"Permanent Waves", um dos mais importantes, e queridos, álbuns do Rush ganhou uma luxuosa edição comemorativa pelos seus 40 anos. Lançado em janeiro de 1980, o disco marcou uma guinada sonora no som do trio que abriu espaço em sua música para canções mais diretas, mas sem deixar o clima complexo e épico que havia marcado os seus trabalhos imediatamente anteriores.

Uma rápida comparação entre ele e "Hemispheres" mostra a mudança. Enquanto o disco de 1978 tinha quatro músicas, com duas delas ocupando um total de 27 dos seus 36 minutos, o de 1980 trazia seis faixas e apenas um "grande épico", e, mesmo esse, tinha uma duração relativamente modesta para o padrão do trio: "Natural Science", encerrava o trabalho com 9 minutos e 20 segundos.

Mais importante, foi daqui que saiu um dos maiores hits da banda e um clássico eterno das "rádios rock". "The Spirit Of Radio" abria o álbum de maneira aparentemente simples - apesar da pegada mais pop e melodiosa, ela tem uma estrutura complexa, com quebras de ritmo e passagens instrumentais elaboradas.

A música era forte o bastante para levá-los até às paradas de singles - o trio sempre foi visto como uma "banda de álbuns". A faixa chegou ao 22° posto no Canadá e 51° nos EUA - nesses dois países eles teriam apenas outras três músicas com melhores resultados nos 33 anos seguintes. No Reino Unido ela foi ainda melhor, chegando ao 13º lugar, o melhor desempenho de um compacto deles por lá em toda a careira.

"Permanent Waves", tinha ainda "Freewill" e "Jacob's Ladder" canções se tornariam clássicos do repertório da banda e marcariam presença constante nos shows dali em diante. O álbum se tornou também o trabalho deles mais bem sucedido nas paradas de álbuns até então (terceiro lugar no Canadá e Reino Unido e quarto nos EUA).

Essa edição comemorativa traz o disco original e também 12 músicas ao vivo gravadas durante a sua turnê de divulgação. A edição física em sua forma mais luxuosa tem ainda inúmeros extras, incluindo um livro com fotos e texto histórico, cópias do programa da tour e até réplicas dos crachás que Geddy Lee, Alex Lifeson e o saudoso baterista Neil Peart (morto em janeiro deste ano) usavam nos camarins.

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