Françoise Hardy, lenda maior da música francesa, morreu ontem (11) aos 80 anos. Lutando contra um câncer na laringe, a cantora estava aposentada desde 2018, quando lançou "Personne d'autre", seu 28° álbum.
Hardy teve uma longa carreira, que se inicou em 1962, e logo se tornou uma figura proeminente do yé-yé , a tradução francesa da música pop anglo-americana. Não demorou muito, e ela já estava gravando na Inglaterra e causando fascínio na realeza do rock - Bob Dylan a cita no poema escrito na contra-capa de "Another Side of Bob Dylan", seu disco de 1964.
Hardy não foi muito popular no Brasil, ainda que as conexões entre ela e o país existam. Um de seus sucessos, "Le Premier Bonheur Du Jour", foi regravado pelos Mutantes em seu cultuado disco de estreia, de 1968 e aquele que é tido como o maior trabalho da artista, "La Question", de 1971 é um LP bem brasileiro.
Dez das doze faixas do álbum tiveram a música composta pela violonista Tuca (1944 - 1978) e outra delas foi escrita por Taiguara (1945 - 1996).
Hardy foi das primeiras pessoas a notarem o talento de Nick Drake (morto em 1974 com apenas 26 anos). Ela se encontrou diversas vezes com o misterioso músico e uma parceria musical, que infelizmente não se concretizou, chegou a ser considerada.
Françoise se manteve como uma figura importante na cultura francesa, também aparecendo em filmes, lançando livros e se dedicando a uma de suas grandes paixões: a astrologia.
Sem temer a polêmica, a cantora usava de seu prestígio para se posicionar politicamente e em questões polêmicas como o aborto e a eutanásia.
