Era uma vez um cara muito bom com as palavras Percebeu cedo que quando elogiava, cativava Dizia ter uma intuição muito forte Sempre disse que tinha muita sorte Nunca foi sorte, sempre foi lábia
Por muito tempo o seu jeito, me causou agonia Sempre dando defeito, tema da terapia Eu sempre sem paciência, você só teimosia Sempre tão perturbado, nunca foi calmaria
Era uma vez mulheres perdidas, autoestimas fodidas quando é novinha, putz, melhor ainda Solo fértil pras suas investidas, sempre ali estancando as feridas Pensa que eu não sei, que eu sou a versão mais nova da sua ex? Nada é por acaso, seu afeto sempre é plantado falas tão generosas, sempre a mesma prosa "Impressionante o quanto você é foda Talento absurdo, como pode, mesmo sendo tão nova? "
Elogiar, pra cativar Marcar presença, pra viciar Se bobiar, você pegar E como sempre depois largar Porque o seu show tem que continuar Sempre tentando ferir antes que seja ferido Nesses roteirozinho batido Assinado por esse seu amor narciso
Ações viciadas, intimidade forjada egoísmo na maior escala
Se é o mar agitado que faz boa marinheira Eu já não me afogo mais em qualquer besteira Sua tsunami hoje pra mim é marola Inventa um jogo novo, porque esse comigo não cola
Era uma vez uma menina tão rara Que nunca quis o seu "eu" de fachada Do seu deboche sempre achou graça a verdade meteu na lata, uma língua corrosiva que se não for a sua, você rechaça
Enxergando o tabuleiro de cima escapolindo das suas investidas fugindo desse amor suicida Que se eu entrasse era fato, eu ia sair ferida Eu abro portas pra conversas que você não tá preparado ainda
Como ir além com um cara que gosta de se manter refém? Como convencer alguém a largar a máscara que sempre convém? Como fazer parar de andar em círculos? A conectar com algo que seja além do próprio umbigo?
Enquanto você ilude, machuca e causa traumas eu levanto e jogo essa merda toda na sua cara Eu te apresento a palavra da moda, já ouviu, "empatia"? "Mas é um poço de carisma, uma simpatia"
Quem não te conhece, que se encante! De perto, é estafante, não ouve ninguém, ego delirante
Nunca foi calmaria
Na minha vida baseada em afetos reais só se sair do seu mundo inventado Eu chego e quebro o seu espelho, olha só não tem nada do outro lado 7 anos de má sorte e agora ficou sem norte?
Isolado no quarto, sozinho e perdido É tão evidente que por trás do homem sempre tem o menino Quando se sentir fraco, deprimido e cansado Lembra do meu recado Comigo nunca foi lábia, sempre foi amor Mas não o seu amor distorcido Amor de quem se abre e pede sim um abrigo
Boa sorte com esse seu amor narciso Quem não te conhece que se encante Porque aqui não, você não brinca comigo