A pandemia do coronavírus está nos obrigando a ficar dentro de casa e a achar uma forma de passar o tempo. Para os fãs de música, essa é uma época boa para descobrir muita coisa com o auxílio da Internet. Os serviços de streaming musical oferecem, literalmente, milhões de álbuns de todos estilos, países e épocas, e o YouTube serve como o maior arquivo de imagens já reunidos na história. Então por que não aproveitar esse tempo para ver (ou rever) alguns shows que marcaram época por aqui?
A seleção abaixo está focada em performances ocorridas nos anos 80 e inicio dos 90, quando grandes atrações internacionais eram relativamente raras no país e uma vinda era motivo de festa. Preferimos também focar em quem veio como atração solo e não como atração de um grande festival.
Hoje em dia, costuma se dizer que depois do primeiro Rock in Rio nós entramos de vez no circuito das grandes turnês, mas não foi bem assim. É fato que a América do Sul passou a ser vista como um mercado forte e com potencial, mas demorou para chegarmos ao atual momento, com grandes e pequenos festivais e atrações para todos os gostos quando, não raro, faz-se necessário ter que se optar entre quem assistir. Algo que, definitivamente, não acontecia na época em que os shows abaixo foram realizados. Divirta-se.
Queen - Estádio do Morumbi, São Paulo, dias 20 e 21 de março de 1981
Em uma época em que nenhuma grande banda se aventurava fora do circuito EUA-Europa Ocidental- Japão e, por vezes, Austrália, o Queen passou a entender que havia mais lugares para se apresentar. Foi assim que em 1981 eles vieram para a América Latina, para se apresentar na Argentina (cinco shows) , Brasil (dois), Venezuela (um) e México (dois).
Por aqui, eles lotaram o Morumbi por duas noites que marcaram época - quem foi não se esquece. O vídeo abaixo tem 40 minutos de show do dia 20. A Rede Bandeirantes (hoje Band) fez a transmissão na época e, anos depois, reprisou o show após a morte de Freddie Mercury, em 1991.
Paul McCartney - Estádio do Maracanã, Rio de Janeiro, dias 20 e 21 de abril de 1990
Hoje em dia, ver Paul McCartney já virou algo quase rotineiro, depois das várias vindas que o músico fez por aqui desde 2010. Mas em 1989, a notícia de que finalmente um Beatle iria se apresentar no Brasil - George Harrison já havia vindo, mas para passear -, causou histeria. Macca fez dois shows no Maracanã que reuniram 184 mil pessoas - número que o colocou no livro dos recordes.
A turnê, que havia começado no ano anterior, foi a primeira dele em uma década, e a primeira em que ele finalmente se sentiu confortável para tocar um número considerável de canções dos Beatles - foram 17 em um setlist de 30 canções (os dois shows tiveram o mesmo repertório também).
A Rede Globo, na época, transmitiu um compacto com cerca de 40 minutos do show. O vídeo abaixo mostra a apresentação na íntegra:
David Bowie - Rio de Janeiro, Praça da Apoteose, dia 20 de setembro de 1990
Em sua primeira, de apenas duas visitas ao Brasil, Bowie chegou em um momento de transição. Convém lembrar que nos anos 70, quando gravou os discos que lhe garantiram lugar de honra na história do rock, ele era praticamente desconhecido por aqui, onde só foi se tornar mais popular, assim como nos EUA, com a chegada de "Let's Dance", em 1983, que o levou ao mega estrelato.
O "problema" é que, em 1990, ele estava tentando se desvencilhar dessa imagem de ídolo pop. Aproveitando que seus álbuns clássicos estavam sendo relançados, o inglês armou uma turnê de "grandes sucessos" com praticamente todo o repertório vindo dos anos 70, ou seja, praticamente desconhecido por grande parte da plateia que foi vê-lo na Praça da Apoteose, no Rio de Janeiro e, em seguida, por duas noites no Parque Antártica, em São Paulo.
