Há exatos 50 anos, as lojas de discos começaram a receber um álbum que trazia na capa apenas a imagem de uma parede descascada com um quadro de um velhinho carregando vários pedaços de madeira nas costas. Uma investigação maior revelava que aquele era o quarto álbum do Led Zeppelin, que tinha como título quatros símbolos esotéricos, um representando cada integrante.

Com oito faixas bem definidas, e distintas entre si, o álbum se mostrou não só o mais bem sucedido da banda, como um dos mais vendidos de todos os tempos. A estimativa é de 37 milhões de cópias pelo mundo, sendo 23 milhões apenas nos EUA - o que faz dele o quinto disco mais vendido de todos os tempos por lá.



Se ele é também o melhor, há discussões. Os críticos, que tanto pegaram no pé do quarteto quando eles estavam na ativa, também gostam, talvez em maior intensidade, de "Physical Graffiti", o álbum duplo de 1975, e há também os defensores do disco de estreia, ou principalmente, de "II", ambos inegavelmente clássicos. Mas, verdade seja dita, esse é o trabalho deles com mais músicas de sucesso e/ou marcantes.
Led Zeppelin

Basta ver o lado A, que começa com "Rock And Roll", música que homenageava e atualizava o rock dos anos 50 para os pesados 70, "Black Dog", com seu riff surpreendente, e seguia com "The Battle Of Evermore", uma balada folk com a presença da incrível voz de Sandy Denny, que morreria poucos anos depois. As três preparavam o caminho para o grande hino do grupo, e consequentemente da história do rock.
Led Zeppelin

Mesmo com oito minutos e sem ter saído como single, "Stairway To Heaven", com sua letra mística e diversas mudanças de clima, se tornou presença constante nas programações de rádio, a ponto de ter causado a saturação máxima - o que não tira em nada o seu brilho.



O segundo lado pode ser menos "icônico", mas tende a surpreender ainda mais o ouvinte, justamente por ter canções que foram menos massificadas. "Misty Mountain Hop" é o momento mais pop do álbum, com sua melodia cantarolável, e "Four sticks" se mostrava precursora da world music com seus ritmos orientais, que eles voltariam a explorar futuramente.



Há ainda a balada "Going To California", uma das que o ex-vocalista Robert Plant mais gosta de cantar em seus shows e, para finalizar, um aceno ao blues na pesadíssima "When The Levee Breaks", baseado em uma canção de Memphis Minnie e com um dos maiores sons de bateria já captados em disco - não à toa, ele foi muito sampleado a partir dos anos 80. Ou seja, não tinha mesmo como ele não se tornar um clássico.

Led Zeppelin

"IV" segue conquistando novos fãs e trazendo lágrimas aos olhos do pessoal "das antigas". Recentemente foi eleito o 58° melhor álbum de todos os tempos pela Rolling Stone, o melhor da banda no ranking.

Ouça o álbum em sua edição remasterizada e com um disco extra com as oito faixas em versões diferentes: