Madonna - Rebel Heart
Madonna
Madonna Rebel Heart
Independente da qualidade final deste álbum, e ele tem muitas, é bom ver que Madonna segue impactando o mundo da música pop e que ela ainda se preocupa em lançar discos que façam jus ao seu nome.

É óbvio que não estamos mais nos anos 80 e seu poder de fogo agora é mais limitado, até pela forte concorrência. Concorrência essa que, vale lembrar, é toda composta por cantoras que certamente não só escutaram seus discos, mas também estudaram seus movimentos e analisaram as escolhas feitas por ela em sua carreira.

Talvez por isso, é de se supor que ela se sairia melhor se simplesmente se permitisse relaxar. Ou seja, gravando um disco sem muita preocupação com paradas, singles de sucesso ou em querer que a nova geração a aceite da mesma forma que as do passado. No mundo do rock isso é bastante comum e tende a render ótimos trabalhos. Mas, queriam ou não, Madonna não é assim, e a competitividade e sua eterna busca pela perfeição e pela contemporaneidade são partes indissociáveis da personalidade da cantora.

Madonna
"Rebel Heart" é assim um disco longo e que exige bastante do ouvinte não fanático. Ele é um disco longo - a edição deluxe tem quase 80 minutos e a super deluxe acrescenta um CD bônus à essa fartura de material - e nem um pouco homogêneo.

Sendo assim, caberá ao ouvinte achar as suas faixas favoritas no trabalho. o fato de suas faixas serem um tanto quanto diferentes entre si faz supor que as escolhidas entre os fãs irão variar bastante.

Ainda assim, algumas canções deverão se tornar bastante queridas. A "country tecno futurista" "Devil Pray" (com produção de AVICII e uma ótima levada de violão), a balada de tinturas épicas ""Ghosttown" ou a ousada "Illuminati" com indispensável produção de Kanye West.

"Rebel Heart" pode até soar um tanto irregular, mas é seguramente o melhor disco de Madonna em pelo menos uma década. Ainda assim, se juntarmos todas suas faixas (somando o material das edições deluxe e super deluxe) é possível retirar dali ao menos umas três canções realmente memoráveis e outras sete ou oito bem acima da média. E sabem quando era comum os discos de Madonna terem por volta de 10 canções nesse padrão? Exatamente, na década de 80!

Ouça "Living For Love" com Madonna presente no álbum "Rebel Heart"





Will Butler - Policy
Will Butler
Will Butler Policy
Ainda que seja menos celebrado que seu irmão mais velho Win, Will Butler é um dos principais integrantes do Arcade Fire e também já fez seu nome fora da banda - ele foi indicado ao Oscar do ano passado por ter ajudado a compor a trilha de "Ela" de Spike Jonze.

Esse é o seu primeiro trabalho solo e é uma boa pedida para os fãs do Arcade Fire que não deverão ouvir material inédito da banda tão cedo. "Policy" faz crer que a importância de Will na banda é grande, já que é difícil não pensar no grupo ao se escutar esse simpático disquinho.

Não que ele tenha feito um álbum com material de segunda que não era bom o bastante para entrar nos discos de sua banda. O que temos aqui são canções bem mais simples, curtas e cruas - o disco tem apenas oito faixas e 27 minutos. Algumas delas soam como faixas do Arcade em versão demo ou com pouca produção, mas temos também coisas bem diferentes. Exemplos? A pós punk e ruidosa "Something's Coming" ou a ótima "What I Want" com ótimas guitarras e um clima que remete ao rock inglês do final dos anos 70/início dos 80.

Ouça "Anna" com Will Butler presente no álbum "Policy"





Matthew E. White - Fresh Blood
Matthew E. White
O álbum de estreia desse americano de 32 anos foi uma das boas surpresas de 2013. E que bom saber que, em seu segundo trabalho, ele conseguiu não só manter o padrão de qualidade como ainda avançar, fazendo um disco ainda mais belo e diversificado.

Matthew E. White também um empreendedor. Ele é o responsável pela Spacebomb Records, que já lançou outro excelente trabalho em 2015 - o disco de Natalie Prass, e ainda toca um estúdio que tem uma "banda da casa" capaz de gravar os mais diversos estilos de música.

"Fresh Blood", assim como o álbum anterior, é um disco de difícil classificação. Mas fica claro que o autor tem grande carinho pelos mais diversos estilos de música americana, especialmente aquela feita no país nos anos 70. o disco tem balada, country, rock, folk e muita influência de soul music - em sua variante mais calma e sutil.

White não tem uma voz de grande alcance, mas tem um estilo todo próprio de cantar que cativa rapidamente o ouvinte. Seu mais novo disco tem 10 faixas e é difícil saber qual delas é a melhor. Escute e pode apostar que no final do ano ele vai estar em várias listas de grandes discos de 2015.

Ouça "Rock & Roll Is Cold" com Matthew E. White presente no álbum "Fresh Blood"