O que se viu foram músicas que hoje qualquer fã, com um mínimo de conhecimento da história do rock, está familiarizado, como "Heroes", "Rebel Rebel", "Space Oddity" ou "Ziggy Stardust" sendo recebidas com um entusiasmo não muito maior do que se veria se ele estivesse apenas tocando músicas recém-lançadas. Para piorar ainda a situação, o telão gigantesco, que era o maior atrativo visual do show não foi trazido para o pais. Mesmo com esses problemas o camaleão desempenhou bem o seu papel e quem conhecia aquele repertório pôde se esbaldar, e quem não conhecia, certamente saiu dali disposto a investigar a obra do artista.
A história da passagem da "Sound and Vision Tour" pelo Brasil teria um fim melancólico se não fosse por um apêndice. Uma quarta apresentação foi marcada em São Paulo, só que desta vez no Olympia, uma casa de tamanho médio, para não mais que 5 mil pessoas. Os ingressos custavam uma fortuna logicamente, mas quem foi garantiu ter presenciado uma performance inesquecível com artista e público na mesma sintonia.
É uma pena que não existam registros desse concerto (se existe, ainda não foram divulgados) e o que temos dessa visita do cantor ao Brasil é o especial que a Rede Globo transmitiu com alguns momentos do show do Rio de Janeiro
Rolling Stones - Estádio do Maracanã, Rio de Janeiro, dia de fevereiro de 1995
Os fãs dos Stones esperaram muito para vê-los no Brasil - 32 anos se considerarmos a data de lançamento do primeiro compacto do quinteto. Ao menos eles fizeram valer a espera entregando cinco shows que, ainda hoje, emocionam quem pôde presenciá-los. A "Voodoo Lounge Tour" chegou ao país ancorada no extinto festival Hollywood Rock (se é que dá para chamar de festival um evento que teve as mesmas atrações em todos os dias).
Em São Paulo a banda fez três shows no Pacaembu, ao invés das duas que estavam programadas para o Morumbi. Sendo que na primeira delas, a cidade recebeu um dilúvio de proporções bíblicas que transformou o estádio em uma enorme, e caótica, piscina (o público usou a madeira colocada para proteger o gramado para fazer cabanas e os ambulantes estavam vendendo, com sucesso, capas de chuva por pequenas fortunas). Incrível mesmo foi ver o clima melhorando justamente quando a banda estava para pisar no palco.
O vídeo abaixo traz a íntegra da apresentação feita no Rio de Janeiro que foi transmitida ao vivo pela Rede Globo.
A seleção abaixo está focada em performances ocorridas nos anos 80 e inicio dos 90, quando grandes atrações internacionais eram relativamente raras no país e uma vinda era motivo de festa. Preferimos também focar em quem veio como atração solo e não como atração de um grande festival.
Hoje em dia, costuma se dizer que depois do primeiro Rock in Rio nós entramos de vez no circuito das grandes turnês, mas não foi bem assim. É fato que a América do Sul passou a ser vista como um mercado forte e com potencial, mas demorou para chegarmos ao atual momento, com grandes e pequenos festivais e atrações para todos os gostos quando, não raro, faz-se necessário ter que se optar entre quem assistir. Algo que, definitivamente, não acontecia na época em que os shows abaixo foram realizados. Divirta-se.
Queen - Estádio do Morumbi, São Paulo, dias 20 e 21 de março de 1981
Em uma época em que nenhuma grande banda se aventurava fora do circuito EUA-Europa Ocidental- Japão e, por vezes, Austrália, o Queen passou a entender que havia mais lugares para se apresentar. Foi assim que em 1981 eles vieram para a América Latina, para se apresentar na Argentina (cinco shows) , Brasil (dois), Venezuela (um) e México (dois).
Por aqui, eles lotaram o Morumbi por duas noites que marcaram época - quem foi não se esquece. O vídeo abaixo tem 40 minutos de show do dia 20. A Rede Bandeirantes (hoje Band) fez a transmissão na época e, anos depois, reprisou o show após a morte de Freddie Mercury, em 1991.
Paul McCartney - Estádio do Maracanã, Rio de Janeiro, dias 20 e 21 de abril de 1990
Hoje em dia, ver Paul McCartney já virou algo quase rotineiro, depois das várias vindas que o músico fez por aqui desde 2010. Mas em 1989, a notícia de que finalmente um Beatle iria se apresentar no Brasil - George Harrison já havia vindo, mas para passear -, causou histeria. Macca fez dois shows no Maracanã que reuniram 184 mil pessoas - número que o colocou no livro dos recordes.
