O saxofonista Wayne Shorter, verdadeiro gigante da música do século 20, morreu nesta quinta-feira (2), aos 89 anos. O músico estava hospitalizado e vinha enfrentando problemas de saúde, mas a causa da morte não foi divulgada.
A história de Shorter se confunde com a do jazz da segunda metade do século 20. Seu primeiro álbum saiu em 1959 e já trazia o jovem tocando com músicos do calibre do trompetista Lee Morgan e do baterista Jimmy Cobb. Nesse mesmo ano ele se juntou aos Jazz Messengers de Art Blakey, com quem gravou e excurisonou por quatro anos, tendo se tornado o diretor musical do grupo.
Seu nome se tornou ainda maior quando ele entrou para o "segundo grande quinteto" de Miles Davis, que durou de 1964 a 1968. Com o trompetista, ele gravou discos que entraram para a história como "Filles de Kilimanjaro ", "In A Silent Way" e "Bitches Brew", o último que gravaram juntos, já em 1970.
Nos anos 70, Shorter fundou o Weather Report, nome maior do jazz fusion, que durou até 1986. Ele, e o tecladista Joe Zawinul foram os únicos músicos que estiveram em todas formações da banda que teve o baixista Jaco Pastorious e o percussionista brasileiro Airto Moreira entre os seus integrantes.
Paralelamente ele seguiu gravando solo, participando de discos de outros músicos e também abrindo caminhos dentro da música pop, ao participar de discos de Joni Mitchell, Santana e Steely Dan.
Um de seus trabalhos mais marcantes foi "Native Dancer", gravado em parceria com Milton Nascimento em 1975. Ele já havia demonstrado interesse na música do mineiro gravando uma interpretação de "Vera Cruz", no álbum "Moto Grosso Feio" (sic), gravado em 1970, mas aqui a parceria foi mais explorada.
O LP continha cinco canções de Bituca e a presença dele em todas essas faixas, seja tocando violão, cantando ou as duas coisas. A amizade perdurou por décadas e levou o mineiro a se manifestar nas redes sociais com um texto tocante.
"Hoje é um dos dias mais difíceis da minha vida. Dia de me despedir de parte de tudo o que eu sou. Wayne Shorter foi - e sempre será - mais do que um parceiro musical. Desde que nos conhecemos, nunca nos separamos. Em 1975, ele me convidou para gravar o "Native Dancer", e mudou a minha vida e carreira pra sempre.
No ano passado, quando me apresentei em Los Angeles, ele não conseguiu ir me assistir, pois havia sofrido um acidente doméstico na noite anterior, mas dei um jeito de ir até a sua casa, e tivemos uma tarde linda, digna dos nossos tantos anos de irmandade e história.
Meus sentimentos à sua esposa, Carolina, que tanto batalhou pela saúde do meu eterno irmão nos últimos anos.
Ao meu amado amigo, o meu maior e eterno amor."
Mesmo com a idade avançada, e sem poder se apresentar ao vivo, Shorter seguia produzindo e disposto a abraçar novos desafios. Um de seus últimos trabalhos foi nada menos que a ópera "Iphigenia", composta em parceria com Esperanza Spalding, autora do libreto, e o arquiteto Frank Gehry, que desenhou os cenários da montagem original. Otimista, ele dizia que via o trabalho como uma continuação e não o ponto culminante de sua carreira.
Ouça três discos marcantes com a presença do saxofonista:
A história de Shorter se confunde com a do jazz da segunda metade do século 20. Seu primeiro álbum saiu em 1959 e já trazia o jovem tocando com músicos do calibre do trompetista Lee Morgan e do baterista Jimmy Cobb. Nesse mesmo ano ele se juntou aos Jazz Messengers de Art Blakey, com quem gravou e excurisonou por quatro anos, tendo se tornado o diretor musical do grupo.
Seu nome se tornou ainda maior quando ele entrou para o "segundo grande quinteto" de Miles Davis, que durou de 1964 a 1968. Com o trompetista, ele gravou discos que entraram para a história como "Filles de Kilimanjaro ", "In A Silent Way" e "Bitches Brew", o último que gravaram juntos, já em 1970.
Nos anos 70, Shorter fundou o Weather Report, nome maior do jazz fusion, que durou até 1986. Ele, e o tecladista Joe Zawinul foram os únicos músicos que estiveram em todas formações da banda que teve o baixista Jaco Pastorious e o percussionista brasileiro Airto Moreira entre os seus integrantes.
Paralelamente ele seguiu gravando solo, participando de discos de outros músicos e também abrindo caminhos dentro da música pop, ao participar de discos de Joni Mitchell, Santana e Steely Dan.
Um de seus trabalhos mais marcantes foi "Native Dancer", gravado em parceria com Milton Nascimento em 1975. Ele já havia demonstrado interesse na música do mineiro gravando uma interpretação de "Vera Cruz", no álbum "Moto Grosso Feio" (sic), gravado em 1970, mas aqui a parceria foi mais explorada.
O LP continha cinco canções de Bituca e a presença dele em todas essas faixas, seja tocando violão, cantando ou as duas coisas. A amizade perdurou por décadas e levou o mineiro a se manifestar nas redes sociais com um texto tocante.
"Hoje é um dos dias mais difíceis da minha vida. Dia de me despedir de parte de tudo o que eu sou. Wayne Shorter foi - e sempre será - mais do que um parceiro musical. Desde que nos conhecemos, nunca nos separamos. Em 1975, ele me convidou para gravar o "Native Dancer", e mudou a minha vida e carreira pra sempre.
No ano passado, quando me apresentei em Los Angeles, ele não conseguiu ir me assistir, pois havia sofrido um acidente doméstico na noite anterior, mas dei um jeito de ir até a sua casa, e tivemos uma tarde linda, digna dos nossos tantos anos de irmandade e história.
Meus sentimentos à sua esposa, Carolina, que tanto batalhou pela saúde do meu eterno irmão nos últimos anos.
Ao meu amado amigo, o meu maior e eterno amor."
Mesmo com a idade avançada, e sem poder se apresentar ao vivo, Shorter seguia produzindo e disposto a abraçar novos desafios. Um de seus últimos trabalhos foi nada menos que a ópera "Iphigenia", composta em parceria com Esperanza Spalding, autora do libreto, e o arquiteto Frank Gehry, que desenhou os cenários da montagem original. Otimista, ele dizia que via o trabalho como uma continuação e não o ponto culminante de sua carreira.
Ouça três discos marcantes com a presença do saxofonista: