A pampa tem jeito de fêmea Na hora em que abraça seus filhos Na hora em que gera em seu ventre Lavouras de paz e de milho A pampa tem jeito de fêmea Que encanta em algum bem-me-quer No amor ou nas dores extremas A pampa se mostra mulher
Mulher tem um jeito de pampa Na hora em que abraça lonjuras Na hora em que tem esperança Debaixo de nuvens escuras Não morre de amor e saudade Tropeça mas logo levanta Lutando pra ter igualdade Mulher mostra a alma da pampa
Mulheres e pampa são gêmeas Estrofes da mesma canção Histórias e sinas de fêmeas Forjadas num só coração Mulheres e pampa são gêmeas Fartura de vida e de grãos Clareando seus olhos serenos Brotando na alma e nas mãos!
A pampa tem jeito de fêmea Se ampara suas baixas no colo Num palco de dores e penas Replanta seus filhos no solo Soluça, mas nunca se entrega Pois sabe mirar mais além E vê, bem depois dessas trevas A luz de outro filho que vem
Mulher tem um jeito de pampa Na hora cruel de pelear Sua alma tem força de terra De fogo, de água e de ar Mulheres e pampa, destinos Timbrados de fé e amplidão Doçura pras mãos de carinho Bravura pras mãos de opressão!
Compositores: Diogo Polga de Matos (Diogo Matos), Carlos Omar Villela Gomes ECAD: Obra #3155046 Fonograma #29457703