmente acontece com vocês?
Pô, o cara é músico, tocou nos Mutantes. Você vai falar o quê? Você ouve o que o sujeito fala né? Mas não foi só nessa música não. Todas têm a cara dele.
A gravação do primeiro compacto foi muito diferente se compararmos com esse encontro recente?
Naquela época eu tinha 20 anos. Eu não estava acreditando no que estava acontecendo, de entrar naquele estúdio. Eu não posso falar pelos outros (da banda), mas eu me senti muito intimidado. Eu nunca tinha entrado em um lugar de gravação... e é o mesmo estúdio até hoje. Eu não entrava lá há 30 anos.
Por que lançar um EP e não um álbum "cheio"?
Primeiro, o "Saturno" (o álbum mais recente) tem um ano e seis meses, e o "Das Kapital" saiu em 2010. Ou seja, o Capital não para de lançar coisa. E eu quis que a gente produzisse algo que fosse diferente, que de algum modo chamasse a atenção pelas diferenças. Então fizemos essa opção por mudar tudo. Então aí entra o Liminha, os novos parceiros - além do Thiago a gente também tem uma parceria com o ConeCrewDiretoria. A gente também conseguiu fazer seis músicas com seis batidas diferentes. Até o fotografo que fez a capa (Gabriel Wickbold), foi um cara com quem nunca tínhamos trabalhado.
O Capital tem não sei quantos discos, tem que fazer a conta, 13, 14, sem contar os álbuns ao vivo.
Eu acho que era necessário dar uma sacudida. E essa sacudida foi procurar um novo produtor, novos parceiros e (lançar o material) em um novo formato.
Ele sai em formato físico também?
Sim, e outra coisa que vale dizer é que esse formato barateia imensamente (o produto). Um disco "cheio" do Capital chega a custar mais de 30! E agora será possível vender seis músicas e mais um bônus (a faixa "Viva a Revolução" tem duas versões) por possivelmente 10 reais. Eu estou curioso para ver qual vai ser o desempenho de lançar um disco em um novo formato.
Ouça "Melhor do Que Ontem"
Essa semana o quarteto lançará o primeiro EP de sua carreira. "Viva A Revolução", é marcado por uma série de novidades para o grupo que vão bem além do formato escolhido para lançar as novas músicas. Entre as canções que estão no mini álbum, temos as participações do pessoal do ConeCrewDiretoria e também de Thiago Castanho, o ex-guitarrista do Charlie Brown Jr. que toca em uma música e assina como coautor de duas canções.
Mais importante, o disquinho também marca o reencontro da banda com o produtor Liminha, com quem a banda não trabalhava há 30 anos. Para falar sobre essa nova fase da banda, o vocalista Dinho falou com exclusividade ao Vagalume. O resultado da conversa está logo abaixo.
"Melhor do Que Ontem", a primeira música divulgada do EP, tem uma pegada mais folk, um pouco no clima do terceiro disco do Led Zeppelin...
Nossa, então acertamos mesmo (risos). Na verdade, a batida dela é um pouco aquela da "D'yer Mak'er" que é do "Houses of the Holy". O gozado é que a primeira coisa que veio à nossa cabeça quando fizemos a música foi Led Zeppelin. A gente ouviu aquilo e na hora falou "John Bonham" (o baterista da banda, morto em 1980).
A faixa já tinha essa cara quando foi composta?
Vamos voltar um pouco mais. No verão agora, eu fiquei hospedado no litoral norte (de São Paulo) do lado do Thiago Castanho (ex-guitarrista do Charlie Brown Jr.). Na verdade, todo verão a gente fica lá, já que ele tem uma casa do lado da que eu alugo. Mas nos verões anteriores ele estava sempre na correria, e eu também, e nesse ano ele estava num certo baixo astral... certo baixo astral, o cara estava mal né, com tudo o que tinha acontecido (a morte de Chorão e Champignon no ano passado). E eu falei para ele: 'vamos lá compor cara, vamos fazer umas músicas'.
E saíram várias (composições). Dessas, duas entraram no disco. Em uma, ele toca violão e voz - somos apenas eu e ele (na gravação) - e a segunda foi "Melhor do Que Ontem", que foi escolhida como música de trabalho. Então originalmente, ele só tinha voz e violão, ela era folk total. Mas essa cara mais "led zepliana" ela pegou com a entrada do (produtor) Liminha. Foi ele que botou essa cara.
Vamos falar sobre o trabalho dele então. A única vez que vocês trabalharam juntos foi na gravação do primeiro compacto ("Descendo o Rio Nilo") não?
Pô, em 1984! Há trinta anos! O cara produziu todos os clássicos do rock brasileiro, menos a gente (risos). E trabalhar com ele foi uma experiência surpreendente. Ele é um produtor com a mão pesada. Por exemplo nesse caso: eu mostrei a música pra ele e disse que era assim. Ele pegou o violão, tocou um pouco e falou: "vamos fazer assado" (risos).
E essa abordagem foi bem diferente do que normalmente acontece com vocês?
Pô, o cara é músico, tocou nos Mutantes. Você vai falar o quê? Você ouve o que o sujeito fala né? Mas não foi só nessa música não. Todas têm a cara dele.
A gravação do primeiro compacto foi muito diferente se compararmos com esse encontro recente?
Naquela época eu tinha 20 anos. Eu não estava acreditando no que estava acontecendo, de entrar naquele estúdio. Eu não posso falar pelos outros (da banda), mas eu me senti muito intimidado. Eu nunca tinha entrado em um lugar de gravação... e é o mesmo estúdio até hoje. Eu não entrava lá há 30 anos.
Por que lançar um EP e não um álbum "cheio"?
Primeiro, o "Saturno" (o álbum mais recente) tem um ano e seis meses, e o "Das Kapital" saiu em 2010. Ou seja, o Capital não para de lançar coisa. E eu quis que a gente produzisse algo que fosse diferente, que de algum modo chamasse a atenção pelas diferenças. Então fizemos essa opção por mudar tudo. Então aí entra o Liminha, os novos parceiros - além do Thiago a gente também tem uma parceria com o ConeCrewDiretoria. A gente também conseguiu fazer seis músicas com seis batidas diferentes. Até o fotografo que fez a capa (Gabriel Wickbold), foi um cara com quem nunca tínhamos trabalhado.
O Capital tem não sei quantos discos, tem que fazer a conta, 13, 14, sem contar os álbuns ao vivo.
Eu acho que era necessário dar uma sacudida. E essa sacudida foi procurar um novo produtor, novos parceiros e (lançar o material) em um novo formato.
Ele sai em formato físico também?
Sim, e outra coisa que vale dizer é que esse formato barateia imensamente (o produto). Um disco "cheio" do Capital chega a custar mais de 30! E agora será possível vender seis músicas e mais um bônus (a faixa "Viva a Revolução" tem duas versões) por possivelmente 10 reais. Eu estou curioso para ver qual vai ser o desempenho de lançar um disco em um novo formato.
Ouça "Melhor do Que Ontem"