Vou escrever no papel O que Deus me deu na cachola Invejoso fala mal Mas isso não me amola É bom que falam de mim Pra fofoca não dou bola Minha moda tem ciência Eu faço com inteligência No ponteado desta viola
As minhas rimas vão saindo Assunto bem escolhido Até mesmo reconheço Que sou um caboclo atrevido Onde eu para pra cantar Meus versos são decididos Minha viola é meu troféu Sou brabo igual um cascavel Quando balança o guizo
Não gosto de usar camisa Camisa que não tem gola Quando eu entro no catira Meu sapato perde a sola Sou um gavião no mato Eu só fico esperando a hora Lá no galho mais bonito Coloco a presa no bico Bato asa e vou embora
Sou um violeiro catireiro Porque sou caboclo nato Chego derrubar as telhas Com palmas fortes que bato As moças vão se arrumando Quando chego é só boato Nos ouvidos cochichando Umas pras outras falando Tô de olho nesse gato
Nos lugares que eu chego O povo comigo encanta Se convidam pra almoçar Do almoço espero a janta Dou um repique na viola Bato o pé que o pó levanta Ninguém deixa eu ir embora Só vou madrugada afora Só depois que o galo canta
Compositores: Antero de Souza Lima (Mineiro), Benedito Souza, Adao Nildo ECAD: Obra #26768822