Lá pras bandas de Ouro Fino No jornal anunciava O menino da porteira Que o boiadeiro falava Era um menino peralta Que seu pai não respeitava Todas as boiada que via O menino assustava
Com um bodoque na mão Na porteira ele trepava Lá de cima do mourão Pedra nos bois atirava Se o boiadeiro falasse O menino não importava Era o prazer que ele tinha Quando a boiada estourava
Um dia de tardezinha O berrante arrepicava Quando apontou a boiada Na porteira ele estava Na frente vinha o mestiço Que o boiadeiro cismava Lá de longe o boiadeiro Com o menino ele gritava
Num corredor apertado A boiada empelotava Foi pisando no menino O pobrezinho falava Me socorre, boiadeiro O pobre se lastimava Morreu de uma morte triste Que o boiadeiro chorava
Hoje chora a pobre mãe Fazendo reclamação Os boiadeiro mudaram Até a transportação Porque perto da porteira Aparece uma visão Em assim que vão passando Sai todos no carreirão
É a alma do menino Tá fazendo assombração Para o bem da sua alma Fizeram de proteção Desmancharam a porteira E arrancaram os dois mourão E fizeram a capelinha Pra cumprir a devoção
Compositores: Jair Candido Prado (Chinezinho), Jorge Amaral ECAD: Obra #62516