Paramore - After Laughter
Como é bom poder ouvir um disco de música pop como esse, com melodias fortes, refrãos que ficam na cabeça e produção que presta tributo ao som do final dos anos 70/início da década de 80, mas que não abre mão de soar contemporânea
Com 12 músicas e pouco mais de 40 minutos, "After Laughter" tem a estrutura dos velhos LPs e pode ser ouvido de cabo a rabo praticamente sem que se queria pular nenhuma música - ainda que ele funcione melhor nas faixas mais agitadas do que nos momentos mais lentos.
O disco comprova de vez o talento não só da líder Hayley Williams, que optou por deixar o punk pop que os celebrizou um pouco de lado, para abraçar uma sonoridade mais ampla, mas também de Taylor York. Ele se mostra a peça fundamental no trabalho, como co-produtor e coautor de todas as faixas. Some a isso o retorno do baterista Zac Farro e o que se tem é um álbum que, espera-se, agrade os antigos fãs, mas que também tem tudo para conseguir milhares de novos - incluindo aqueles que nunca prestaram muita atenção à banda anteriormente.
Ouça "Hard Times" com o Paramore presente no álbum "After Laughter"
Harry Styles - Harry Styles
Com esse disco Styles começa um processo já bastante conhecido no mundo da música pop: o de ídolo infanto-juvenil para estrela adulta. Ele assim segue os passos de uma série de nomes - de Michael Jackson a Justin Timberlake a lista é longa.
Ainda assim, a opção dele por um formato mais próximo do pop/rock tradicional (com muita influência de David Bowie e Elton John) não deixa de surpreender - o antigo logotipo da CBS no canto inferior direito da capa surge também como uma carta de intenções.
A estreia de Styles é bem feita e funciona tanto nas baladas, quanto nas canções mais roqueiras. O único senão está justamente nos créditos. Apesar de parecer um álbum pessoal - daqueles onde o cantor, também compõe e tem influência direta na produção e execução - o disco foi feito em "comitê", com às vezes até seis pessoas assinando uma só faixa.
Isso não tira os méritos do álbum, logicamente, mas se ele ambiciona se tornar um artista dito "de prestígio" - daqueles com carreira longa e respeitável, com um público maduro e sucesso também de crítica - ele precisará assumir um controle maior de suas criações daqui para a frente.
Mas deixemos o futuro para depois. Por ora basta dizer que "Harry Styles" é um belíssimo disco e que todo sucesso que ele vier a fazer, será merecido.
Ouça "Sign Of The Times" com Harry Styles, presente no álbum de estreia do cantor
Paul Weller - A Kind Revolution
Weller está completando 40 anos de carreira discográfica e segue incansável. É uma pena que ele não tenha no resto do mundo o mesmo sucesso que tem em sua Inglaterra natal - onde ele lota arenas e é tratado como instituição.
Para quem não conhece sua trajetória - que começa no punk com o The Jam, passa pelo soul pop do Style Council nos anos 80 e chega na música madura de sua carreira solo que se inicia em 1990 - esse seu mais recente lançamento é uma boa porta de entrada.
Muito elogiado pela imprensa britânica, "A Kind Revolution", tem baladas, rock com inspiração sessentista e toques de soul e jazz em um conjunto muito digno.
A faceta mais experimental do músico se mostra na edição de luxo do disco, que traz como bônus as versões instrumentais de todas as músicas e uma série de remixes igualmente interessantes, que abrem novos e insuspeitos caminhos para essas faixas.
Ouça "Long Long Road" com Paul Weller presente no álbum "A Kind Revolution"