Já não se houve um estouro de boiada E o berrante certamente emudeceu Já não se ouve mais o grito de um carreiro Infelizmente tudo desapareceu Daquela estrada que passava boiada Abandonada o asfalto cobriu o chão Fico sentado na soleira do alpendre Boiada ali só na imaginação
Vai saudade Vai acabando com esse velho amigo seu Não tem carreiro, não tem boi, não tem boiada E o poeirão da estrada também desapareceu
Por quantas vezes transportei nessa estrada Carga pesada que trazia do grotão Longe se ouvia um cantar bem duetado Bem apertado no chumaço e no cocão Do coice tinha boi bordado e canário E lá no meio ouro preto e campeão Os bois de guia pente fino e numerado Que atendia só no guizo do ferrão
Hoje tão triste recordo o meu passado Fico lembrando dos bons tempos que se foi Vejo meu carro lá de baixo da paineira Tá sem esteira é tão triste sem os bois Não tem cocão, não tem chumaço e nem fueiro Não tem carreiro e o cabeçai-o está no chão E nessas horas os olhos choram sem querer Parece um sonho vejo tudo num telão
Compositores: Almezino de Souza Lima (Almezino), Manoel Gomide da Silva (Toni Gomide) ECAD: Obra #7057233 Fonograma #2367944