Enquanto o ar se esvai, tomo um trago a mais E deixo o estrago deslumbrar o caos É tão amargo o que se vê, escombros da razão Não decidi por mim, nem tenho a direção
Atravessando ruas e noites espúrias Vejo cantos sujos confortando anjos com desprezo e sarcasmo Abro os olhos e acompanho atrocidades via satélite Sinto o gosto de sangue no seu discurso vulgar
Enquanto o ar se esvai (Enquanto as bombas caem) Enquanto o ar se esvai (É o som que vem da colisão)
Enquanto o ódio me distrai, nenhum tiro é tão mordaz Quanto a sua voz Que com mentiras corrosivas vende a ‘paz’ e causa destruição E faz o jogo do terror
Seguindo o rastro de uma era de injúrias Assisto ao dantesco espetáculo de estatização da violência E o ódio cultuado por gerações escorraçadas Ergue-se e transforma nossa razão num alvo fatal
Enquanto o ar se esvai (Enquanto as bombas caem) Enquanto o ar se esvai (É o som que vem da colisão)
O Império e suas hipócritas intenções civilizadoras expande brutalidade em missões estratégicas visando o fortalecimento do seu domínio econômico e militar, travando conflitos em nosso nome, proliferando o ódio que não vê limites. E das entranhas de um fanatismo religioso oriundo de heranças massacradas pela intolerância e o desrespeito diante de culturas milenares, eis o futuro mergulhado em fogo. Não há paz a vista. Não da forma como você vê o outro, Eis o inferno, o caos...
Enquanto o ar se esvai (Enquanto as bombas caem) Enquanto o ar se esvai (É o som que vem da colisão)