Estava a preta no seu lugar Veio a notícia lhe machucar A notícia na preta a mãe preta chorar
Estava a notícia em seu lugar Veio o preto protagonizar O preto na notícia A notícia na preta, a mãe preta chorar
Estava o preto em seu lugar Veio a bala lhe machucar A bala no preto, o preto na notícia A notícia na preta, a mãe preta chorar
Estava a bala em seu lugar Veio o dedo mole engatilhar O dedo na bala, a bala no preto O preto na notícia, a notícia na preta A mãe preta chorar
Estava o dedo mole em seu lugar Será? Veio o Estado lhe cutucar O Estado no dedo, o dedo na bala A bala no preto, o preto na notícia A notícia na preta, a mãe preta chorar
De capitães do mato passaram A ser chamados de soldados armados condecorados
Açoitam e matam os pretos Os quase todos pretos, os quase brancos Que já são pretos de tão pobres
Dizimam os filhos pretos desta Pátria amarga Brasil Uhumm O Haiti é aqui Já previam Caetano e Gil Já diziam Caetano e Gil
[Juliana Sete]
Eles estão com fome E a carne é negra Semi crua, quente, no asfalto Teia tece armadilha
Desce o morro, cambaleia Na veia,fúria no olhar,clareira Lareira (queima!) Fogueira (queima!) Deixem nossa inteira, nossas crianças cresça!
Luto negro veste vermelho Vermelho é o sangue do negro Preto E quem vai devolver meus filhos? (Quem?) Quem vai me abraçar na formatura meu filho ou seus tiros?
Aval do Estado pra varrer escurinho Prêmio por produção quem produzir mais corpos ganha um título E a patente mata mais que a gripe espanhola Entra no gueto, não pergunta Classifica e planeja a desova
Cinco negros em um carro, sorriso no rosto Afronta ao roi que quer nos ver na merda, no esgoto Fuzilamento sem remorso eles não tem alma Só uma arma, ódio impune, feição gelada
E a mídia aqui, faz barulho pro Fla Flu E a juventude negra, com 111 tiros, xiu!
[Paty Treze]
Entre poças de sangue e gritos de horror O povo grita pra cessar sua dor Dor que consome,dor que invade Dor que aniquila, a dor da crueldade
A garganta seca sem saber pra quem gritar Sem Chapolin pra poder lhe ajudar Cães verozes, com sangue nos olhos Saem na calada e já sabemos o proposito
Toca ninja na cara, os faróis apagado A diversão da vez é o tiro ao alvo Extermínio em massa, pelas costas só rajada Bate continência,agradece a medalha
Quem protege oprime, quem oprime é protegido Morrem inocentes periféricos chamados de bandidos Hey Hey Hey Pátria que nos pariu Terra de ninguém, onde matam e ninguém viu
Compositores: Jana D'Nótria, Juh Sete, Paty Treze e DJ Neew