Você ainda vale aquele arroz com feijão E ao sentar-se à mesa, agradeça em oração Mas tire a venda dos olhos, saia da escuridão Saiba quando dizer sim, saiba quando dizer não Querem tomar da gente o nosso papel no show Não deve colher o fruto quem semente não plantou Chega de esperar que outro vá e faça Pois ninguém tem direito de meter a mão na massa Antes que a vida acabe Antes que a barba cresça Quero dizer agora Tudo o que vai na cabeça Antes que eu vá embora E você me esqueça Quero dizer agora Tudo o que vai na cabeça Estão desmatando a vida, está vermelho o nosso chão A palavra ?tá? doída, ?tá? doído o coração Estão queimando o celeiro do mundo Está doente o pulmão da terra Estão apunhalando fundo, que até o bom cabrito berra Um sentimento cresce no meio da multidão Ser cego, surdo, mudo é apenas condição Matam o homem do campo como se fosse guerra Só porque ele queria um pouco mais de amor à terra Antes que a vida acabe Antes que a barba cresça Quero dizer agora Tudo o que vai na cabeça Antes que eu vá embora E você me esqueça Quero dizer agora Tudo o que vai na cabeça