Omnira
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Agosto Negro

Omnira

Omnira


[Jana D'Notria]

Estava a preta no seu lugar
Veio a notícia lhe machucar
A notícia na preta a mãe preta chorar

Estava a notícia em seu lugar
Veio o preto protagonizar
O preto na notícia
A notícia na preta, a mãe preta chorar

Estava o preto em seu lugar
Veio a bala lhe machucar
A bala no preto, o preto na notícia
A notícia na preta, a mãe preta chorar

Estava a bala em seu lugar
Veio o dedo mole engatilhar
O dedo na bala, a bala no preto
O preto na notícia, a notícia na preta
A mãe preta chorar

Estava o dedo mole em seu lugar
Será?
Veio o Estado lhe cutucar
O Estado no dedo, o dedo na bala
A bala no preto, o preto na notícia
A notícia na preta, a mãe preta chorar

De capitães do mato passaram
A ser chamados de soldados armados condecorados

Açoitam e matam os pretos
Os quase todos pretos, os quase brancos
Que já são pretos de tão pobres

Dizimam os filhos pretos desta Pátria amarga Brasil
Uhumm
O Haiti é aqui
Já previam Caetano e Gil
Já diziam Caetano e Gil

[Juliana Sete]

Eles estão com fome
E a carne é negra
Semi crua, quente, no asfalto
Teia tece armadilha

Desce o morro, cambaleia
Na veia,fúria no olhar,clareira
Lareira (queima!) Fogueira (queima!)
Deixem nossa inteira, nossas crianças cresça!

Luto negro veste vermelho
Vermelho é o sangue do negro
Preto
E quem vai devolver meus filhos?
(Quem?)
Quem vai me abraçar na formatura
meu filho ou seus tiros?

Aval do Estado pra varrer escurinho
Prêmio por produção
quem produzir mais corpos ganha um título
E a patente mata mais que a gripe espanhola
Entra no gueto, não pergunta
Classifica e planeja a desova

Cinco negros em um carro, sorriso no rosto
Afronta ao roi que quer nos ver na merda,
no esgoto
Fuzilamento sem remorso eles não tem alma
Só uma arma, ódio impune, feição gelada

E a mídia aqui, faz barulho pro Fla Flu
E a juventude negra, com 111 tiros, xiu!

[Paty Treze]

Entre poças de sangue e gritos de horror
O povo grita pra cessar sua dor
Dor que consome,dor que invade
Dor que aniquila, a dor da crueldade

A garganta seca sem saber pra quem gritar
Sem Chapolin pra poder lhe ajudar
Cães verozes, com sangue nos olhos
Saem na calada e já sabemos o proposito

Toca ninja na cara, os faróis apagado
A diversão da vez é o tiro ao alvo
Extermínio em massa, pelas costas só rajada
Bate continência,agradece a medalha

Quem protege oprime, quem oprime é protegido
Morrem inocentes periféricos chamados de bandidos
Hey Hey Hey
Pátria que nos pariu
Terra de ninguém, onde matam e ninguém viu

Compositores: Jana D'Nótria, Juh Sete, Paty Treze e DJ Neew

Letra enviada por Omnira Oficial

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