Maroon 5 - V
Maroon 5
Maroon 5 V
Como o nome já indica, este é o quinto álbum do Maroon 5, de longe, uma das bandas mais populares a surgir nos últimos 20 anos - só nos EUA eles já ganharam nove discos de platina.

O grupo liderado por Adam Levine é também dos raros a operar dentro do "formato rock" - com bateria, guitarra, baixo e teclados - mas que ao mesmo tempo abraça o modus operandi da música pop - o uso de compositores profissionais, astros famosos fazendo featurings e a presença de produtores assinando o trabalho.

Maroon 5
Esse hibridismo resulta em uma música de enorme apelo comercial, mas que, por outro lado, acaba por atrair a desconfiança de boa parte da crítica e do público mais roqueiro.

Ainda que Levine tenha dito que esse seria um disco mais pesado e introspectivo que o álbum anterior - o ultra pop "Overexposed" - a verdade é que "V" é um típico álbum do Maroon 5: bem produzido e executado, cheio de faixas dançantes com refrãos para se cantar junto e várias faixas com potencial para virarem sucesso nas pistas, rádios e sites de streaming musical.

Resumindo: quem é fã da banda provavelmente irá gostar bastante do disco. Já quem nunca curtiu muito provavelmente não será com esse disco que será convertido. Para a sorte da banda, são milhões as pessoas que se encontram no primeiro grupo, e isso deve bastar para fazer desse "V" mais um grande sucesso de vendas e sua turnê uma das mais lucrativas da temporada.

Ouça "Maps" com o Maroon 5 presente no álbum "V":





Royal Blood - Royal Blood
Royal Blood
Royal Blood Royal Blood
Se existe uma coisa com a qual o fã de música pode contar, especialmente em tempos em que nada de novo parece acontecer, é que, mais cedo ou mais tarde, algo vai surgir na Inglaterra e as coisas serão sacudidas.

É por isso que o Royal Blood está sendo saudado, por dar uma chacoalhada nas coisas. E esse disco deles mostra a razão disso. Um álbum cru e pesado, sim, mas que também não abre mão de bons ganchos e do groove. O que surpreende mesmo é perceber que toda essa massa sonora é feita por apenas dois músicos e que nem sequer guitarra eles usam.

Royal Blood
Sim, tudo que se escuta aqui é feito a quatro mãos por Mike Kerr - o baixista e vocalista - e pelo baterista Ben Thatcher. Como eles conseguem fazer um som tão cheio e completo com tão pouca cosia é um mistério - tudo aqui foi praticamente gravado ao vivo, sem overdubs e geralmente em um só take.

O mais surpreendente é que a dupla está invadindo o mainstream. O disco estreou no topo da parada britânica e, ao que tudo indica, irá manter-se lá por mais uma semana.

Como o som de eles é bem enérgico e universal - ou seja, eles não são uma daquelas bandas que só interessa a ingleses e anglófilos - já podemos esperar que esse sucesso muito em breve irá se espalhar pelo resto do mundo. Quem é fã de rock certamente só terá a ganhar caso isso de fato aconteça.

Ouça "Little Monster" com o Royal Blood presente no álbum homônimo da dupla:





Counting Crows - Somewhere Under Wonderland
Counting Crows
Counting Crows Somewhere Under Wonderland
Os Counting Crows são uma daquelas bandas que acabam sendo vítimas de um grande sucesso. O fato é que para muita gente eles sempre serão a banda de "Mr. Jones" (e, vá lá, de "Accidentally In Love"). Essa mesma condição de "artista de um só sucesso" acaba também afastando um público mais crítico dos trabalhos do grupo. o que é uma pena, já que a discografia deles é repleto de bons momentos.

Enfim, seria bom se essa situação mudasse com esse ótimo "Somewhere Under Wonderland", o primeiro disco de inéditas deles desde 2008.

Counting Crows
Counting Crows (Foto: Danny Clinch)
O álbum é especialmente recomendado para quem curte aquele rock americano "de raiz" - fãs de Tom petty dos álbuns gravados por Bruce Springsteen na metade dos anos 70 por exemplo têm tudo para gostar dele.

"Somewhere...", é um disco ambicioso, onde canções mais diretas, dividem espaço com faixas com mais de oito minutos de duração.

Em um álbum bem eclético, nota-se também como o trabalho de Van Morrison influenciou o do vocalista e compositor Adam Duritz. "Somewhere Under Wonderland" termina por se mostrar uma das grandes surpresas do ano e que vale, e muito, ser conhecido por um público mais amplo.

Ouça "Scarecrow" com os Counting Crows do álbum "Somewhere Under Wonderland"