O ano é 2010, e o programa é "The X Factor UK". Louis Tomlinson, Harry Styles, Liam Payne, Niall Horan e Zayn Malik se apresentam, individualmente, um de cada canto da Grã Bretanha, na esperança de conseguir uma vaga entre os artistas masculinos que competiriam na sétima temporada do reality show de Simon Cowell.
Nenhum dos garotos consegue avançar para os shows ao vivo como artistas solo; no entanto, o destino prega uma peça nos adolescentes ao serem juntados pelo magnata britânico em um quinteto, que recebeu o nome "One Direction" após uma sugestão de Styles.
Apesar de não ganhar o programa, o grupo conseguiu contrato com a gravadora comandada por Cowell, e começou a gravar seu álbum de estreia imediatamente após o término do reality show. A partir daí, a história já é bastante conhecida.
Relembre a seguir a trajetória dos britânicos disco a disco:
As gravações para o álbum de estreia da banda foram iniciadas em janeiro de 2011, pouquíssimo tempo após o quinteto terminar a sétima temporada do "X Factor" em terceiro lugar.
Em Los Angeles, os britânicos trabalharam com o produtor responsável pelos maiores sucessos de Lady Gaga, RedOne, até que a turnê do reality show fosse iniciada em fevereiro. Logo depois da excursão, os garotos se dividiram entre a Suécia, os Estados Unidos e a Inglaterra para finalizar o disco, que contou com ajuda de compositores renomados, como Carl Falk, Savan Kotecha, Steve Mac e Toby Gad.
O material contou ainda com contribuições de artistas britânicos de peso, como Tom Fletcher do McFly, que compôs "I Want", e Ed Sheeran, que escreveu a faixa bônus "Moments", presente apenas na edição deluxe do álbum.
Após seu lançamento, o sucesso foi imediato. O carro-chefe "What Makes You Beautiful" disparou para o topo da parada britânica, depois de se tornar a canção mais vendida da história da gravadora Sony baseando-se apenas na pré-venda. Logo depois, foi fácil levar "Up All Night" ao segundo lugar da lista de álbuns do país, e o sucesso se alastrou pelo mundo com a mesma rapidez.
Número um em 11 países, incluindo o competitivo mercado dos Estados Unidos, o álbum ainda lançou os singles top 10 "One Thing" e "Gotta Be You", sendo que a última marcou o retorno do grupo aos palcos do "X Factor" após sua própria temporada.
A base de fãs estava formada, o frenesi instalado, os radialistas perdidos com o número de pedidos que chegavam diariamente para que a nova banda ganhasse um espaço na programação. O LP ainda rendeu um livro, uma turnê mundial composta de 106 shows e milhões de cópias vendidas pelo planeta.
Depois do sucesso do disco de estreia, o clima durante as gravações do sucessor estava bem menos apreensivo. Os mesmos compositores foram chamados para participar da criação do álbum (em time que está ganhando não se mexe), e a estratégia de lançar material novo em menos de um ano desde o último deu super certo: no auge, o quinteto conseguiu lançar "Take Me Home" para o primeiro lugar das paradas de 35 países.
Tom Fletcher aparece também neste disco, na faixa "I Would", desta vez ao lado do vocalista Daniel Jones e o baixista Dougie Poynter, seus companheiros do McFly; e Ed Sheeran retorna, mas agora para dar ao grupo o maior sucesso de sua carreira e o momento mais marcante do álbum.
O ruivo é o compositor por trás de "Little Things", a romântica balada sobre amar as imperfeições de uma namorada. A canção foi um fenômeno após seu lançamento, subindo rapidamente nas paradas internacionais e parando no topo da Official Charts, do Reino Unido.
O álbum ainda lançou os hits "Live While We're Young" e "Kiss You", que marcaram a era como a mais bem sucedida da banda em relação à vendas de singles.
Além disso, é em "Take Me Home" que se inicia a parceria do quinteto com Julian Bunetta, compositor e produtor que marcou presença em todos os outros discos do grupo, e se tornou parte essencial da criação dos próximos sucessos dos britânicos.
Este é o álbum que abriu espaço para os integrantes da banda trabalharem suas habilidades como compositores, e o material explorou principalmente a parceria entre Liam e Louis, que co-escreveram a maior parte do disco. Harry é o terceiro integrante com mais créditos, tendo composto a romântica "Happily" junto com Savan Kotecha.
