As reedições de álbuns clássicos em formato luxuoso não são exatamente novidade - desde os anos 90 elas são comuns, mas, de uns anos para cá, certos pacotes extrapolaram os sonhos dos maiores fãs com um número inimaginável de faixas extras, tanto com material ao vivo e versões diferentes de canções conhecidas, como também com muitas músicas que, até hoje, estavam inéditas ou esquecidas em velhos singles. Neste "TBT", mostramos cinco dos mais interessantes que chegaram ao mercado em 2020.

Prince - "Sign O' The Times" (1987)
Prince

Muito provavelmente, a grande reedição do ano. O álbum mais celebrado, ainda que não o mais famoso, de Prince ganhou uma edição ainda mais impressionante que as de "1999" (1982) e "Purple Rain" (1984), que já mostravam que o cantor e compositor, morto em 2016, deixava mesmo guardado em seus arquivos um material tão forte, e de potencial comercial, quanto o que chegou às lojas.

Ainda assim, era difícil imaginar que as sobras de "Sign O' The Times" eram tantas, e tão boas. A edição de super luxo do disco lançado há 33 anos veio com nada menos que 45 músicas nunca ouvidas. Some a isso as versões de singles, a íntegra de um show da época e o DVD ao vivo , assim os fãs puderam passar mais de oito horas na companhia do saudoso artista (nota: o embedd abaixo não traz todo esse material, mas ele está disponível para audição no Brasil).



Tom Petty - "Wildflowers" (1994)
Tom Petty

Outro lançamento de um artista que deixou saudade. Este sempre foi um dos álbuns mais queridos tanto por Tom Petty, que o enxergava como um dos pontos altos de sua carreira, como por seus fãs. Antes de sua morte, em 2017, o músico já vinha prometendo relançá-lo da maneira que havia sido originalmente projetado.

Apesar de ser um trabalho generoso, com 15 músicas em 62 minutos, o cantor e compositor registrou muito mais músicas nas sessões feitas com o produtor Rick Rubin. Tanto que ele queria ter lançado um álbum duplo. A gravadora achou que seria mais interessante, do ponto de vista comercial, um CD simples e, assim, dez faixas acabaram sacrificadas, que, agora, finalmente vieram à tona.

A versão superluxo trouxe ainda 15 gravações caseiras, versões alternativas e material ao vivo. Tudo de muita qualidade em quase quatro horas.



"Goats Head Soup" - The Rolling Stones (1973)
Rolling Stones

Por ter saído depois do clássico absoluto "Exile On Main Street" (1972), esse disco sempre acabou meio esquecido na discografia dos Stones. Mesmo sem ter a mesma qualidade (insuperável, diga-se) dos quatro discos anteriores, "Goats..." é um trabalho que melhorou com o tempo, com boas baladas, rocks e faixas mais experimentais.

Ao contrário dos exemplo acima, os Stones não tinham muito material a mais para acrescentar ao disco original, mas o que eles acharam se mostrou interessante: três músicas inéditas (incluindo uma com a presença de Jimmy Page) e algumas demos e versões alternativas. Melhor ainda foi o show incluído no último disco, com o quinteto se mostrando em grande forma em um repertório formado por clássicos e quatro canções do, então, recém-lançado álbum.



"Permanent Waves" - Rush (1980)
Rush

No ano em que nos despedimos do inigualável baterista Neil Peart (em 7 de janeiro, aos 67 anos) um dos discos mais importantes do trio foi relançado com muitos extras. "Permanent Waves" pode ser descrito como o álbum em que eles resolveram novamente "botar o pé no chão", ou seja, investir em canções mais diretas ao invés dos épicos complexos que marcaram os trabalhos imediatamente anteriores - "The Spirit Of Radio", sendo o exemplo clássico. Por outro lado, "Natural Science" com quase 10 minutos e três movimentos - também mostrava que eles ainda adoravam esse tipo de composição.

Se compararmos com os discos anteriores desse especial, essa versão deluxe é um pouco mais discreta, 12 canções ao vivo, além de muita memorabilia na edição física. Mas elas flagram os canadenses em um momento crucial de sua carreira. No ano seguinte, eles lançariam o seu disco definitivo. "Moving Pictures" já foi relançado há alguns anos, mas os extras se limitaram a uma versão em áudio 5.1 e os clipes feitos para os seus singles. Ou seja, há espaço para uma nova reedição, que poderia, muito bem, sair em 2021, em celebração às suas quatro décadas.



"All That You Can Leave Behind" - U2 (2000)
U2

Lançado há 20 anos, esse também foi um disco que marcou uma guinada para um som mais simples. No caso dos irlandeses, depois de uma década experimentando com a música eletrônica, eles decidiram entrar no ano 2000 com uma volta às origens, com um som mais orgânico que agradou, e muito, os seus fãs.

"All That you Can Leave..." começou sua história de maneira até discreta, mas explodiu mesmo nos EUA depois do 11 de setembro de 2001, quando se tornou um dos discos em que os americanos mais buscaram alento nos eventos pós-tragédia.

Com quase quatro horas e trinta minutos, a versão celebratória tem, ao lado do disco original, uma série de remixes, lados b de compactos e canções que acabaram arquivadas. O áudio do DVD "Elevation 2001: Live from Boston" (compilado a partir dos três shows que eles fizeram na cidade naquele ano), completa o pacote.