Feito raro para uma revista musical "feita de papel", a inglesa Uncut acaba de chegar à sua 300ª edição (veja a capa logo abaixo). Para marcar o feito, a publicação reuniu seu time de colaboradores para, juntos, elegerem os 300 melhores discos lançados durante a sua existência - o número 1 saiu com capa datada de junho de 1997.
O vencedor foi "Blackstar", o disco que David Bowie lançou em oito de janeiro de 2016, seu 69° aniversário, apenas dois dias antes de sua morte. Para a revista, o álbum segue como uma reviravolta surpreendente "mesmo para um artista que sempre se caracterizou por entradas e saídas dramáticas."
Voltada a um público mais adulto, que ainda escuta os artistas clássicos e aqueles mais cult e longe do mainstream, a lista tem muitos nomes menos óbvios, como o top 10 abaixo confirma. Mas há também alguns trabalhos de astros do pop e hip-hop, ainda que não muitos. Desses, "Norman Fucking Rockwell", de Lana Del Rey, no 33° posto, é o mais bem classificado.
O "top 300" também mostra que alguns queridinhos da crítica do início deste século estão perdendo um pouco de seus prestígio. Exemplos? Em 2009, a mesma Uncut celebrou a sua edição 150 elegendo os 150 melhores discos do século 21.
Naquela ocasião, "White Blood Cells" do White Stripes (2001) ficou no topo do ranking. Agora, ele está em 59°. Já "Funeral" (2004), do Arcade Fire, foi do sétimo para o 55° lugar. Bandas como Libertines e Queens Of The Stone Age ficaram de fora e outras como os Arctic Monkeys e Franz Ferdinand só apareceram nas partes inferiores da lista.
Na outra ponta, nota-se que Wilco, Nick Cave, PJ Harvey, Radiohead e, acima de todos, Bob Dylan, talvez o artista que mais tenha a cara da revista, seguem bastante prestigiados, com várias aparições no ranking.
Veja o top 10:
1 - "Blackstar" - David Bowie (2016) ("um ato de bravura que poucos poderiam igualar")
2 - "Time Out Of Mind" - Bob Dylan (1997) ("encontrou Dylan reconectado com a sua musa")
3 - "Time (The Revelator)" - Gillian Welch ("fez uma arte nova e vital dos ossos da tradição") (2001)
4 - "Ladies And Gentlemen..." - Spiritualized ("um álbum meticulosamente equilibrado") (1997)
5 - "In Rainbows" - Radiohead ("Radiohead clássico em todos os sentidos") (2007)
6 - "Sound Of Silver" - LCD Soundsystem ("seu fascínio analógico ainda perdura") (2007)
7 - "Is This It" - The Strokes ("um disco que foi revigorante para fãs de rock e o rock em si") (2001)
8 - "Bck To Black" - Amy Winehouse ("Amy empacotou quatro décadas de soul em 35 minutos") (2006)
9 - "Aerial" - Kate Bush ("uma obra-prima que fez frente a "The Hounds Of Love, de 1985") (2005)
10 - "To Pimp A Butterfly" - Kendrick Lamar - ("décadas de arte afro-americana radical canalizadas em um álbum de protesto moderno") (2015)
Ouça "Blackstar":
O vencedor foi "Blackstar", o disco que David Bowie lançou em oito de janeiro de 2016, seu 69° aniversário, apenas dois dias antes de sua morte. Para a revista, o álbum segue como uma reviravolta surpreendente "mesmo para um artista que sempre se caracterizou por entradas e saídas dramáticas."
Voltada a um público mais adulto, que ainda escuta os artistas clássicos e aqueles mais cult e longe do mainstream, a lista tem muitos nomes menos óbvios, como o top 10 abaixo confirma. Mas há também alguns trabalhos de astros do pop e hip-hop, ainda que não muitos. Desses, "Norman Fucking Rockwell", de Lana Del Rey, no 33° posto, é o mais bem classificado.
O "top 300" também mostra que alguns queridinhos da crítica do início deste século estão perdendo um pouco de seus prestígio. Exemplos? Em 2009, a mesma Uncut celebrou a sua edição 150 elegendo os 150 melhores discos do século 21.
Naquela ocasião, "White Blood Cells" do White Stripes (2001) ficou no topo do ranking. Agora, ele está em 59°. Já "Funeral" (2004), do Arcade Fire, foi do sétimo para o 55° lugar. Bandas como Libertines e Queens Of The Stone Age ficaram de fora e outras como os Arctic Monkeys e Franz Ferdinand só apareceram nas partes inferiores da lista.
Na outra ponta, nota-se que Wilco, Nick Cave, PJ Harvey, Radiohead e, acima de todos, Bob Dylan, talvez o artista que mais tenha a cara da revista, seguem bastante prestigiados, com várias aparições no ranking.
Veja o top 10:
1 - "Blackstar" - David Bowie (2016) ("um ato de bravura que poucos poderiam igualar")
2 - "Time Out Of Mind" - Bob Dylan (1997) ("encontrou Dylan reconectado com a sua musa")
3 - "Time (The Revelator)" - Gillian Welch ("fez uma arte nova e vital dos ossos da tradição") (2001)
4 - "Ladies And Gentlemen..." - Spiritualized ("um álbum meticulosamente equilibrado") (1997)
5 - "In Rainbows" - Radiohead ("Radiohead clássico em todos os sentidos") (2007)
6 - "Sound Of Silver" - LCD Soundsystem ("seu fascínio analógico ainda perdura") (2007)
7 - "Is This It" - The Strokes ("um disco que foi revigorante para fãs de rock e o rock em si") (2001)
8 - "Bck To Black" - Amy Winehouse ("Amy empacotou quatro décadas de soul em 35 minutos") (2006)
9 - "Aerial" - Kate Bush ("uma obra-prima que fez frente a "The Hounds Of Love, de 1985") (2005)
10 - "To Pimp A Butterfly" - Kendrick Lamar - ("décadas de arte afro-americana radical canalizadas em um álbum de protesto moderno") (2015)
Ouça "Blackstar":