Há exatos 40 anos, as lojas de disco do Reino Unido recebiam o primeiro disco do The Clash - um álbum que rapidamente se tornaria um marco não só do nascente movimento punk, como do rock em geral.
Basta dizer que desde que saiu é difícil não vê-lo incluído nas listas de "melhores discos da história" já feitos - nas enquetes mais recentes feitas pela Rolling Stone, Uncut e NME ele está entre os cem mais. Afinal o trabalho é daqueles que captam com precisão o momento social, cultural e político que o mundo atravessava na segunda metade da década de 70.
"The Clash" é, de longe, o álbum mais cru e direto da banda. Boa parte da "culpa" por isso deve ser atribuída ao produtor Mickey Foote, que era o técnico de som da banda, mas que não tinha a menor intimidade com um estúdio profissional de gravação.
A opção por trabalhar com Foote veio também como resposta para os punks que reclamaram de ver o grupo assinando com uma grande companhia. O clima meio amadorístico certamente acrescenta um charme ao álbum, mas na época a decisão causou alguns contratempos.
O maior deles foi a decisão da CBS americana decidir não lançá-lo nos EUA - o disco só sairia por lá em 1979 e com várias faixas trocadas.
Por aqui, a versão que saiu foi igual à inglesa em lançamento não simultâneo com o Reino Unido. Quando ele foi relançado no Brasil em CD, a edição americana que foi a escolhida. No exterior ambas edições foram lançadas em formato digital.
"The Clash", também já dá amostras de que o quarteto não teria como ficar preso ao rock básico e visceral de três acordes para dar vazão às suas ideias.
Faixas como "Remote Control" e "Garageland", mostram um grande senso melódico e a cover de "Police And Thieves" de Junior Murvin já mostrava uma aproximação com o reggae que afloraria brilhantemente nos anos que se seguiram.
No outro oposto, estão as primeiras canções que fizeram a fama da banda - "London's Burning", "White Riot" (o primeiro single lançado dois meses antes do álbum), "Janie Jones" e "I'm So Bored With the U.S.A.". Todas curtas, velozes, urgentes e raivosas - ou seja, tudo aquilo que se convencionou a se chamar de "punk".
O disco também mostra que a pareceria entre os guitarristas, vocalistas e compositores Joe Strummer e Mick Jones foi daquelas que deram certo logo de começo. Paul Simonon se mostra um baixista adequado mas ainda sem muito brilho - algo que rapidamente mudaria nos lançamentos seguintes, quando suas linhas se tornaram fundamentais.
O mesmo pode ser dito do baterista Terry Chimes, que já havia deixado a banda, mas foi chamado para as gravações - assim que as sessões acabaram ele novamente os deixou.
Chimes foi substituído por Topper Headon, fechando assim a formação clássica da banda que ainda faria outro clássico indiscutível: "London Calling" (1979).
Ainda que tenha continuado por mais alguns anos, o Clash para todos os fins acabou em 1982 com a saída de Jones e Headon, no momento em que eles caminhavam para atingir o superestrelato.
Apesar de vários pedidos, eles nunca se reuniram novamente (ainda que Strummer e Jones tenham tocado juntos em algumas poucas ocasiões). Um retorno que depois da morte de Strummer em 2002 com apenas 50 anos, tornou-se impossível.
Ouça o álbum e curta som do The Clash nas estações de Rock e Rock Clássico do Vagalume.FM!
Basta dizer que desde que saiu é difícil não vê-lo incluído nas listas de "melhores discos da história" já feitos - nas enquetes mais recentes feitas pela Rolling Stone, Uncut e NME ele está entre os cem mais. Afinal o trabalho é daqueles que captam com precisão o momento social, cultural e político que o mundo atravessava na segunda metade da década de 70.
"The Clash" é, de longe, o álbum mais cru e direto da banda. Boa parte da "culpa" por isso deve ser atribuída ao produtor Mickey Foote, que era o técnico de som da banda, mas que não tinha a menor intimidade com um estúdio profissional de gravação.
A opção por trabalhar com Foote veio também como resposta para os punks que reclamaram de ver o grupo assinando com uma grande companhia. O clima meio amadorístico certamente acrescenta um charme ao álbum, mas na época a decisão causou alguns contratempos.
O maior deles foi a decisão da CBS americana decidir não lançá-lo nos EUA - o disco só sairia por lá em 1979 e com várias faixas trocadas.
Por aqui, a versão que saiu foi igual à inglesa em lançamento não simultâneo com o Reino Unido. Quando ele foi relançado no Brasil em CD, a edição americana que foi a escolhida. No exterior ambas edições foram lançadas em formato digital.
"The Clash", também já dá amostras de que o quarteto não teria como ficar preso ao rock básico e visceral de três acordes para dar vazão às suas ideias.
Faixas como "Remote Control" e "Garageland", mostram um grande senso melódico e a cover de "Police And Thieves" de Junior Murvin já mostrava uma aproximação com o reggae que afloraria brilhantemente nos anos que se seguiram.
No outro oposto, estão as primeiras canções que fizeram a fama da banda - "London's Burning", "White Riot" (o primeiro single lançado dois meses antes do álbum), "Janie Jones" e "I'm So Bored With the U.S.A.". Todas curtas, velozes, urgentes e raivosas - ou seja, tudo aquilo que se convencionou a se chamar de "punk".
O disco também mostra que a pareceria entre os guitarristas, vocalistas e compositores Joe Strummer e Mick Jones foi daquelas que deram certo logo de começo. Paul Simonon se mostra um baixista adequado mas ainda sem muito brilho - algo que rapidamente mudaria nos lançamentos seguintes, quando suas linhas se tornaram fundamentais.
O mesmo pode ser dito do baterista Terry Chimes, que já havia deixado a banda, mas foi chamado para as gravações - assim que as sessões acabaram ele novamente os deixou.
Chimes foi substituído por Topper Headon, fechando assim a formação clássica da banda que ainda faria outro clássico indiscutível: "London Calling" (1979).
Ainda que tenha continuado por mais alguns anos, o Clash para todos os fins acabou em 1982 com a saída de Jones e Headon, no momento em que eles caminhavam para atingir o superestrelato.
Apesar de vários pedidos, eles nunca se reuniram novamente (ainda que Strummer e Jones tenham tocado juntos em algumas poucas ocasiões). Um retorno que depois da morte de Strummer em 2002 com apenas 50 anos, tornou-se impossível.
Ouça o álbum e curta som do The Clash nas estações de Rock e Rock Clássico do Vagalume.FM!