5 de outubro de 1962, uma revolução estava prestes a começar, mas ninguém ainda sabia disso, incluindo os seus principais orquestradores. Foi nesse dia que a Parlophone colocou nas lojas britânicas o compacto de um quarteto que havia sido recém-contratado chamado The Beatles. "Love Me Do", verdade seja dita, nem tinha nada de muito especial. Uma música pop bem simples, com letra ingênua, ainda que bem feitinha. De qualquer forma, estava bem acima da média do que o mercado andava lançando naqueles tempos em que o rock parecia fadado a desaparecer.
A maior novidade do disquinho é que tanto a faixa principal como o lado B ("P.S. I Love You") eram composições originais dos dois líderes da banda: John Lennon e Paul McCartney - naquela época era raros os artistas serem também os autores de suas canções. Não que eles tenham conseguido isso de mão beijada, os dois tiveram que brigar muito para conseguir isso, já que o produtor George Martin a princípio queria que eles lançassem uma composição alheia chamada "How do You do It?", que foi gravada, sem muito entusiasmo, pelo quarteto (a gravação seria lançada oficialmente décadas mais tarde).
A banda bateu o pé e ele disse algo como "se vocês tiverem algo melhor que isso para apresentar eu aceito". "Love Me Do" foi apresentada e o coração do produtor foi dobrado - mas ele sempre gostou de lembrar que "How Do You Do It" chegou ao número 1 tempos depois ao ser gravada pelos Gerry And The Pacemakers.
"Love Me Do" também é conhecida por ter três versões bem distintas em circulação. A mais antiga foi gravada ainda com Pete Best na bateria na primeira sessão do quarteto nos estúdios da EMI. Considerada perdida por muito tempo, o tape foi achado e incluído no primeiro volume da série de raridades "Anthology" (1995).
A segunda já tem Ringo Starr na bateria, mas George Martin achou que o desempenho dele não era suficientemente bom para um lançamento profissional. O produtor então pediu uma nova gravação, com o baterista de estúdio Andy White segurado as baquetas e Ringo relegado ao triste papel de "tocador de pandeiro". Foi White também quem tocou no lado B do single (enquanto Ringo "ganhou" um par de maracas).
Agora o dado curioso: os ingleses que compraram o compacto há 60 anos acabaram ouvindo justamente a "faixa rejeitada". Por um engano, foi o registro com Ringo na bateria que acabou no single. Ou seja, no final das contas, ele não era tão "inapropriado" assim.
Não que essa versão tenha se tornado a "oficial". Quando "Love Me Do"foi incluída no primeiro álbum da banda, "Please Please Me", de 1963, a gravação com White foi usada - o mais engraçado é justamente perceber que o pandeiro de Starr acabou por se tornar um dos maiores charmes da música, e uma de suas marcas registradas junto com a gaita de Lennon.
Essa é a "Love Me Do" mais conhecida pelo grande público, a que saiu em compacto mais tarde nos EUA (onde ela chegou ao primeiro lugar) e nas coletâneas de maiores sucessos.
Love Me Do chegou ao número 17 da parada britânica, um grande feito para um grupo local desconhecido, mas nada perto do que iria acontecer apenas alguns meses mais tarde.
O segundo single, Please Please Me, de janeiro de 1963, chegou ao segundo lugar e, logo a Beatlemania já estava instaurada na Grã-Bretanha. Não muito tempo depois, ela assolaria os EUA e, dali, se espalhou para o resto do mundo.
A maior novidade do disquinho é que tanto a faixa principal como o lado B ("P.S. I Love You") eram composições originais dos dois líderes da banda: John Lennon e Paul McCartney - naquela época era raros os artistas serem também os autores de suas canções. Não que eles tenham conseguido isso de mão beijada, os dois tiveram que brigar muito para conseguir isso, já que o produtor George Martin a princípio queria que eles lançassem uma composição alheia chamada "How do You do It?", que foi gravada, sem muito entusiasmo, pelo quarteto (a gravação seria lançada oficialmente décadas mais tarde).
A banda bateu o pé e ele disse algo como "se vocês tiverem algo melhor que isso para apresentar eu aceito". "Love Me Do" foi apresentada e o coração do produtor foi dobrado - mas ele sempre gostou de lembrar que "How Do You Do It" chegou ao número 1 tempos depois ao ser gravada pelos Gerry And The Pacemakers.
"Love Me Do" também é conhecida por ter três versões bem distintas em circulação. A mais antiga foi gravada ainda com Pete Best na bateria na primeira sessão do quarteto nos estúdios da EMI. Considerada perdida por muito tempo, o tape foi achado e incluído no primeiro volume da série de raridades "Anthology" (1995).
A segunda já tem Ringo Starr na bateria, mas George Martin achou que o desempenho dele não era suficientemente bom para um lançamento profissional. O produtor então pediu uma nova gravação, com o baterista de estúdio Andy White segurado as baquetas e Ringo relegado ao triste papel de "tocador de pandeiro". Foi White também quem tocou no lado B do single (enquanto Ringo "ganhou" um par de maracas).
Agora o dado curioso: os ingleses que compraram o compacto há 60 anos acabaram ouvindo justamente a "faixa rejeitada". Por um engano, foi o registro com Ringo na bateria que acabou no single. Ou seja, no final das contas, ele não era tão "inapropriado" assim.
Não que essa versão tenha se tornado a "oficial". Quando "Love Me Do"foi incluída no primeiro álbum da banda, "Please Please Me", de 1963, a gravação com White foi usada - o mais engraçado é justamente perceber que o pandeiro de Starr acabou por se tornar um dos maiores charmes da música, e uma de suas marcas registradas junto com a gaita de Lennon.
Essa é a "Love Me Do" mais conhecida pelo grande público, a que saiu em compacto mais tarde nos EUA (onde ela chegou ao primeiro lugar) e nas coletâneas de maiores sucessos.
Love Me Do chegou ao número 17 da parada britânica, um grande feito para um grupo local desconhecido, mas nada perto do que iria acontecer apenas alguns meses mais tarde.
O segundo single, Please Please Me, de janeiro de 1963, chegou ao segundo lugar e, logo a Beatlemania já estava instaurada na Grã-Bretanha. Não muito tempo depois, ela assolaria os EUA e, dali, se espalhou para o resto do mundo.