The Lumineers - Cleopatra
O trio The Lumineers faz um indie folk simpático e bem feito que também pode entrar em um gênero denominado "Americana" - termo usado para artistas que usam a música de raiz americana como base de seu som.
O grupo estourou logo com seu disco de estreia graças ao hit "Ho Hey" lançado há quatro anos. Apesar de todo esse tempo, Wesley Schultz e seus colegas não mudaram muito. Os três entregaram mais um disco eminentemente acústico, simples e, de forma geral, muito bonito.
Ainda que eles não tenham o mesmo prestígio que outros baluartes do estilo em que trabalham - Wilco, Bon Iver ou os Fleet Foxes para ficarmos em três nomes - a banda consegue se destacar graças ao talento de seus integrantes.
Mais importante, eles também alcançam um público mais amplo, dada a capacidade que demonstram para compor músicas de grande apelo, ainda que em sua parte final, o álbum fique mais hermético.
Esse Cleopatra estreou no topo da parada britânica, e tem boas chances de conseguir o mesmo feito na dos EUA, prova de que o som deles está agradando. O disco é então recomendado para quem busca coisas mais calmas e gosta de música folk com uma pegada pop.
Ouça "Ophelia" com o The Lumineers presente no álbum "Cleopatra"
Deftones - Gore
Mesmo depois de mais de 20 anos de carreira discográfica, o Deftones se mantém como uma banda forte, digna e relevante para o cenário da música pesada e além.
Prova disso está nesse oitavo álbum do quinteto que foi aclamado pelo críticos e tem tudo para conquistar o público.
Isso é resultado de muito trabalho e também talento para estar sempre buscando se renovar - algo louvável, ainda mais em um estilo onde manter-se sempre o mesmo não é encarado como um problema.
"Gore" é certamente um disco pesado, mas o grupo preferiu investir mais em canções climáticas do que velozes, criando assim um álbum intenso, daqueles que pedem para ser ouvidos por várias vezes para que seja revelado por completo.
Nota-se também uma forte influência da psicodelia mais pesada no som deles, o que só melhora as coisas.
Em resumo: um trabalho feito para alegra os fãs, mas que também poderá agradar até aqueles que não gostam muito da banda - ou acham que não gostam.
Ouça "Prayers/Triangles" com os Deftones presente no álbum "Gore"
M83 - Junk
Esse já é o sétimo álbum deste projeto tocado pelo francês Anthony Gonzalez desde o início da década passada.
O M83 é conhecido por fazer uma música eletrônica, com doses de música pop retrô e boas melodias, mais para Air do que Daft Punk para ficarmos na cena francesa.
Quem acompanha Gonzalez há algum tempo já sabe o que esperar de "Junk": produção luxuosa, canções climáticas e uma música eletrônica que é feita mais para a cabeça que os pés.
Ou seja, eis aqui um disco perfeito para se ouvir no carro, ou dando uma caminhada. Para os que não o conhecem, este trabalho, é uma boa porta de entrada para o universo do M83.
Gonzalez mostra talento para compor canções que variam entre si, mas que nunca soam em conjunto como um balaio de gatos. A lista de convidados especiais também merece destaque.
Afinal não é muito comum vermos o guitarrista virtuoso Steve Vai, o renomado Beck ou a norueguesa Susanne Sundfør dividindo espaço em um mesmo trabalho. "Junk" é certamente um disco sofisticado, mas que sabe ser acessível e, dentro de certa medida, popular.
Ouça "Do It, Try It" com o M83 presente no álbum "Junk"