Uma vez fui na cidade, na maldita perdição, lá perdi meu pala velho, que me doeu no coração. Quando voltei da cidade, vinha com dor na cabeça, cheguei fazendo promessa: Deus permita que apareça.
Encontrei xirú do posto e não deixei de maliciar que ele achou meu pala velho e não queria me entregar. Fui dar parte ao comissário, ficou pra segunda-feira me levaram na conversa, se foi a semana inteira.
Veja as coisas como são, como se forma a lambança que pelo mal dos pecados era o forro das crianças. Com este pala rasgado, passava campos e rios com este meu palinha velho não temo chuva nem frio.
Foi forro para as carpetas e em carreiras perigosas "inté" serviu de agasalho pra muita prenda mimosa. "Inté" nas noites gaudérias meu pala soltito ao vento ia abanando pachola pras luzes do firmamento.
Informem nas vizinhanças este triste sucedido quem tiver meu pala velho que prendam este bandido. Neste mundo todos morrem, da morte ninguém atalha me entreguem meu pala velho para mim levar de mortalha
Compositor: Noel Fabricio da Silva (Noel Guarany) ECAD: Obra #1778 Fonograma #557051