O produtor Julian Bunetta virou parte essencial da criação de "MM", trabalhando com os garotos e o compositor Jamie Scott em todos os singles do projeto (incluindo os sucessos "Best Song Ever" e "Story of My Life"). O disco também trouxe o McFly de volta, na faixa "Don't Forget Where You Belong", co-escrita por Niall Horan.
O lançamento do disco foi algo memorável; como sempre, a crítica não favoreceu, mas as vendas não sofreram com isso. "Midnight Memories" foi o álbum mais vendido de 2013 mesmo tendo sido lançado cinco semanas antes do final do ano. Em seus primeiros sete dias no mercado, o LP quebrou recorde de vendas da Amazon UK, e estreou no topo das paradas de vários países (incluindo a americana, levando o grupo a ser o único com seus três primeiros álbuns em primeiro lugar).
Viajando o mundo por estádios (e visitando o Brasil pela primeira vez), o ano que sucedeu "MM" foi definitivo na carreira do quinteto, que amadurecia seu som, suas letras, e seus integrantes.
No meio de uma turnê que parecia não terminar, com estreias de filmes, lançamentos de livros, e suas vidas pessoais, a criação e divulgação do quarto álbum do grupo foram bastante corridas.
Não é á toa que "FOUR" é o disco menos popular dos britânicos (apesar de, mesmo assim, ter estreado no topo das paradas de 18 países e recebido certificado de platina com menos de um ano desde seu lançamento). O carro-chefe, "Steal My Girl", não obteve o mesmo sucesso que seus antecessores, apesar da grande produção atrás de seu clipe, que contou com participação do ator Danny DeVito.
Apesar disso, ironicamente, este foi o primeiro LP do grupo a agradar a crítica especializada, que elogiou principalmente a sonoridade mais folk/rock e os temas mais maduros explorados nas canções.
Isso devido ao envolvimento dos integrantes na composição das faixas: a não ser por dois momentos do disco (um deles assinado por Ed Sheeran), os garotos tiveram participação em todo o material, inclusive no segundo single "Night Changes", que foi criado em uma colaboração entre todos os membros.
Foi apenas quatro meses depois do lançamento de "FOUR" que as coisas tomaram um rumo inesperado. Depois de rumores intermináveis, um horário apertado e pouco espaço para respirar, o integrante Zayn Malik atingiu o fundo do poço ao ser fotografado em clima romântico com uma garota que não era sua namorada, Perrie Edwards, do Little Mix.
Alguns dias depois de se afastar da turnê que passava pela Ásia, Malik anunciou, em 25 de março, sua saída definitiva do grupo. A notícia foi um baque para os fãs do quinteto, que não se conformaram com a atitude do artista. No entanto, o restante dos membros foi rápido em afirmar que aquilo não significava o fim da 1D.
As divulgações do disco pararam, e apesar de uma campanha sensacional criada pelos directioners para que "No Control" fosse música de trabalho, a banda se focou apenas em encerrar a excursão "On The Road Again", que viu seu fim apenas no segundo semestre de 2015.
O clima era de perseverança durante as entrevistas que anteciparam a criação do quinto disco do, agora, quarteto. No entanto, logo antes de anunciar o lançamento do LP, a internet foi dominada por rumores de que este seria o último álbum do grupo.
Poucos meses depois da saída de Zayn, Liam Payne revelou durante uma entrevista que o grupo, de fato, daria um tempo na carreira após o lançamento de seu quinto álbum de estúdio, que foi anunciado na metade de 2015 sob o título "Made In The AM".
O primeiro single, "Drag Me Down", foi triunfante quando disponibilizado para o mundo, chegando ao topo da parada britânica e ao top 3 nos Estados Unidos, os dois mercados mais competitivos da indústria. O sucesso foi tanto que nem foi necessário um clipe para que o grupo quebrasse o recorde de streaming da época.
Cheio de canções sobre um futuro incerto, despedidas e superação, esta foi a obra perfeita para deixar com os directioners enquanto a banda passava um tempo indeterminado descansando de uma longa jornada (saiba mais sobre o disco aqui).
