Mesmo deitado nessa rede de varanda Meu pensamento comanda as lembranças do passado Vejo num gancho meu chapéu e a guaiaca Protegido pela capa na parede pendurado
Um par de espora, um pelego e um arreio Duas rédeas e um freio lá no canto do galpão E fecho os olhos pra não recordar mais nada Sinto o cheiro da boiada e a poeira do estradão
E no momento em que estou gritando com o gado Eu acordo assustado e me vejo em desespero Em minha mente tudo isso eu suponho Mesmo que seja em sonho ainda sou boiadeiro
Abro os meus olhos e retorno o meu sentido Ficou eco em meu ouvido De um berrante apaixonado Vejo as campinas, ao longe o gado pastando Outra vez vou recordando a minha lida de gado
E cochilando às vezes levanto o braço Tentando jogar o laço como quem estou laçando Nesse momento escuto alguém me chamar Vovozinho vai deitar, o senhor está sonhando
E no momento que estou gritando com o gado Eu acordo assustado e me vejo em desespero Em minha mente tudo isso eu suponho Mesmo que seja em sonho ainda sou boiadeiro
Compositores: Antero de Souza Lima (Mineiro), Joao Candido Goncalves (Joacir Goncalves) ECAD: Obra #7191864 Fonograma #2942353