A turnê, que havia começado no ano anterior, foi a primeira dele em uma década, e a primeira em que ele finalmente se sentiu confortável para tocar um número considerável de canções dos Beatles - foram 17 em um setlist de 30 canções (os dois shows tiveram o mesmo repertório também).
A Rede Globo, na época, transmitiu um compacto com cerca de 40 minutos do show. O vídeo abaixo mostra a apresentação na íntegra:
David Bowie - Rio de Janeiro, Praça da Apoteose, dia 20 de setembro de 1990
Em sua primeira, de apenas duas visitas ao Brasil, Bowie chegou em um momento de transição. Convém lembrar que nos anos 70, quando gravou os discos que lhe garantiram lugar de honra na história do rock, ele era praticamente desconhecido por aqui, onde só foi se tornar mais popular, assim como nos EUA, com a chegada de "Let's Dance", em 1983, que o levou ao mega estrelato.
O "problema" é que, em 1990, ele estava tentando se desvencilhar dessa imagem de ídolo pop. Aproveitando que seus álbuns clássicos estavam sendo relançados, o inglês armou uma turnê de "grandes sucessos" com praticamente todo o repertório vindo dos anos 70, ou seja, praticamente desconhecido por grande parte da plateia que foi vê-lo na Praça da Apoteose, no Rio de Janeiro e, em seguida, por duas noites no Parque Antártica, em São Paulo.
O que se viu foram músicas que hoje qualquer fã, com um mínimo de conhecimento da história do rock, está familiarizado, como "Heroes", "Rebel Rebel", "Space Oddity" ou "Ziggy Stardust" sendo recebidas com um entusiasmo não muito maior do que se veria se ele estivesse apenas tocando músicas recém-lançadas. Para piorar ainda a situação, o telão gigantesco, que era o maior atrativo visual do show não foi trazido para o pais. Mesmo com esses problemas o camaleão desempenhou bem o seu papel e quem conhecia aquele repertório pôde se esbaldar, e quem não conhecia, certamente saiu dali disposto a investigar a obra do artista.
A história da passagem da "Sound and Vision Tour" pelo Brasil teria um fim melancólico se não fosse por um apêndice. Uma quarta apresentação foi marcada em São Paulo, só que desta vez no Olympia, uma casa de tamanho médio, para não mais que 5 mil pessoas. Os ingressos custavam uma fortuna logicamente, mas quem foi garantiu ter presenciado uma performance inesquecível com artista e público na mesma sintonia.
É uma pena que não existam registros desse concerto (se existe, ainda não foram divulgados) e o que temos dessa visita do cantor ao Brasil é o especial que a Rede Globo transmitiu com alguns momentos do show do Rio de Janeiro
Rolling Stones - Estádio do Maracanã, Rio de Janeiro, dia de fevereiro de 1995
Os fãs dos Stones esperaram muito para vê-los no Brasil - 32 anos se considerarmos a data de lançamento do primeiro compacto do quinteto. Ao menos eles fizeram valer a espera entregando cinco shows que, ainda hoje, emocionam quem pôde presenciá-los. A "Voodoo Lounge Tour" chegou ao país ancorada no extinto festival Hollywood Rock (se é que dá para chamar de festival um evento que teve as mesmas atrações em todos os dias).
Em São Paulo a banda fez três shows no Pacaembu, ao invés das duas que estavam programadas para o Morumbi. Sendo que na primeira delas, a cidade recebeu um dilúvio de proporções bíblicas que transformou o estádio em uma enorme, e caótica, piscina (o público usou a madeira colocada para proteger o gramado para fazer cabanas e os ambulantes estavam vendendo, com sucesso, capas de chuva por pequenas fortunas). Incrível mesmo foi ver o clima melhorando justamente quando a banda estava para pisar no palco.
O vídeo abaixo traz a íntegra da apresentação feita no Rio de Janeiro que foi transmitida ao vivo pela Rede Globo.