(Essa canção é instrumental e o texto é declamado durante o show.
Oi. O quanto mais te magoei, de que nem há mais lembrança, peço desculpa neste poema impaciente. A angústia que precede cada palavra, o quanto mais é verdadeira que uma lágrima? O traço romântico que contorna meu pensamento se justiça pelos sonhos que ainda não se cumpriram, nem devam. Meu constrangimento vem se despedaçando pelo asfalto, puxado pelo seu olhar desapontado. Não olhe para mim, não julgue meu modesto ser, nem minhas palavras. A frase que sobra, a tristeza que nos pune em silêncio, amargar o sabor da amizade que um dia nos fez especiais e inconfundíveis. Às vezes penso demais (antes que o mundo descubra o que eu penso) nos vícios e perigos do próximo passo, se falar ou se calar, sem nada saber de nada. Sou punido pela ousadia de querer cativar teu sorriso, a minha maldita sina... Mas talvez não penso em nada disso, talvez use a tristeza como arma da minha arte, e o lápis meu calado cúmplice... Não sei orar desculpas, não sei fingir olhares e bocas, nem sei fugir de casa! Fora da poesia me atrapalho, tropeço entre risos e toques indevidos. (O quanto mais suportei a angústia até a última palavra).