Este destino tem me feito cantor em muitas Pajada Parceiros de guitarradas em pulperias estranhas Passa tempo de campanha que em dia santo ou domingo Cada um monta em melhor pingo em dia folgado e campeiro Vou chegando mui faceiro pra pulperia sorrindo Neste ritual primitivo de orgias campejanas Me deu a sorte aragana sem pastor neste rebanho Se jogo truco, ganho, se cantar comando a farra Pois sou mesmo que cigarra pra cantar de contra ponto Faço o cantor ficar tonto e se manear na guitarra.
Canto terra, pampa e rio com a campeira vivencia Que os filhos desta querência feita a casco de cavalo Donde os buenos e os maulos vaqueanos de muitas guerras Banharam campos e serras, no sangue de mil combates Sem saber que nesse embate foi puro amor pela terra.
São passados que me orgulho de cantar com a alma aberta E hão de ser rimas bem certas e as cordas bem afinadas E a garganta bem afiada e os acordes bem certeiros Que assim qualquer brasileiro ou se escuta algum paisano Verá que é sul americano o canto de um missioneiro.
Verão que as raças se uniram num potencial varonil Pra levantar o Brasil, índios, gringos e mestiços Sem medir os sacrifícios, sem ceder, sem sentir Como se a terra seu trono, lutando com fora e fé Igual que gritou Sepé: - A nossa terra tem dono!
Evoco a santo cacique o imortal Tiaraju Que deu pra esse Xirú a sublime inspiração De lutar por esse chão no mais serio patriotismo Da lança para o lirismo, da tradição ao presente Da incertidão ao consciente pra o puro brasileirismo.
E se não entendeu o meu canto por este pais muito grande Hei de cantar o rio Grande, pedaço de continente E se cantar o que a alma sente é falta pra um pecador O meu patrão Nosso Senhor que perdoa esse gaudério Vou levar pro cemitério este destino de cantor. ........................ Lauro Soares de Alvarenga São José dos Campos - SP outubro50@gmail.com
Compositor: Noel Fabricio da Silva (Noel Guarany) ECAD: Obra #824890 Fonograma #955058