Há cinquenta anos, o mundo da música mudou definitivamente com a chegada de "Sgt. Peppers Lonely Hearts Club Band", às lojas de discos. O álbum mostrou para o grande público que o rock havia atingido um novo nível de importância e sofisticação - algo que os mais antenados certamente já sabiam e que o estilo não iria desaparecer tão rapidamente.

Não à toa ele por várias vezes foi eleito o melhor disco já feito - mais recentemente pela edição americana da Rolling Stone no início da década passada.

Não que "Peppers" tenha sido o primeiro grande álbum do rock - os próprios Beatles vinham de uma série de obras-primas, e eles não estavam sozinhos - vide os mais recentes trabalhos de Bob Dylan e o fundamental "Pet Sounds" dos Beach Boys de 1966 que influenciou diretamente os Beatles - em sua busca por uma sofisticação cada vez maior em seu som.

Ambas bandas, uma em cada lado do Atlântico, estava fazendo uso de instrumentos alheios ao mundo do rock, testando as possibilidades do estúdio de gravação e se preocupando na criação uma obra íntegra para ser ouvida do início ao fim. Dessa forma, definitivamente para trás a ideia de que os LPs de pop traziam apenas alguns hits e muitos "fillers" (as faixas menores que entram apenas para preencher o disco), algo com que, diga-se, os Beatles mesmo em seus primeiros trabalhos, já indicavam que sentiam-se descontentes.

Mas, no final, não se nega que foi "Peppers", o disco que inaugurou a era dos "álbuns de rock". Ou seja, a partir daqui, os LPs, e não mais os compactos, se tornaram o meio de expressão preferido pelos músicos para expor as suas ideias, abrindo uma nova era de muito sucesso artístico e também financeiro, para o gênero.

Além de musicalmente impecável, mostrando que a decisão da banda de parar de fazer shows para se dedicar apenas às gravações se mostrou acertada, o trabalho também se mostrava extremamente bem cuidado em todos seus detalhes.

Tome-se a capa, dupla logicamente, uma mais famosas de todos os tempos, com sua colagem de celebridades e que custou uma pequena fortuna para ser feita.

O disco também trazia todas a suas letras impressas na contracapa, algo inédito em discos de rock e vinha acompanhado de um encarte com adesivos e outros mimos.

Esses são apenas alguns dos motivos que fazem deste um disco fundamental no mundo contemporâneo e justifica não só as homenagens, como também mais um relançamento em formato de luxo.

A nova edição realmente impressiona, e vai fazer até quem achou que depois dos remasters lançados em 2009 nunca mais precisaria comprar novamente um disco da banda, mudar de ideia. Tudo porque Giles Martin, o filho do falecido produtor da banda George Martin, assumiu uma tarefa das mais arriscadas: a de remixar o disco, fazendo uso das novas tecnologias disponíveis.

O resultado de fato surpreende e é de deixar os fãs ansiosos para que mais discos do quarteto passem pelo mesmo processo - lembrando que as mixagens originais, tanto em estéreo quanto em mono, seguem em catálogo.

Para completar, as novas edições chegam com bastante material gráfico extra, textos explicativos e, o melhor de tudo, takes inéditos das sessões de gravação, que nos permitem saber um pouco sobre o que se passava em Abbey Road quando o disco estava sendo criado.

Na galeria abaixo nós relembramos as 13 faixas de "Sgt. Peppers Lonely Hearts Club Band" e contamos algumas curiosidades sobre cada uma delas. Divirta-se e curta o som dos Beatles na estação dedicada ao Rock Clássico do Vagalume.FM!